Coimbra e os seus órgãos de tubos
Órgãos de tubos do concelho de Coimbra [20]
Cidade com um passado histórico, religioso e cultural riquíssimo, Coimbra é um dos concelhos com mais extenso portefólio de órgãos. De acordo com as informações disponíveis, existem órgãos de tubos nas seguintes igrejas do Concelho:
Capela de São Miguel
Montra
A Capela de São Miguel da Universidade de Coimbra possui um órgão histórico de tipo ibérico.
Episódio 3 de “Órgãos de Coimbra à luz da Cultura Europeia”
Capela do Mosteiro de São Marcos
A Capela do Mosteiro de São Marcos, freguesia de São Silvestre, possui um órgão de tubos histórico de autor desconhecido, do século XIX, restaurado em 1988, a expensas da Universidade de Coimbra.
Conservatório de Música de Coimbra
O Conservatório de Música de Coimbra possui no Pequeno Auditório um órgão de tubos adquirido em 2024.
Igreja da Graça
A Igreja de Nossa Senhora da Graça, também conhecida por Igreja do Colégio da Graça, possui um órgão de tubos.
Igreja da Misericórdia de Coimbra
Montra do órgão
Igreja da Rainha Santa Isabel
Igreja de São Salvador
Igreja de Nossa Senhora do Carmo
Igreja de Brasfemes
A Igreja Paroquial de Brasfemes possui um órgão de tubos.
Igreja de Eiras
A Igreja Paroquial de Eiras possui um órgão de tubos.
Igreja de Santa Clara
A Igreja Matriz de Santa Clara, ou Igreja do Mosteiro de Santa Clara-a-Nova, possui órgãos de tubos no coro alto.
No coro baixo a Igreja de Santa Clara possui dois órgãos positivos Manoel Benito Gomes, 1745 (Tratado 2 de Geometria Practica, de Antonio Pedro de Mello).
Órgão positivo
Igreja de Santa Cruz
A Igreja Matriz de Santa Cruz, Igreja do antigo mosteiro de Santa Cruz (de crúzios) possui em tribuna própria um órgão [ I ; 3 (26+29) ], de Heitor Lobo / Manuel Benito Gomes (Herrera) construído em 1531/1724, restaurado pela Oficina e Escola de Organaria, em 2008, opus 51.
Órgão em tribuna própria
Possui outro órgão na balaustrada do coro alto.
Órgãos da tribuna e da balaustrada
Episódio 2 de “Órgãos de Coimbra à luz da Cultura Europeia
Veja AQUI o álbum Pinterest.
Igreja de São Bartolomeu
Na balaustrada do coro alto, a Igreja de São Bartolomeu apresenta um órgão ibérico.
Montra
Possui também um órgão positivo na nave.
Sé Nova
Em tribuna do lado do Evangelho, a Sé Nova de Coimbra dispõe de um órgão histórico de tipo ibérico, restaurado em 2000 por António Simões.
Montra
No lado do Evangelho, possui também um órgão positivo
Episódio 1 de “Órgãos de Coimbra à luz da Cultura Europeia”
Seminário Maior de Coimbra
A Igreja do Seminário Maior de Coimbra, da Sagrada Família, dispõe de um órgão histórico da autoria de João Fontanes Maqueira, construído em 1762, restaurado em 2003 por Dinarte Machado – Atelier Português de Organaria.
Órgão histórico
O Salão São Tomás de Aquino, Órgão da Escola Diocesana de Música Sacra, dispõe de órgão de um teclado manual e pedaleira com acoplamento construído por Ludwig Frank em 1980, remontado por António Simões em 2004.
Órgão positivo
Dr. J.A. Campos
Para o Dr. J.A. Campos, António Simões construiu em 1989 um órgão.
FOI NOTÍCIA
Do projeto de aquisição de um órgão de tubos para a Sé velha de Coimbra
O Jornal de Notícias, noticiava, a 31 março 2007:
O projecto para “restituir a dignidade à Sé Velha de Coimbra” começa com a aquisição de um órgão de tubos, cujo concurso internacional deverá ser lançado ainda este ano, mas não se fica por aí. João Evangelista, pároco da Sé Velha, admite criar ali uma escola de música e quer ver o templo reconhecido como “Santuário de excepção”, no contexto regional e nacional, nomeadamente com a dotação de um guia turístico devidamente credenciado para prestar informações, que vão muito para além das serenatas dos postais, aos 70 mil turistas que anualmente a visitam.
“Somos pressionados por 70 mil turistas e o que damos é muito pouco. É uma vergonha não podermos dar aos turistas um roteiro digno desta casa”, afirmou, à medida que, a par da arquitectura, ia explicando a simbologia, do retábulo, do século XV, aos túmulos de 19 bispos, bem como o do pecador arrependido que quis ficar sepultado à entrada da Sé, redimindo-se ao permitir que o pisem por vários séculos.
João Evangelista quer dar a conhecer os 850 anos de história da Sé Velha a turistas, mas, com a aquisição do órgão de tubos e a elaboração de um projecto dinamizador, pretende também atrair os conimbricenses, que, depois da retirada do estatuto de catedral da cidade, em 1772, se afastaram daquele Santuário.
“O problema é haver gente que não sabe que existe uma Sé Velha. Por isso queremos abri-la nos vários domínios. Ela merece ser conhecida, ser integrada na cultura da cidade”, afirmou, pedindo, para isso, apoio de várias entidades.
“A dignificação da catedral de Coimbra é, pois, um serviço à cultura, como a urbanização, os acessos, as placas indicativas, a reparação do claustro, o guarda-vento, o tratamento da pedra e outras pertinentes melhorias que escapam à nossa capacidade de execução, mas exigem a nossa melhor cooperação com as entidades culturais, com os serviços do Estado e camarários”, referiu, sublinhando esperar que, em um ano, o projecto esteja, pelo menos, “totalmente definido”.
Ligação à Universidade
A Sé Velha de Coimbra é, desde 2002, classificada, pela Igreja, como catedral histórica, mas este é um título que, para João Evangelista, não tem sido reconhecido pela cidade e, em particular, pela Universidade de Coimbra (UC). O pároco, que sublinha o acolhimento da “incipiente UC” pela Sé em 1308, lamenta que a própria universidade não estude e divulgue mais “aquela pré-história em que se desenvolveu na base desta casa”. E, no seu entender, esta ligação da UC à Sé Velha seria uma mais-valia no dossiê de candidatura da UC a Património Mundial, que deverá ser apresentado à UNESCO em 2012.
Tânia Moita, Jornal de Notícias, 31 Março 2007