Santa Maria da Feira e as suas filarmónicas
Filarmónicas de Santa Maria da Feira
Bandas filarmónicas, história e atividades no Concelho
- Banda de Música de Arrifana
- Banda Marcial do Vale
- Banda Musical de Santiago de Lobão
- Banda Musical de Souto
- Banda Sinfónica de Jovens de Santa Maria da Feira
Banda de Música de Arrifana
A data oficial para a fundação da Banda de Música de Arrifana é de 19 de janeiro de 1803. Todavia, há um apontamento extraído da Junta de Freguesia de Arrifana, pelo Juiz Manuel Tavares da Costa que diz: «Pago a música de Arrifana, reis 3$00». O documento desapareceu e só existe a sua publicação e data 1770.
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O primeiro regente conhecido foi Inácio de Azevedo, nascido em 26 de março de 1754 e falecido em 28 de janeiro de 1836. Na década de 1920, a Banda de Música de Arrifana prosperou e afirmou-se no panorama musical, tanto a nível regional como nacional. Em 1928 foi integrada nos Bombeiros, passando-se a designar por Banda de Música dos Bombeiros Voluntários de Arrifana. Embora integrada nos Bombeiros, as direções são diferentes.
A Banda ensaiou em casas alugadas até 1934, ano em que com o apoio de toda a população começou a construir a sua sede e sala de ensaios, inaugurada a 8 de janeiro de 1935. Em 1936 a banda contava com 32 executantes. Os primeiros estatutos oficiais datam de 25 de janeiro de 1975. Em 1985 a banda foi reconhecida como Instituição de Utilidade Pública. Em 2000, a Câmara Municipal de Santa Maria da Feira concedeu a antiga Escola Gomes Rebelo, no lugar da Rua, na Vila de Arrifana, como novas instalações para salas de ensaio e escola de música.
De 1976 até 2004 a banda foi dirigida pelo maestro Belmiro Soares Ferreira, sucessor de um grande maestro e pessoa dedicada a esta Instituição de nome Roberto Nunes, que durante cerca de 50 anos esteve ao serviço como músico e maestro. Mais tarde foi dirigida pelo maestro Filipe Oliveira, sendo que atualmente o maestro Marcelo Alves é o responsável por toda a sua atividade artística.
A Banda de Música tem sobre sua alçada uma Orquestra Ligeira, mais conhecida por OLBA, a Escola de Música onde é integrada a Banda Jovem. A Banda de Música de Arrifana, como é conhecida atualmente, tem vindo ao longo destes últimos anos a proporcionar inúmeras atividades de enriquecimento artístico como foi o caso de Cursos de Aperfeiçoamento de Direção que contou com a presença de 40 maestros dividido em duas sessões, orientado pelo maestro José Brito, maestro da Banda da PSP de Lisboa.
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Outra das atividades passou pela organização de um curso onde a Banda teve a oportunidade de trabalhar com o maestro Délio Gonçalves, chefe da Banda da Armada Portuguesa. Recebeu num ensaio a presença do Major Jacinto Montezo, que realizou parte do ensaio e transmitiu alguns dos seus saberes ao grupo. Recebeu também na sua sede Paulo Gaspar, um profissional da área do Jazz que esteve durante alguns dias a transmitir conhecimentos da área, para o desenvolvimento das linguagens musicais que se praticam no seio das bandas filarmónicas com a evolução constante que se tem sentido.
Banda Marcial do Vale
A Banda Marcial do Vale foi fundada em 1913 por António Gomes Oliveira. Foi conhecida como Banda do Leira, Música de Cedofeita, Música de Santa Ovaia, Banda de S. Vicente de Louredo e Banda Marcial do Vale. Todos estes nomes derivaram do lugar onde vivia o seu fundador ou do local em que a banda ensaiava.
