Oliveira de Azeméis e as suas filarmónicas
Bandas Filarmónicas de Oliveira de Azeméis
História, bandas de música e atividades no Concelho
- Banda de Música de Carregosa
- Banda de Música de Loureiro
- Banda de Música de Pinheiro da Bemposta
- Banda de Música de Santiago de Riba-Úl
- Banda Musical de Fajões
- Sociedade Filarmónica Cucujanense
Banda de Música de Carregosa
A Banda de Música de Carregosa foi fundada em 1889 por escritura pública na residência paroquial de Carregosa, intitulada como “Philarmónica de Santa Cecília de Carregosa”. Teve como fundadores vários carregosenses, destacando-se Francisco Vaz da Silva, primeiro maestro da Banda. Desde a sua fundação foram regentes: Francisco Vaz da Silva, João José Correia, Artur Tavares de Pinto, João José Correia Lopes, Armando Pinho Dias, Abílio Nascimento, Álvaro Ribeiro Aguiar, António Aguiar, Justino Fernandes, Constantino Ramadas, António Baptista, Alberto Vieira, Américo Nunes, Amílcar Cunha, Saul Silva, Fernando Costa, José Magalhães, Joaquim Costa e Nélson Jesus. Desde 2015 é regente o Professor Valter Palma, natural de Vila Real.
BMC
Atualmente denominada por “Banda de Música de Carregosa”, inaugurou a atual sede em 1995, o que tem permitido o desenvolvimento qualitativo dos intervenientes da BMC. Tem dois discos editados, em 2002 e em 2009. Ao longo da sua centenária história, além de várias festas e romarias por todo Portugal, conta com várias digressões a Espanha, à Ilha da Madeira onde participou na Festa da Flor na cidade do Funchal em 1997 e ao Brasil onde realizou concertos na cidade de Vassouras e na comunidade portuguesa denominada de Arouca Barra Clube no Rio de Janeiro em Março de 2002.
Em 2011, no âmbito das comemorações do 175° aniversário do Governo Civil de Aveiro, foi-lhe atribuída a Condecoração Honorífica de Mérito Distrital por decisão do mesmo. Em 2013 foi condecorada com a mais alta distinção Honorífica da Freguesia de Carregosa, com uma medalha de ouro, passando a figurar na toponímia da respetiva freguesia. Em 2016 obteve o 3º lugar do 1º prémio do CIB que se realizou no Europarque em Santa Maria da Feira.
Da coletividade têm saído excelentes executantes para diversas bandas civis, militares e várias orquestras de renome nacional e internacional fruto do trabalho realizado pela escola de música. A BMC, atualmente é composta por cerca de 65 elementos, na sua maioria jovens.
BMC
Banda de Música de Carregosa
Banda de Música de Loureiro
Aquando do seu aparecimento em 1899, a Banda de Loureiro foi batizada com o nome de Harmonia Loureirense, nome confirmado pelos 22 elementos fundadores por escritura pública de 13 de Junho de 1901. Teve como primeiro Maestro José Maria Valente de Almeida (Pedro) de Pardilhó e como primeiro Presidente Joaquim Pereira Rainho.
BML
Com o andar dos anos foi mudando de nome: Banda de S. João de Loureiro, Banda Barão de S. João de Loureiro, Banda Musical de Loureiro e Banda de Música de Loureiro.
Com a criação de uma escola de música – Escola Banda de Música de Loureiro – subiu a qualidade e a quantidade dos executantes e, como consequência, o nível artístico da Banda, o que lhe abriu as portas da internacionalização – Espanha, Venezuela e Estados Unidos da América.
Banda de Música de Pinheiro da Bemposta
Em 1881 nasceu a Sociedade Phylarmónica Harmonia Pinheirense”- primeira denominação oficial, alterada em 1901 para “Sociedade Harmonia Pinheirense”, adotando, posteriormente, a designação de “Sociedade Musical Harmonia Pinheirense”. Em 1882 (dois meses após a sua fundação) a Banda adquiriu no Porto o primeiro instrumental e, pouco tempo volvido, aconteceu o batismo formal, tocando então em público pela vez primeira e sob a batuta de um dos fundadores – Caetano Dias Ferreira, seu primeiro regente.
Tinha a Banda por essa altura como sede, uma pequena casa da família Arêde, na Rua das Vendas e que lhe serviu de berço durante oito anos. Depois, mudou-se para um prédio à entrada da “Quinta do calvário” onde instalou o quartel-general que manteve ao longo de setenta e sete anos, sempre gratuitamente, por especial deferência do proprietário, Dr. Daniel de Araújo Ribeiro.
