Figueira de Castelo Rodrigo e o seu folclore
Folclore no Concelho de Figueira de Castelo Rodrigo
Projeto em desenvolvimento, o Musorbis aproxima os munícipes e os cidadãos do património musical e dos músicos do Concelho.
Grupo Coral e Etnográfico de Figueira de Castelo Rodrigo
O Grupo Coral e Etnográfico de Figueira de Castelo Rodrigo presentou-se ao público pela primeira vez em 28 de agosto de 1977 na Igreja Matriz de Figueira de Castelo Rodrigo durante a missa dominical com cerca de 114 elementos. Com um número mais reduzido, o Grupo continua a exibir as suas atuações por diversos lugares do país.
Em dezembro de 1984 o jornal Pinhel Falcão, na época boletim paroquial da cidade de Pinhel, descrevia a atuação do Grupo Coral e Etnográfico figueirense em «Terras de Falcão» com significativo título «Um notável acontecimento cultural – o Grupo Coral da Portela e o Grupo Coral e Etnográfico de Figueira de Castelo Rodrigo atuaram brilhantemente em Pinhel.»
O Grupo nasceu por iniciativa de um conjunto de jovens raparigas que encorajadas e a convite do saudoso Padre Canário se dirigiu a António Pimentel, na época dirigente de um grupo semelhante em Pinhel, solicitando-lhe a criação e orientação de um grupo coral na vila de Figueira. O maestro acedeu à gentileza do convite e, assim, a 28 de agosto de 1977, durante a habitual missa dominical, o grupo apresenta-se pela primeira vez em público. Durante 26 anos o grupo subiu ao «palco» da Igreja Matriz da vila onde atuava como coro, todas as semanas, durante a missa dominical.
Face aos sucessos alcançados o grupo iniciou-se na arte do palco com peças de teatro e a criação de um Rancho Folclórico. Este último pouco atuou, acabando por desaparecer à falta de tocador de acordeão. No que respeita à área teatral o trabalho desenvolvido pelo Grupo Coral e Etnográfico encenou sob a regência e orientação do maestro António Pimentel, trinta e duas peças de teatro.
O maestro António Pimentel recorda esses momentos com indizível saudade lamentando que “o grupo poucas ou nenhumas ajudas recebia, vivendo do esforço e da vontade de cada um dos seus elementos”, acrescentando que “sempre que há necessidade de preparar o cenário de uma peça ou adquiri as roupas das personagens, todo o material é comprado e confecionado por nós”.
O principal objetivo de um grupo coral e etnográfico caracteriza-se pela sua capacidade de imitar, manter e divulgar o folclore e as tradições locais e proceder à recolha de danças, canções e costumes de um povo que posteriormente são trabalhados textualmente e apresentados através da representação ao público. Para tal procedimento impõe-se um aturado trabalho de pesquisa que implica esforço humano e encargos financeiros que o Grupo evidentemente não dispõe.
António Pimentel também o considera “uma marca de um povo que se leva além-fronteiras”. Através das suas diversas atuações o maestro salienta que “levámos o nome de Figueira até aos mais diversos locais do país, desde Coimbra a Lisboa, passando por diversos locais do distrito da Guarda”, o que se pode considerar passagens importantes para trocas culturais.
O primeiro local onde o grupo etnográfico atuou na área teatral foi na antiga Casa do Povo de Figueira. Depois, foram variados os locais para onde o grupo se deslocou, sendo que atualmente valoriza muito as atuações nas freguesias do concelho figueirense que António Pimentel descreve como importante salientando que “somos ainda um grupo que consegue levar um pouco de cultura às aldeias, mas nem sempre a todas como desejaríamos, visto nem sempre sermos solicitados”.
Atualmente com 30 elementos, o Grupo Coral e Etnográfico de Figueira de Castelo Rodrigo conta ainda com a presença de dois elementos que há 30 anos acompanham esta associação. O Grupo é constituído por pessoas que trabalham ou estão reformadas e que briosamente se privam do conforto do seu lar para se dirigirem à sede do Gripo para trabalhar, ensaiar, preparar cenários e as demais mil e uma tarefas necessárias. Merecem o reconhecimento do seu esforço e da sua devoção à causa da cultura local e a melhor compreensão para a sua sobrevivência.
No dia 1 de setembro com o intuito de marcar o seu trigésimo aniversário, os elementos atuais e alguns dos antigos associados reuniram-se para um jantar de convívio, onde não faltaram as inevitáveis recordações. António Pimentel afirma que “apesar das dificuldades, o Grupo é para manter e já estamos a preparar a próxima peça que entrará em cena possivelmente no ano que vem”.
Fonte: Jornal Ecos da Marofa, 10-09-2007
GCEFCR
Fontes do Musorbis Folclore:
- Federação do Folclore Português
- Gente que Canta e Balha
- Roteiro dos Ranchos Folclóricos dos Açores
- Páginas de grupos etnográficos
- Archeevo (Ministério da Administração Interna)
- Municípios
A “Lista dos Ranchos Folclóricos” disponível na Meloteca e a informação nesta plataforma resultam de uma pesquisa aturada no Google e da nossa proximidade nas redes sociais. Para o Musorbis foram revistos todos os historiais de grupos.