Ponta Delgada e a Música Clássica
Música Clássica em Ponta Delgada
Associações, grupamentos e atividades no Concelho
Quadrivium – Associação Artística
Correio eletrónico: quadryvium@gmail.com
A Quadrivium – Associação Artística, fundada em Maio de 2009, é uma associação sem fins lucrativos, sediada em Ponta Delgada. Tem como um dos seus objetivos o contributo para o desenvolvimento musical do nosso meio, bem como a defesa da cultura e do património artístico da região. Pretende a construção de um espaço de realização artística, estabelecendo-se parcerias com outros agentes culturais da região, através dos quais se possa contribuir para o desenvolvimento de um meio musical profissional.
A associação alberga agrupamentos profissionais como a Sinfonietta de Ponta Delgada, a Orquestra de Câmara de Ponta Delgada, o Quarteto Quadrivium e o Quinteto de Sopros – Arquinteto.
Tendo desde a sua formação elegido a juventude como destinatário privilegiado da sua atividade, integra ainda esta associação uma orquestra de jovens – a Orquestra Quadrivium, e, no âmbito formativo, a Academia de Música de Vila Franca do Campo.
ArQuinteto
Quinteto de sopros que pretende fazer uma viagem pelas grandes obras do classicismo da música erudita e chegar até à linguagem mais livre da música do século XX, o ArQuinteto é formado por flauta, oboé, clarinete, trompa e fagote. É formado por músicos residentes na Região Autónoma dos Açores, os quais se apresentam publicamente em diversos projetos. Formaram o quinteto em 2015 com o intuito de colmatar a falta deste tipo de agrupamento na região bem como pelo prazer de fazer música de câmara para este tipo de grupo. Apresentou-se na Igreja do Colégio, na ilha das Flores, no âmbito da Temporada Artística 2016 e no Festival “The Music World”, em parceria com o Vox Cordis.
Orquestra Quadrivium
A Orquestra Quadrivium foi fundada em 2009, juntamente com a Quadrivium – Associação Artística, e foi o primeiro projeto orquestral da associação. Na sua génese está a formação de jovens músicos, estes oriundos de várias localidades e com diversas formações musicais – sejam de escolas de música ou de bandas filarmónicas.
Tendo começado por ser um agrupamento constituído por cordas e sopros, esta orquestra apresentou-se já com diferentes formatos – uns mais reduzidos, outros de maior dimensão – e procura explorar diferentes obras dos mais variados períodos e géneros musicais.
Por ser um projeto de cariz essencialmente pedagógico e colaborativo que conta quase uma década de existência, acaba por juntar várias gerações de músicos cuja formação descende da Quadrivium. Assim, dá-se a particularidade de os estágios que esta orquestra realiza serem orientados por membros que estiveram presentes na sua estreia. Alguns destes membros hoje em dia prosseguem os seus estudos musicais a nível superior, em Portugal Continental ou no estrangeiro, e, em alguns casos, já se encontram com atividade bem assente no meio profissional nacional.
A estreia da Orquestra Quadrivium deu-se no Teatro Micaelense sob a direção de Amâncio Cabral, o seu primeiro Diretor Artístico. Desde então tem oferecido aos seus elementos não só a possibilidade de conhecerem e tocarem obras do repertório orquestral mais estandardizado, como também de se apresentarem a solo com a mesma. Nesta vertente destacam-se Ana Paula Sousa, Ana Teresa Oliveira, Filipe Raposo, Amadeu Resendes, Marco Patrício, Lívio Dias e Raquel Machado.
O agrupamento serve como plataforma de integração dos seus membros mais avançados na Sinfonietta de Ponta Delgada, que ocupa o lugar de projeto orquestral profissional da Quadrivium – Associação Artística, sob uma perspetiva formativa.
Apresentou-se no Teatro Micaelense, no Coliseu Micaelense e em diversos outros locais da ilha de São Miguel. Para além de poder oferecer aos seus elementos a possibilidade de tocar nas maiores salas dos Açores, a atividade desta orquestra também procura contribuir para a descentralização da oferta cultural no meio onde se insere.