Em 1913 terá sido a primeira Banda civil em Portugal a utilizar um instrumental em diapasão normal, totalmente niquelado, expressamente fabricado em Paris, oferecido por Sebastião Lopes da Cruz e inaugurado com a pompa que a circunstância exigia, nas tradicionais festas em honra de Nossa Senhora de La Salette desse ano.
O livro escrito pelo fundador, datado de 1884, menciona explicitamente a aquisição de algumas partituras, hinos e ordinários (marchas), sabendo-se que, posteriormente, e durante vários anos o repertório era constituído por trechos de óperas, operetas e zarzuelas. Datam de 1966 os Estatutos que garantem à Coletividade a sua existência legal e personalidade jurídica.
Em 1981, a comemoração do centenário da Banda mereceu honras de acontecimento pouco visto na terra ao congregar num programa variado atividades diversas ao longo de três semanas, desde os desfiles e concertos de Bandas (aniversariante e convidadas) até ao descerramento de uma placa na sede, passando pela romagem ao cemitério (onde também foi descerrada uma placa), a emissão de uma medalha comemorativa e a condecoração dos músicos mais antigos.
Em 1987 a aquisição de um novo e completo instrumental possibilitou, não só, a distribuição dos instrumentos existentes pelas classes mais adiantadas de aprendizagem, como representou um notável e importante incremento para a Escola de Música. Dois anos mais tarde (1989) teve início o arrojado projeto da restauração do edifício-sede (adquirido em 1966) e em 1990 foi comprado o novo fardamento.
Em 1990 fez uma digressão ao Rio de Janeiro, onde se instalou na Casa de Viseu durante oito dias. Além de se apresentar em várias outras casas regionais (Casa de Aveiro, Casa de Vila da Feira, Arouca Barra Clube e Clube Português de Niterói), atuou ainda com a Banda Sinfónica da Policia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ), no Consulado Português, no Campo de S. Bento Icaraí – Projecto “Banda na Praça” e na cidade de Rio Bonito, no interior do Estado do Rio de Janeiro onde foi recebida pelo representante da Secretaria de Estado da Cultura do Rio de Janeiro.
Em 1995, a Banda inaugurou as suas restauradas instalações. Com cerca de seis dezenas de executantes, o corpo de músicos é uma mescla da juventude de uns com a experiência de outros.
BMPB
Banda de Música de Santiago de Riba-Ul
Sendo a banda mais antiga do país em exercício, a Banda de Santiago de Riba-Ul ostenta um passado glorioso a caminhar para três séculos de existência. Reconhecida de Utilidade Pública nos termos do decreto-lei nº 460/77, a coletividade encontra-se inscrita na Federação Portuguesa das coletividades de Cultura e Recreio com o nº980. Embora não exista uma data precisa da sua fundação, presume-se a sua existência desde 1722, pelos vários registos e documentos que pertencem ao espólio da banda e que neste momento se encontram guardados por algumas entidades, tais como a Universidade de Aveiro.
Um desses registos que comprovam a antiguidade da Banda de Santiago é a partitura dedicada a sua Alteza Real, a Senhora Dona Carlota Joaquina, Princesa do Brasil, composta por António S. Leite, Mestre de Capela, natural da cidade do Porto, intitulada “Sonatas de Guitarra”. Dos arquivos do ano de 1847 do Município de Oliveira de Azeméis, relativamente à freguesia de Santiago de Riba-Ul, transcreve-se o seguinte: “Existe n’esta frequezia uma antiga phylarmonica e orchestra, muito conhecida n’esta região e até em pontos distantes d’ella. Consta que já existia no seculo XVIII. O distincto compositor portuense Francisco Eduardo, que por vezes aqui veio, acompanhando de Manoel de Souza Carqueja, seu dedicado amigo, deixou-lhe algumas composições originaes”.
