Guimarães e os seus músicos
Músicos naturais do concelho de Guimarães
Artigo em desenvolvimento
- Alberto Araújo (direção, 1996)
- Álvaro Nobre Machado (fagote, contrafagote)
- Bernardo Valentim Moreira de Sá (violino, 1853-1924)
- Carlos Lopes (composição, 1995)
- Elisabete Matos (soprano, 1964)
- Emanuel Salvador (violino)
- Francisco Pereira Pinto (maestro)
- João Martinho (trombone)
- José Almada (cantor)
- Luna Bastez (cantora)
- Pedro Emanuel Pereira (pianista)
- Ricardo Freitas (maestro)
- Sofia Escobar (soprano)
- Tiago Simães (pedagogo, 1980)
- Vasco Silva de Faria (direção, 1978)
- Vera Lima (fado)
- Vítor Faria (trombone, 1978)
- Zeferino Pinto (trombone)
Alberto Araújo
Alberto Araújo (Guimarães, Portugal, 1996) iniciou os estudos musicais no Conservatório de Guimarães em Piano e Formação Musical. Em 2016, licenciou-se se Direção Coral e Formação Musical na Escola Superior de Música de Lisboa. Em 2015 estudou no Kodály Institute of the Liszt Academy of Music, em Kecskemét, Hungria, ao abrigo do programa Erasmus, regressando em 2017 para fazer o diploma em Advanced Choral Conducting com o professor Péter Erdei.
Em 2018, lecionou Coro, Formação Musical e Iniciação Musical na Academia Musical dos Amigos das Crianças. Durante o ano de 2019 assumiu o cargo de Music Assistant na St. Julian’s School. Como maestro, foi diretor de coro dos Pequenos Cantores de S. Tomás de Aquino no ano de 2018 e trabalha regularmente com o Eborae Música, Coro Regina Coeli e o Grupo Coral de Queluz. Dirigiu e esteve envolvido na fundação dos “Semínimos”, coro infantil sediado em Mafra Foi membro do World Youth Choir e do Tenso European Chamber Choir em 2017.
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Francisco Pereira Pinto
Francisco Pereira Pinto, maestro, nasceu a 23 de abril de 1964 em Guimarães. Aos 13 anos de idade começou os estudos musicais na filarmónica das Caldas das Taipas. Continuou a desenvolver a sua aprendizagem no Conservatório de Música da Fundação Calouste Gulbenkian em Braga.
Em 1983, fez concurso para admissão na Banda da Guarda Nacional Republicana, onde presentemente tem o posto de sargento-mor.
Concluiu o curso de Clarinete no Conservatório em Lisboa, tendo como professores: António Saiote, Jorge Trindade e Manuel Jerónimo, em Clarinete; Salomé Leal, em Formação Musical; Paulo Brandão, Jorge Peixinho e Eurico Carrapatoso, em Análise e Técnicas de Composição; Francisco Melo, em Acústica; Fernanda Melo, em História da Música e Peres Newton em Música de Câmara.
Frequentou em 1990, em Setúbal um curso de Música de Câmara orientado pela Pianista Olga Prats. Participou em várias orquestras, nomeadamente: Orquestra Sinfónica Juvenil, Orquestra Portuguesa da Juventude, Orquestra das Escolas Particulares e Orquestra “os insólitos”. É membro fundador do Quarteto de Clarinetes Chalumeau, onde já atuou por todo o País e Arquipélago dos Açores onde ministrou cursos de aperfeiçoamento de Clarinetistas. Lecionou ainda Clarinete na Academia Luísa Todi em Setúbal e no Conservatório Silva Marques em Alhandra.
Em 2008, foi condecorado pela Câmara Municipal do Seixal com a medalha de mérito cultural. No campo do ensino da Música em Coletividades, dirigiu a Banda da Sociedade Filarmónica Timbre Seixalense, a Banda da Sociedade Filarmónica da Gançaria, a Banda da Sociedade Filarmónica Gualdim Pais de Tomar e a Orquestra do Clube Recreativo da Cruz de Pau. Dirige a Banda da Associação Desportiva e Recreativa “o Paraíso”, em Vale do Paraíso, Azambuja, e a Banda Filarmónica da Academia de Instrução e Recreio Familiar Almadense.