Orquestra de Câmara de Ponta Delgada
Inicialmente formado por professores do Conservatório Regional de Ponta Delgada, este agrupamento surgiu em 2002, com a designação de Orquestra de Câmara do Conservatório Regional de Ponta Delgada. A sua atividade caraterizava-se tanto por uma vertente pedagógica como pela exploração de música de câmara para instrumentos de cordas. Naquele contexto realizou diversos concertos no âmbito da escola e em colaboração com diversas entidades e instituições, integrando, sempre que possível, alunos do Conservatório.
Em 2003 adotou a sua atual designação de Orquestra de Câmara de Ponta Delgada, mantendo, no entanto, os mesmos princípios que estiveram na sua gênese. A Quadrivium – Associação Artística, afirmando a sua faceta de instituição vocacionada também para a produção musical de índole profissional, assumiu, a partir do ano de 2013, a organização das atividades da Orquestra de Câmara de Ponta Delgada.
Dirigida desde o início por Grigori Spektor, tem atuado sobretudo em São Miguel, donde se destacam as temporadas de concertos no Salão Nobre dos Paços do Concelho, em Ponta Delgada, e as regulares atuações em todas as freguesias deste concelho, fruto de protocolo estabelecido com a Câmara Municipal de Ponta Delgada. Participou na Temporada da Direção Regional da Cultura em 2004, e colabora regularmente com diversos coros da ilha. Apresentou-se no Festival MusicAtlântico de 2005, com concertos em Santa Cruz da Graciosa e Lages do Pico. Atuou com diversos solistas, tais como Gabriela Canavilhas, António Teves, Sandra Medeiros, Patrícia Quintas, Eulália Mendes e Mário Alves, entre outros.
Constituída por doze instrumentistas de cordas, aborda um vasto repertório, do Barroco ao século XX e XXI, de música de câmara ou orquestral para cordas, eventualmente com instrumentos solistas. Apresenta-se normalmente em espaços intimistas, realçando a sua vocação camerística, e integra, com diversos concertos, a Temporada de Música de Câmara da Quadrivium – Associação Artística.
Sinfonietta de Ponta Delgada
A Sinfonietta de Ponta Delgada ocupa o lugar principal do projeto orquestral profissional da Quadrivium – Associação Artística, tendo surgido em resposta à necessidade local de se criar um agrupamento sinfónico de estrutura profissional, com atividade regular. Na génese da sua formação está o intuito de promover a execução da música sinfónica, procurando-se também dar uma resposta aos músicos que prosseguiram estudos musicais fora do arquipélago, proporcionando-lhes um espaço para desenvolverem a sua atividade artística.
A sua estreia aconteceu no Teatro Micaelense em 2011. Subiu novamente ao palco do Teatro em 2012 acompanhando o violinista Daniel Garlitsky, num concerto comentado por Gabriela Canavilhas. Ao longo dos anos seguintes, intensificou a sua atividade, tendo tido a oportunidade de trabalhar com solistas como Miguel Ivo Cruz, Sara Afonso, Ricardo Torres, Ana Sêrro, Liliana Sebastião, André Gaio Pereira ou António Rosado, e com maestros como César Viana, João Afonso Cerqueira, Marco Ferreira e Tiago Oliveira. A direção artística e musical está, desde a sua fundação, a cargo de Amâncio Cabral, sendo maestro convidado principal Jean Sebastien Béreau. Colabora regularmente diversas associações musicais ou agentes culturais locais, como é o caso da Vox Cordis – Associação Musical, do Coral de S. José ou do Estúdio de Dança de Ana Cymbron.
Sob a direção artística de Amâncio Cabral, já realizou concertos com solistas açorianos como Raquel Machado, Amadeu Resendes, Lívio Dias, Hugo Araújo e Ana Oliveira, nos quais se estrearam ou se executaram obras de jovens compositores como Sara Ross, João Costa, Rogério Medeiros, Antero Ávila e Ângela Ponte. Integrou a Temporada Artística 2015 e 2016 da Direção Regional da Cultura. Em Outubro de 2015 estreou-se em contexto operático, no Coliseu Micaelense, com a apresentação de Rita, de G. Donizetti, autor revisitado no ano de 2017 com a apresentação da ópera Don Pasquale. Seguiram-se, em 2018, Don Giovanni, de Mozart, e em 2019, Cavalleria Rusticana de P. Mascagni.