Ao longo da sua história, a Banda de Música de Santiago de Riba-Ul tem vindo a receber diversas condecorações e homenagens, pelo seu enorme valor patrimonial e artístico. Em 1967, foi condecorada pela Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis com a atribuição do nome da coletividade a uma rua da freguesia, altura a partir da qual passou a vigorar o topónimo: “Rua da Banda de Santiago de Riba-Ul”. Esta rua é onde está situada a sede da Banda. Voltou a ser homenageada pela Câmara com a Medalha de Mérito Municipal de Oliveira de Azeméis. Em 1998 foi-lhe conferido o título de Membro-Honorário da Ordem de Mérito, pelo Presidente da República, Jorge Sampaio. No início do século XXI, foi recuperado um instrumento antigo, um rabecão, datado de meados do século XIX, sendo mais uma prova do valor histórico que a banda tem enquanto coletividade. Com o intuito de o dar a conhecer às pessoas, a sua imagem pode encontrar na sobrecapa do primeiro CD da Banda.
A Banda de Música de Santiago de Riba -Ul aprresentou-se em diversos espetáculos desde teatros, concertos e serviços religiosos (muitos deles interpretando composições criadas pelos próprios músicos e maestros). A Banda primava também pelo seu grupo coral que teve, através dos tempos, grandes cantoras. Merecem especial referência a amadora D. Leopoldina Pinto Basto da Costa Kopke de Carvalho, D. Maria da Assunção Ferreira de Azevedo, D. Maria Augusta da Costa Lemos, D. Elvira da Costa Marques e a consagrada Rosa das Tabuaças.” Ainda hoje a coletividade apresenta um coro composto por diversas vozes, masculinas e femininas, sendo solicitado todos os anos para os mais diversos serviços religiosos.
Um dos primeiros maestros de que há memória chamava-se Valério, que mais tarde fundou a Música Velha de Ovar. A partir dessa altura, encontra-se no historial da Banda um recheado leque de maestros: Manuel da Silva Pereira, o distinto compositor portuense Francisco Eduardo (que enriqueceu a coletividade com algumas composições originais), Manuel José de Pinho Júnior, Augusto da Silva Pereira, Armando de Pinho Dias (autor da música do hino da banda), Manuel Moreira, Júlio Carvalho Azevedo, Armindo da Silva Pinho, Joaquim Fernandes, M. Correia, Emídio Costa, António Ferreira da Silva, José Alexandre Silva Sousa, Mário Afonso Costa e Diamantino Monteiro. Desta extensa lista, destaca-se o nome de Augusto da Silva Pereira, compositor, maestro e professor de música, aclamado pela imprensa regional da época e apelidado de “hábil rabequista” (violinista), cujos antepassados eram Santiaguenses. Deste 2016, essa função é desempenhada por Tiago Soares.
Atualmente, apresenta-se com um grupo de cinquenta executantes de todas as idades, com predominância para jovens de ambos os sexos, e é solicitada para as mais diversas funções, desde concertos, encontros de bandas, concursos, até às tradicionais festas populares. Em 2017, alcançou o 3º lugar com pontuação de 2º prémio na IV edição do concurso internacional de bandas CIB Filarmonia Douro. Possui uma Escola de Música, coordenada pelo atual maestro da Banda, conta com cerca de 60 alunos e tem como objetivo investir na formação dos seus alunos para que um dia reforcem a Banda como seus executantes.
BMSRU
Banda Musical de Fajões
A Banda Musical de Fajões (Oliveira de Azeméis) é uma coletividade cultural, recreativa e artística, reconhecida como Associação de Utilidade Pública, cuja fundação remonta a 1926, sob a denominação de “Tuna Invicta de Fajões”, e com existência legal desde 1953.
Das suas atribuições destacam-se a promoção e participação em festas, saraus, concertos, classes de aperfeiçoamento, diversões e tudo mais que possa recriar e instruir. Neste sentido, a Banda Musical tem atuado em diversos pontos do país, com filarmónicas de grande relevo nacional, bem como prestado homenagem a diversas entidades públicas e privadas.
O seu corpo musical, com cerca de 75 elementos, é constituído, em grande parte, por músicos formados na sua escola e, em complemento destes, por músicos de enorme projeção nacional e internacional, atuando profissionalmente nas mais importantes orquestras portuguesas. Nas últimas décadas, épocas de maior ascensão da coletividade em termos artísticos, a banda esteve sob a direção dos maestros Américo Nunes e António Moreira Jorge e, desde 2009, do maestro Bruno Costa.
Em 1999 foi publicado o livro “A Banda Musical de Fajões na sua história local e regional”, pelo escritor e historiador Dr. Samuel de Bastos Oliveira, tendo, 2 anos mais tarde, surgido o primeiro CD desta coletividade intitulado “Carnaval de Veneza.
