Elvas e os seus órgãos de tubos

Órgãos de tubos do concelho de Elvas [9]

Elvas está entre os 15 concelhos de Portugal com mais órgãos de tubos.

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ROTA DOS ÓRGÃOS DE ELVAS 2025

Roteiro para a Visita guiada por igrejas de Elvas com órgão

Posto de Turismo, Praça da República.

Na Praça da República, pontos de interesse: Relógio da Praça da República, Pelourinho, Rua Baluarte del Príncipe, Casa da Cultura de Elvas

Igreja do Salvador

No coro alto da Igreja do Salvador encontra-se um órgão positivo de armário inoperacional e em más condições, assim como um harmónio fabricado em Paris também inoperacional.

Igreja de São Lourenço das Almas

[ de São Lourenço das Almas ]

A igreja de São Lourenço em Elvas é referida há cerca de 7 séculos (1332), pelo que se julga ter sido construída entre os séculos XIII e XIV. No entanto, a atual igreja de São Lourenço viria a ser edificada no séc. XVI. No exterior destaca-se um painel de azulejos do séc. XIX com a representação de São Lourenço.

No interior, observa-se o altar-mor de talha dourada do séc. XVII, dominando a parte superior um retábulo representando “São Lourenço implorando pelas almas”.

Fonte: CME

São Lourenço – também conhecido como Lourenço de Huesta ou Valência – nasceu em 225 (faz 800 anos em 2025) e morreu martirizado em 258, no dia 10 de agosto, em Roma. Está entre os diáconos do início da Igreja de Roma, considerados os guardiões dos bens da Igreja e dispensadores de ajuda aos pobres. O nome Lourenço é o mesmo que Laureamtenens, que significa Coroa feita de Louro, como os vencedores recebiam após as vitórias. Lourenço obteve a vitória na sua paixão. São Lourenço foi ajudante do Papa Sisto II e responsável por um centro dedicado aos pobres.

Igreja de Nossa Senhora das Almas

Igreja de Nossa Senhora das Almas

Igreja de São Domingos

[ do antigo Convento de São Domingos ]

Igreja de São Domingos

Igreja de São Domingos

Edifício modelo da arquitectura gótica mendicante portuguesa, o Convento de São Domingos foi fundado em 1267 e construído durante o último terço do séc. XIII no local da ermida de Nossa Senhora dos Mártires.

Sofreu várias modificações a partir do séc. XV, no séc. XVII recebeu uma nova fachada ao estilo Barroco e no século seguinte as capelas laterais em mármore.

Funcionava em São Domingos não só um convento mas também uma albergaria e um hospício, demolido durante as Guerras da Restauração (confrontos armados entre Portugal e Castela entre 1640 e 1668), porque esta parte do convento coincidia com a construção do novo lanço de muralhas.

A igreja, com uma fachada barroca, mas com um interior gótico é um extraordinário exemplo da arquitectura medieval. Destacam-se a Capela-mor e colaterais, do séc. XIII, as capelas laterais do séc. XVIII, a azulejaria setecentista que conta a vida de São Domingos, a Sala do Capítulo com o seu mobiliário.

Merece destaque o grande órgão construído pelo alemão J. H. Hulenkampf (?) no séc. XVIII. A Oficina e Escola de Organaria fez a desmontagem, inventariação e proposta de restauro em 1996.

Em 1834, após a extinção das ordens monásticas, o que restou do convento foi secularizado ao albergar um quartel militar, e hoje faz parte do Museu Militar de Elvas.

Igreja da Ordem Terceira de São Francisco

[ dos Terceiros ]

As Ordens Terceiras são associações de leigos católicos vinculadas às tradicionais ordens religiosas medievais, de franciscanos (São Francisco de Assis), carmelitas (do Monte Carmelo) e dominicanos (São Domingos).

A igreja é um edifício de arquitectura religiosa, barroca, Rocaille, popular.

A palavra portuguesa “Barroco” define uma pérola de forma irregular (pérola imperfeita). O estilo, da primeira metade do século XVIII, seguiu-se ao estilos renascentista e maneirista.

Igreja setecentista com Capela-mor e retábulos que a ladeiam todos forrados a ouro, decorados com putti (meninos gordinhos), os símbolos da Eucaristia, atlantes (figura antropomorfa titânica), contracurvados, querubins (anjos) no Estilo Nacional; silhar (revestimento parietal longitudinal que se desenvolve a partir do chão) de azulejos azuis e brancos com cenas da vida de São Francisco de Assis (1181/1182-1226) com legendas em cartelas (elementos decorativos ovais), e molduras com concheados; portais e janelas rematados por frontões curvilíneos e contracurvados, retábulos laterais em mármore.

O edifício anexo do exterior sugere uma construção palaciana com o seu andar nobre com janelas de sacada coroadas por frontões curvilíneos.

O pavimento composto por lajes de mármore branco emolduradas por tiras de mármore negro-azulado, compondo tampas de sepultura numeradas para organização do espaço permite perceber como era a organização do espaço funerário e encontra paralelo na igreja de São Domingos, e nas igrejas da Conceição e dos Agostinhos em Vila Viçosa. Certos cargos da Ordem tinham local de enterramento especifico como demonstram as inscrições gravadas em algumas tampas de sepultura, demonstrando que o espaço funerário não era aleatório.

Fonte: Moumentos

Igreja da Ordem Terceira de São Francisco

Igreja da Ordem Terceira de São Francisco

Antiga de Elvas

[ Igreja Paroquial de Nossa Senhora da Assunção ]

Antiga Sé Catedral de Elvas

Antiga Catedral de Elvas

A construção da então igreja de Nossa Senhora da Praça foi principiada em 1517 segundo o traço do arquitecto régio Francisco de Arruda que trabalhava ao mesmo tempo no Aqueduto da Amoreira. Possui um carácter fortificado, com uma torre como fachada.

