Évora e as suas filarmónicas

Grupo União e Recreio Azarujense
Filarmónicas de Évora

Bandas de Música, História e Atividades no Concelho

  • Associação Filarmónica Liberalitas Julia de Évora – Canaviais
  • Banda da Associação Filarmónica 24 de Junho de São Miguel de Machede
  • Banda Filarmónica da Casa do Povo de Nossa Senhora de Manhede
  • Banda Filarmónica do Grupo União e Recreio Azarujense
Banda da Associação Filarmónica 24 de Junho de São Miguel de Machede

A Banda da Associação Filarmónica 24 de junho de São Miguel de Machede foi fruto de uma Escola de Música formada em 1981 por iniciativa da direção que dirigia na altura os destinos da Casa do Povo de São Miguel de Machede, tendo como professor António Sardinha, que veio a ser também o Maestro da Banda durante largo período de tempo. Apresentou-se em 19 de setembro de 1981, só com músicos oriundos da Escola de Música. A Escola de Música tem tido um contributo benéfico para a Banda, porque é dela que vão saindo os novos músicos, tendo alguns ingressado em bandas militares.

A Banda realizou numerosas atuações por todo o país e uma em Espanha. Participou em festas tradicionais, cerimónias oficiais, encontros de bandas, concertos e festivais taurinos. É formada por 4 dezenas de elementos, com idades entre os 13 e os 50. Os maestros que a têm dirigido foram: António Sardinha, António João Redondeiro Painha, Andrelino José Rato, José Florindo, Inácio Galego Miranda. Desde 2003 é seu maestro Eduardo Correia.

Banda Filarmónica da Casa do Povo de Nossa Senhora de Manhede

A Banda Filarmónica da Casa do Povo de Nossa Senhora de Machede foi fundada em 1907, tendo sido integrada na Casa do Povo apenas em 1940. Foi graças ao empenho e determinação de sócios e dirigentes da antiga coletividade União Instrutiva e Recreativa Machedense que se formou a Banda. Até 1910, o 1º de Dezembro era considerado o seu dia festivo, mas a 4 de outubro de 1911, a banda abriu as festas de comemoração do 1º aniversário da implantação da República, passando o seu aniversário a ser festejado nesta data.

Desde a fundação até 1939, a banda passou por dificuldades em adquirir instrumentos, fardamentos e outros acessórios necessários, mas foi mantendo a sua atividade. Em 1939 atravessou um período mais complicado, quando ocorreu um acidente com um carro de tração animal que transportava os instrumentos musicais, o que provocou danos complicados de superar e obrigou a banda a cessar a atividade.

Com a implementação das Casas do Povo criadas durante o Estado Novo, Nossa Senhora de Machede passou a ter também uma Casa do Povo em edifício próprio que pertencia ao Conde da Azarujinha. A banda, bem como todos os bens da coletividade União Instrutiva e Recreativa Machedense foram integrados, em 1940, na Casa do Povo. Com grande esforço da comunidade, os instrumentos musicais foram reparados e a banda retomou a atividade.

Em 1977, a banda passou por uma reorganização, tendo sido criada a Escola de Música, que abriu com cerca de 70 alunos, entrando todas as crianças da aldeia. Desde então a Escola manteve a sua atividade, contando com a frequência regular de 25 alunos. Embora sendo exíguo o espaço onde funciona a Escola de Música, ao longo dos anos têm saído da escola e da banda diversos músicos que estão hoje integrados em bandas militares e noutros agrupamentos musicais.

Tem participando em festas populares, concertos, desfiles, sessões solenes e concursos de bandas. No início do século XXI participou nos Encontros de Jazz em Évora e em 2007, foi agraciada com a Medalha de Mérito Municipal – Classe Ouro. Em 2006 participa com os alunos da sua Escola de Música no CD “Encontros Mozart” e em Junho/Julho de 2007, a Banda Filarmónica, grava o seu primeiro CD áudio, intitulado “Centenário 1907-2007, CD financiado pela Delegação Regional da Cultura do Alentejo e apoiado pela Câmara Municipal de Évora.

Das três bandas do concelho esta é a única filarmónica que tem um CD editado exclusivamente com o seu repertório. A banda é constituída por 40 executantes de ambos os sexos e tem como Maestro, Professor e Diretor Artístico, desde 1992, Francisco Henrique Canoa Ribeiro, que é também o Maestro da Banda Militar de Évora.