João Martinho
Trombone Solista na Philharmonisches Staatsorchester Hamburg, residente em Hamburgo desde 2017, João Martinho teve o primeiro contacto com a música aos 7 anos de idade, na Banda Musical de Caldas das Taipas, de onde é natural. Em 2001, ingressou no Conservatório de Música Calouste Gulbenkian de Braga, onde teve o privilégio de estudar com o professor Zeferino Pinto, terminando em 2009. Nesse mesmo ano, iniciou a licenciatura na Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo do Porto (ESMAE) na classe do professor Severo Martinez e obteve o contrato de solista B (2°Trombone) na Orquestra Sinfonica do Porto – Casa da Música.
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Elisabete Matos
Natural de Caldas das Taipas, Elisabete Matos estudou canto e violino no Conservatório de Música de Braga e, como bolseira da Fundação Gulbenkian, completou a sua formação em Espanha com Ángeles Chamorro, Marimí del Pozo, Félix Lavilla e Miguel Zanetti. Estreou-se na Ópera de Hamburgo como Alice Ford (Falstaff) e Donna Elvira (Don Giovanni). Em 1997 participou na inauguração do Teatro Real de Madrid, tendo interpretado Marigaila na estreia mundial de Divinas Palabras, de A. García Abril, ao lado de Plácido Domingo. Foi de imediato convidada pelo célebre tenor para interpretar o papel de Dolly, na Washington Opera, numa nova produção de Sly, de Wolf-Ferrari, com José Carreras.
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Elisabete Matos
Ricardo Freitas
Ricardo Freitas, regente de banda, nasceu a 23 de fevereiro de 1977 em Pevidém –Guimarães. Iniciou os estudos musicais na Sociedade Musical de Pevidém.
Licenciou-se pela Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo do Porto na classe de Clarinete de António Saiote.
Participou em classes de aperfeiçoamento com António Saiote, Jorge Trindade, Michel Arrignon, Phillipe Cuper, Carlos Alves, Guy Deplus, Carbonare, Peres Pique, entre outros.
Participou em várias orquestras como: Orquestra Artave, Orquestra das Escolas Particulares 94, Sinfonieta, Remix Ensemble, Remix Orquestra, Orquestra do Norte, Orquestra Invicta de Clarinetes e Nacional de Sopros dos Templários.
Trabalhou com os seguintes maestros: Ernest Schelle, Emílo de César, Juan Trillo, Christophe Millet, Atalaya, Kevin Wauldron, Omri Hadari, António Saiote, Robert Houlihan, Stephen Asbury, entre muitos outros. Apresentou-se a solo com a Orquestra Artave sob a regência dos maestros Roberto Tiribiçá e Ernest Schelle.
Em 1997, foi laureado com o 3º prémio (nível superior) no I Concurso Nacional de Jovens Clarinetistas, e obteve o 2º prémio no mesmo concurso em 1999, assim como o 2º prémio em musica de câmara nível superior – Prémio Jovens Músicos – no respetivo ano. Foi finalista no 1º concurso internacional realizado pelo Clarmeetoporto onde se apresentou a solo na final com a Orquestra Nacional do Porto interpretando o Concerto de Mozart.
Orientou classes de aperfeiçoamento em Oliveira do Bairro, Piaget de Viseu, Conservatório de Vila Real, Paços de Brandão, Pocariça (Cantanhede), Felgueiras e Academia de Música de Paredes.
A convite do Porto 2001 S.A. realizou a ópera “Satyricom” de Bruno Maderna sob a regência do maestro Aldo Brizzi no qual fez o papel de clarinete solo, sobre a mesma identidade realizou a ópera “Cosi Fan Tutti” de Mozart. Com Orquetra Gulbenkian e com o Remix Ensemble estreou a obra Trames de Emanuel Nunes para comemorar os 500 anos da descoberta do Brasil. Gravou para a RTP e RDP.
Frequentou cursos de direção de orquestra e classes de aperfeiçoamento com: Ernest Schelle, António Saiote, Jan Cober, Marcel van Bree, Eugenne Corporon e Douglas Bostock.
A convite da Federação Transmontana e Duriense de Bandas Filarmónica (FTDBF) realizou imensos concertos nas principais cidades do distrito de Vila Real e em Espanha entre 2004 a 2006 encontrando-se estes trabalhos editados em DVD.
Desde 2003 dirige a Banda de Vilela.