Durante 3 séculos, Elvas foi diocese.

Em 1570 com a criação do bispado de Elvas pelo Papa Pio V, a igreja de Nossa Senhora da Praça transformou-se na de Elvas, título que viria a perder em 1881.

Em termos artísticos, a de Elvas é um templo originalmente manuelino, mas que perdeu esta traça durante os séculos após alterações mandadas fazer nele pelos bispos da diocese.

São de salientar no exterior o seu portal Neoclássico e os portais laterais manuelinos, enquanto no interior o visitante poderá ver uma decoração feita com motivos fito, zoo e antropomórficos, próximos do imaginário medieval.

Em redor de todo o corpo da igreja corre um silhar (revestimento longitudinal) de azulejo policromo de laçaria e rosas.

A Capela-mor, em mármore de várias cores, é de estilo Barroco.

Destaca-se ainda o magnífico órgão situado no coro-alto.

O órgão histórico [ II ; 8 (3+5) ] da autoria de D. Pascoal Caetano Oldovini (Oldoni, Oldovino ou Olduvini) foi construído em 1763. Foi restaurado pela Oficina e Escola de Organaria, em 2016 (opus 68).

O órgão positivo histórico [ I; 4 (0+1) ] da autoria de D. Pascoal Caetano Oldovini (Oldoni, Oldovino ou Olduvini), construído em 1758 foi restaurado pela Oficina e Escola de Organaria em 2015 (opus 66). Da oficina fazem parte os conceituados organeiros Pedro Guimarães e sua esposa Beate von Rohden.

D. Pascoal Caetano Oldovini (c. 1720 + 25.4.1785), filho de José Oldovini e Ana Maria, mestre organeiro genovês, que teve oficina em Évora, e foi responsável no séc. XVIII por diversos órgãos em Igrejas na região do Alentejo entre c. 1742 e 1785. A sua produção conhecida está centrada no eixo Évora-Elvas-Portalegre.

Além do património organístico, há a considerar o património sineiro que tem um lugar importante na paisagem sonora de Elvas e na própria arquitetura. Há igrejas que têm uma ou duas torres sineiras e outras que não têm.

Igreja de Nossa Senhora das Dores

A construção da atual igreja de Nossa Senhora das Dores começou em 1780 (faz 245 anos em 2025) e terminou em 1796, no local onde estava a Igreja de Santa Maria Madalena.

No interior do templo destacam-se a Capela-mor e os quatro altares laterais pintados a imitar mármore, assim como os variadíssimos trabalhos em alvenaria com temática profana a emblemas religiosos.

Ao lado da Igreja, num quintal anexo, situava-se o antigo cemitério da Santa Casa da Misericórdia desde o séc. XVI até 1845.

Fonte: CME

A devoção à “Mater Dolorosa”, muito difundida, sobretudo nos países do Mediterrâneo, desenvolveu-se a partir do final do século XI. Em 1814, o Papa Pio VII incluiu-a no calendário litúrgico romano, fixando-a em 15 de setembro, no dia seguinte à festa da Exaltação da Santa Cruz. O “Stabat Mater”, atribuído ao Frei Jacopone de Todi (1230-1306), está na origem de obras primas da música (sendo de Pergolesi a mais conhecida). No século XV, encontramos as primeiras celebrações litúrgicas sobre Nossa Senhora das Dores, “em pé” junto à Cruz.

Igreja de Nossa Senhora das Dores

Igreja de Nossa Senhora das Dores

Igreja de Santa Maria de Alcáçova

A Igreja de Santa Maria de Alcáçova foi construída no séc. XIII no local onde se encontrava a principal mesquita de Elvas. Foi doada à Ordem de Avis por D. Dinis em 1303.

A sua adaptação de mesquita a igreja cristã foi feita ao longo dos tempos, o que faz que hoje do templo islâmico só possamos observar os vestígios de um mirhab (nicho em forma de ábside) no exterior e a grande cisterna.

A Capela-mor é funda e do séc. XVIII. Destaca-se também a talha dourada de uma Capela colateral do séc. XVII e de uma Capela lateral do séc. XVIII.

Igreja de Santa Maria de Alcáçova, Elvas

Igreja de Santa Maria de Alcáçova, Elvas

Igreja do Senhor Jesus da Piedade

[ Santuário do Senhor Jesus da Piedade ]

Igreja do Senhor Jesus da Piedade

Igreja do Senhor Jesus da Piedade

Excelente exemplar da arquitetura religiosa setecentista, de estilo Barroco, a Igreja do Senhor Jesus da Piedade situa-se extramuros da cidade de Elvas, junto ao atual Parque da Piedade, onde anualmente, a 20 de setembro, se faz a Feira de São Mateus.

Com características barrocas que mesclam a tradição nacional com influências da Europa Central e do Brasil, a Igreja foi construída entre 1753 e 1779. Tem como antecedente uma Capela construída em 1737, por iniciativa do Padre Manuel Antunes. A cura do próprio pároco e de muitos que se deslocaram ao local criaram um mito acerca do local que rapidamente se alastrou a toda a cidade e às redondezas.

No seu interior destacam-se a Capela-mor e as capelas laterais onde estão telas pintadas por Cyrillo Volkmar Machado representando “Nossa Senhora da Graça” e o “Arrependimento de São Pedro”. Na sacristia, existe um visitável núcleo museológico onde está patente uma coleção de milhares de ex-votos desde 1737 até à atualidade, dedicados ao Senhor Jesus da Piedade.

O ex-voto (do latim: ex-voto suscepto) é uma oferta do fiel ao santo da devoção em agradecimento de um voto realizado.

Fonte: CME