No dia 4 de outubro de 2007 a Banda Filarmónica da Casa do Povo de Nossa Senhora de Machede comemorou o seu 1º Centenário, tendo organizado uma festa de vários dias que incluiu um Encontro de Bandas.

Banda Filarmónica do Grupo União e Recreio Azarujense

A Banda de Música de Azaruja, atualmente Banda Filarmónica do Grupo União e Recreio Azarujense, pelos documentos existentes nos seus arquivos, foi fundada oficialmente a 3 de julho de 1904, embora haja registos da existência de uma banda nos anos 1860-1870. Presume-se que o seu primeiro maestro foi o Sr. Aboim, militar da Banda da GNR.

Nas primeiras décadas da sua história a inexistência de sede própria e fardamento obrigava a que os ensaios se realizassem em casas particulares, e as atuações em público fossem feitas em traje civil.

Em 1929 foi fundado o Grupo União e Recreio Azarujense (G.U.R.A.) que resultou da fusão de dois grupos recreativos existentes em Azaruja: o Clube Azarujense e o Grupo de Instrução e Recreio Azarujense. A partir desta data, a Banda Filarmónica foi anexada a esta coletividade que tinha como principal objetivo a sua reorganização. Após a sua fundação o G.U.R.A, tem-se dedicado essencialmente ao teatro amador, às marchas populares e à música.

Ao longo da sua vida, várias foram as fases por que passou, tendo sofrido algumas interrupções, sendo a primeira em 1917, e mais tarde nos finais dos anos 50 do século XX. Embora a banda interrompesse a sua atividade, a música nunca deixou de estar ativa. Os músicos tocavam nas sociedades existentes em Azaruja, e que hoje ainda existem: o Grupo Musical Azarujense “Os Unidos”, por alcunha “O Mainó” e o Grupo União e Recreio Azarujense, tendo como alcunha “O Bonó”. Estes músicos tocavam também em conjuntos e grupos que animavam os bailes, assim como em teatros de revista produzidos pelo Grupo União e Recreio Azarujense.

Grupo União e Recreio Azarujense

Grupo União e Recreio Azarujense

Respeitando e mantendo as vontades e as tradições de Azaruja, a banda teve a sua última reorganização em 1980, sendo o seu maestro António Sardinha. A partir desta data tem mantido a sua atividade, rejuvenescendo e aumentando o seu efetivo que conta neste momento com 26 elementos. Paralelamente à atividade da Banda Filarmónica, foi criada uma escola de música de ensino gratuito.

A Banda Filarmónica do Grupo União e Recreio Azarujense tem participado e dado cumprimento a todas a solicitações que lhe têm sido formuladas, atuando normalmente em arruadas, procissões, concertos, desfiles/encontros de bandas e corridas de toiros. Esta banda conta com atuações um pouco por todo o país e conta com uma atuação em Espanha (Isla Cristina, Huelva) no ano 2008.

De salientar a participação da Escola de Música no CD “Encontros Mozart” em 2007, no Mega Encontro de Bandas Filarmónicas em Elvas em 2011 que juntou 16 bandas do Alentejo e no Encontro de Bandas Filarmónicas do município de Évora que teve lugar no Teatro Garcia de Resende em 2015. Em 2016 teve uma participação especial num projeto internacional com músicos de Portugal, Cabo Verde, S. Tomé e Príncipe e Timor-Leste intitulado “Festival Traditional Music” que se realizou em Azaruja. Ainda em 2016 teve uma participação especial no filme “Aparição”, uma obra literária de Vergílio Ferreira adaptada para o cinema, com realização de Fernando Vendrell e estreia em 2018. Na cena pode ver-se a recriação de uma festa carnavalesca dos anos 50 do século XX, com a interpretação do tema “Quem Sabe, Sabe”.

Esta filarmónica foi sócia da extinta Federação de Bandas Filarmónicas do Distrito de Évora e da Além-Tejo Música, uma associação regional que teve a sua fundação em Azaruja no ano 2008. Atualmente é associada do INATEL.

Poela Banda passaram ainda os maestros Eduardo Fernandes, Manuel Monteiro, Mário Ceia Alexandre e Aníbal Simplício. Desde setembro de 2017 é professor na escola de música e diretor artístico desta filarmónica o maestro José Manuel da Conceição Tobias.