Luís Cardoso dedicou-lhe a obra “Freitas” –Fantasia Espanhola para banda, e Ferrer Ferran dedicou as obras “Castelo do Inferno” (encomendada para celebrar os 150 anos da Banda de Vilela – vencedora do concurso de composição Cidade Torrevieja VII) e Vilela (Poema Sinfónico) a José Ricardo e à Banda de Vilela. Entre muita atividade com a Banda de Vilela, destaca-se a cooperação com a prestigiada editora Holandesa Molennar com a qual já gravou 3 CD e um 2º lugar no grande Certâmen de Bandas de Villa de Altea, em 2008. Em 2010, a Banda atuou na Casa da Música na Sala Suggia, encontrando-se este concerto registado em DVD. Já com a Banda de Vilela editou 2 CD, um deles dedicado a compositores portugueses com o título “Simplesmente Nosso”.
Sofia Escobar
Sofia Escobar é natural de Guimarães. Concluiu o curso de canto do Conservatório de Música do Porto, tendo posteriormente viajado para Londres para estudar canto e representação na Guildhall School of Music and Drama. Participou em espetáculos de teatro musical no Teatro Rivoli, no Porto, e no Teatro Nacional de São Carlos, em Lisboa. Já em Londres, foi selecionada para representar a personagem principal, Christine Daaé, em O Fantasma da Ópera, de Andrew Lloyd Webber. Interpretou também o papel de Maria na produção comemorativa do 50.º Aniversário de West Side Story, de Leonard Bernstein, no West End de Londres, seguindo-se digressões no Reino Unido, em França, em Itália e na Malásia. Muito elogiada pela crítica londrina, Sofia Escobar recebeu o prémio para “Melhor Atriz num Musical” nos Whatsonstage Theatregoer’s Choice Awards e foi nomeada na mesma categoria para os prémios Laurence Olivier pela sua atuação em West Side Story.
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Sofia Escobar
Emanuel Salvador
Nascido em 1981, Emanuel Salvador conta com importantes apresentações como solista e recitalista em conceituadas salas de concerto, tais como St. Martin-in-the-Fields e Southwark Cathedral (Londres), Philharmonic Hall (Uralsk – Casaquistão), Museu Gulbenkian e Auditório do Banco de Portugal (Lisboa), Auditório Príncipe Filipe (Oviedo), Igreja de Sto. António (Roma) e Teatro Manoel (Malta). Foi distinguido com diversos prémios em concursos nacionais e internacionais, tais como 1º prémio nos concursos Isolde Menges (RCM) e Beckenham Festival; Barbirolli Memorial e Wolfson Foundation award; 2º prémio no Concurso Prémio Jovens Músicos (nível médio); 1ª Menção Honrosa no Concurso Internacional Júlio Cardona na Covilhã, entre outros. Foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian de 2000 a 2003.
Veja AQUI a sua discografia.
Zeferino Pinto
Zeferino Pinto iniciou os estudos musicais na Banda Musical das Caldas das Taipas. Ingressou no Conservatório de Música Calouste Gulbenkian de Braga na classe de Alexandre Fonseca. Concluiu o curso de Trombone no Conservatório Nacional de Lisboa sob a orientação dos professores Hermenegildo Campos e Emídio Coutinho.
Foi membro da Banda da Guarda Nacional Republicana, Orquestra Sinfónica juvenil, Orquestra das Escolas de música Particulares. De 1996 a 2001 colaborou com a Orquestra Nacional do Porto. Colaborou regularmente com as Orquestras da RDP, Teatro Nacional de S. Carlos, Nova Filarmonia Portuguesa, Orquestra das Beiras, Fundação Calouste Gulbenkian, Metropolitana de Lisboa, Sinfónica Portuguesa e Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música.
Zeferino Pinto
Orientou classes de aperfeiçoamento ESPROARTE – Escola Profissional de Arte de Mirandela, Instituto Piaget de Mirandela, e na Academia de Música de Lousada com o Quinteto de Metais do Porto, Conservatório de Música do Porto, Conservatório de Música de Vila Real, Academia de Música de Cantanhede, Santa Maria de Feira com os Portuguese Brass, no Conservatório Regional de Ponta Delgada, Academia de Música Fernandes Fão, Academia de Música de Paredes, Escola Profissional de Artes da Beira Interior.
Foi professor da Escola de música Nossa Senhora do Cabo, de Linda-a-Velha, Academia de Música Valentim Moreira de Sá, em Guimarães, Academia de Música José Atalaya em Fafe, Escola Profissional de Artes da Beira interior, Artave – Escola Profissional Artística do Vale do Ave, Conservatório de Música de Barcelos e Instituto Piaget de Mirandela.