Em 2008, no seguimento de uma eletrizante atuação no Europarque em Santa Maria da Feira, com intervenção do trompetista Jorge Almeida (solista da Orquestra Sinfónica Portuguesa e, à época, membro da banda ), surgiu novo CD. Em 2010, teve a sua primeira internacionalização na cidade de Lucé (França).
Entre 2011, por iniciativa do diretor artístico, surgiu a 1ª edição do Musicalidades®, evento criado com a missão de proceder à descentralização cultural e proporcionar cultura e arte. Esta edição do Musicalidades® foi registada em DVD, possibilitando, desta forma, re(vi)ver 6 concertos de grande qualidade nos quais participaram músicos de relevo nacional e internacional.
Em 2012, a Banda Musical gravou um CD duplo, intitulado “7 Maravilhas”, cuja apresentação decorreu em julho no Cineteatro Caracas (Oliveira de Azeméis), num espetáculo de música e multimédia inserido no IV Festival de Bandas “Oliveira Filarmónica”. Este trabalho engloba obras do seu repertório habitual, assim como temas inéditos, algumas estreias nacionais e mesmo uma estreia mundial: “El Motivo” do compositor português Nuno Osório.
Dando sequência ao projeto iniciado em 2011, decorreu, entre setembro e outubro de 2013, a 2ª edição do Festival Musicalidades®, no qual, durante 3 semanas, em Fajões, atuaram diversos nomes de relevo da música erudita nacional e internacional.
Em 2014, na sua primeira participação num concurso de bandas, teve a ousadia de concorrer ao nível artístico mais elevado (1ª categoria) no 5º Concurso Internacional de Bandas do Ateneu Artístico Vilafranquense, arrecadando um 3º lugar, entre um total de 33 bandas participantes. No mesmo ano, como corolário de todo o trabalho desenvolvido, a Banda Musical de Fajões foi convidada a participar nas Ferias y Fiestas en honor a Santa María de la Vega, festas principais da cidade de Salamanca (Espanha).
Em 2016, ano da comemoração do seu nonagésimo aniversário, foram quatro os marcos que a coletividade viu gravados no seu historial: apresentou a sua nova obra discográfica, intitulada “Em Conquista”, sendo considerada, unanimemente, uma obra de referência no panorama filarmónico nacional; repetiu a presença no Concurso Internacional de Bandas do Ateneu Artístico Vilafranquense (6ª edição), arrecadando dois troféus, o 2º lugar na 1ª categoria e também o Prémio Tauromaquia para melhor interpretação de um Pasodoble; participou no X Festival Hispano-Luso de Bandas de Música y Ensembles de Viento realizado em Zamora (Espanha); e, em novembro, arrecadou o 2º lugar no III Concurso de Bandas Filarmónicas de Braga bem como o prémio Batuta de Prata para melhor maestro.
Em 2017, além das suas atividades habituais, a Banda Musical gravou nova obra discográfica, num CD exclusivamente dedicado ao Fado, com solos pela trompete de Jorge Almeida. Ainda nesse ano, participou no IV Concurso de Bandas Filarmónicas de Braga tendo arrecadado o 3º lugar de entre as 15 bandas participantes. Em 2019, a coletividade promoveu um espetáculo para banda e coro com mais de 100 elementos, em homenagem ao compositor espanhol Óscar Navarro, momento que ficou registado em DVD. No mesmo ano, voltou a participar no Concurso de Bandas Filarmónicas de Braga, na sua VI edição, sendo das bandas mais premiadas, conquistando três troféus: o 1º lugar no prémio “São João de Braga”, o 2º lugar no prémio “Município de Braga” e ainda o prémio Batuta de Prata para melhor maestro.
Sociedade Filarmónica Cucujanense
A Sociedade Filarmónica Cucujanense nasceu em 1891 como Sociedade Musical de Cucujães, pela mão do monge beneditino Plácido Gonçalves. Por Manuel Brandão foi oferecido o primeiro instrumental, iniciando os trabalhos sob a batuta de fundador. Mas como o seu estado não permitia acompanhar a Filarmónica nas suas deslocações, houve necessidade de contratar regentes estranhos. Em 1918, António Pinto Godinho passou para a frente da Banda, que atingiu o seu auge nos anos 50 sendo considerada uma das melhores bandas dessa época. A Banda estagnou mais tarde, nos anos 60. No final da década de 1960, a Banda cai por terra.
Após uma interrupção de mais de 30 anos de completa inatividade, um grupo de cucujanenses reativou a coletividade em 1999. A sua escola tem 70 alunos.
SFC