Foi júri convidado no Concurso internacional de instrumentos de sopro “Terras de La Salette” – Oliveira de Azeméis, Concurso Internacional de Sopros do Alto Minho, Concurso internacional de Trombone de Castelo de Paiva, CULTIVARTE Jovem no 4º Concurso Nacional de interpretação Música, Júri de exames no Conservatório Regional de Ponta Delgada, Júri de PAP na Escola Profissional de Arte de Mirandela ESPROARTE e Escola Profissional de artes da Beira Interior EPABI.
É professor de Trombone no Conservatório de Música Calouste Gulbenkian de Braga, membro fundador do Portuguese Brass Associação de Metais, fundador do Braga Trombone Festival. É artista Greenhoe.
HISTÓRIA DA MÚSICA
Francisco António Solha
Francisco António Solha, notável organeiro português, não nasceu em Guimarães, mas estabeleceu oficina de organaria na cidade. Natural do “reino da Galiza”, Francisco António Solha (c.1720 – 1794) fez parte do grupo de cinco ajudantes que acompanharam Frei Simón Fontanes, na construção dos grandes órgãos da catedral, identificado nas folhas de pagamento pelo nome próprio “Francisco” .
Mesmo subsistindo algumas dúvidas quando à data do seu nascimento, foi ainda com tenra idade que integrou a equipa que veio construir os órgãos da capital minhota, como aprendiz do ofício de organeiro. Um estudo genealógico realizado por Herminio Lado, apresenta-o como sobrinho do mestre Simón Fontanes e primo de João de Fontanes Maqueira, de linhagem oriunda de Santiago de Compostela e de Pontevedra. Numa nota do Tabelião Público de Braga, em 19 de julho de 1737, surge: “Francisco António Solha do reino de Galiza, assistente na cidade de Braga na fábrica dos órgãos”.
Em 1755, recebe o primeiro pagamento para a construção dos órgãos da Sé de Lamego, que conclui em 1757. No someiro deixou o seguinte texto: “P. Honra e Gloria de Deos e de Maria Santissima Senhora N. Mandou fazer este órgão o Ex.mo e Rm.º Snr. D. Fr. Feliciano de N. Snr. E Bispo deste Bispado por mim Francisco Antonio Solha, esto foi no Anno de 1757” (Jordan, 1984: 120). Este parece ter sido o seu primeiro trabalho. Em 1759, estabeleceu oficina em Guimarães, na rua da Fonte Nova, onde casa com Francisca Rosa, em 1771. Um ano antes construiu o órgão para a igreja de São Domingos, da mesma cidade, onde também deixa uma inscrição com o seu nome, alo que parece usual pois, em 1767, faz o mesmo no órgão de São João de Tarouca.
Em 1761, desloca-se a Braga afim de analisar o trabalho de Simão Fernandes Coutinho no órgão de Santa Cruz: “Francisco António Solha, mestre organeiro, da vila de Guimarães, veio por ordem desta mesa examinar o concerto do órgão”. Em 1785, realizou o grande órgão da casa mãe da Ordem Beneditina, Tibães, onde nos é fornecido outro dado interessante. Numa inscrição, dividida em três, na fachada do órgão de Tibães, surge: “Sendo D. Abb.e G.al da Congreg.am o Rev.mo P. M. Dor F. José Joaquim de Sta Teresa / Fes este Orgão no anno de 1785 / D. Francisco António Solha, Vice Consul de Hesp. Por S. Mag. Cath.”. Esta sugere, que o organeiro terá recebido o título de vice-cônsul, o que é interessante pois, em 1762, apresentou um requerimento à Junta do Comércio, identificando-se como “D. Francisco Antonio Solha, Artifice de Orgãos, natural de Galiza, assistente neste Reino há 10 anos”, para obtenção de nacionalidade portuguesa. Outro aspeto interessante em Solha foi o “patrocínio” dos beneditinos, pois foram-lhe confiados os trabalhos das mais importantes Casas da Ordem, no Norte de Portugal. Realizou vários trabalhos a par do beneditino bracarense Frei José de Santo António Vilaça (1731-1809), insigne desenhador da talha, do qual são as caixas dos órgãos de Refoios de Basto, Alpendurada, Tibães, Santa Marinha da Costa, Vilar de Frades, São Francisco de Real e Misericórdia de Guimarães, entre outros.
(José Alberto Rodrigues)