Em 1980 foi oficializada com o nome de Associação de Cultura e Recreio da Banda Marcial do Vale – Santa Maria da Feira. O primeiro maestro da Banda foi Rodrigo Gomes de Oliveira (1889-1918), filho do fundador. Muitos outros se lhe seguiram: Sebastião Ferreira da Conceição (1913-1918), os maestros Rocha, Bernardo Pereira dos Reis e Minúncio (1918-1928), David Alves Ferreira (1928-1939), Justino Fernandes (1939-1944), Américo Pereira dos Reis e Sá (1945-1967 e 1978-1980), Maximino Moreira de Azevedo (1967 -1978 e 1983-1985), Tiago Tomáz (1978), Manuel Moreira de Azevedo (1981-1983), Fernando Sousa Alves (1984-2009), José Moreira Borges (2009-2011) e José Miguel da Silva Azevedo (2011-2014). Atualmente a Banda Marcial do Vale tem como maestro Bruno Miguel Paiva de Azevedo.
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A Banda tem sede própria e é constituída por 68 elementos efetivos, alguns dos quais são naturais das freguesias do Vale e Louredo, salientando-se a juventude da maioria dos executantes. Possui um coro e orquestra que presta serviço religioso.
Na vertente da formação, a Associação tem uma Escola de Música, onde nasceram muitos dos atuais elementos da Banda. Possui ainda uma Banda Juvenil com 59 elementos, a qual atua tanto em audições internas, como efetua concertos com as mais diversas temáticas, nos mais variados locais. Neste contexto, destacam-se a gravação de três discos (2000, 2002 e 2013) e a participação em 2014 no 5.º Concurso de Bandas “Ateneu Artístico Vilafranquense” onde conquistou o Prémio Tauromaquia na 3.ª Categoria.
Com a Banda Marcial do Vale trabalharam o maestro Frank De Vuyst da “La Armónica” de Buñol, em 2008, o compositor Jan Van Der Roost em 2008 e o trompetista John Aigi Hurn da Orquestra Sinfónica da Galiza participou num ensaio. Em 2013, o Maestro António Saiote realizou uma classe de aperfeiçoamento de Direção e o Maestro José Ignácio Petit realizou um Masterclass de Interpretação.
A Banda participou em diversos festivais: Filarmonia Aveirense, Comemoração dos 175 anos do Governo Civil de Aveiro em 2010 com cerca de 2.000 músicos; IV Edição, 1.º Ciclo e 2.º Ciclo da Filarmonia ao Mais Alto Nível no Europarque, em 2008 e em 2011, respetivamente; em 2012, participou no IV Festival da Sociedade de Instrução e Recreio de Paços da Serra em Gouveia; e participou no I Certamen Internacional de Bandas de Música “Armónico Zamora”, em 2014.
Em ano de centenário, a Direção da Banda Marcial do Vale elaborou um vasto programa com 40 Eventos Culturais, que se realizaram de Janeiro a Dezembro de 2013. As celebrações do centenário abrangeram vários géneros artísticos, destacando-se as presenças das bandas militares do Exército e da Força Aérea, Banda de Zamora (Espanha), Bandas Filarmónicas, Bandas Juvenis, Teatro, Tunas Musicais e Académicas, Ranchos Folclóricos, Grupos de Instrumentos, Música Ligeira, Coros e Canto Lírico, Workshops, Cursos de Direção e de Interpretação com figuras reconhecidas nacional e internacionalmente como Hugues Kesteman, António Saiote, Nuno Pinto (clarinete), José Ignácio Petit (Espanha), Capitão Alexandre Lopes Coelho que dirige a Banda Militar do Exército e o Tenente Coronel Élio Murcho que dirige a Banda de Música da Força Aérea. Nesta oferta cultural participaram 60 grupos envolvendo 4.150 artistas, obtendo-se uma assistência de 9.310 espectadores.
Em termos de registos sonoros, a Banda Marcial do Vale gravou o seu primeiro CD em 2008 com o título “Caminhos”.
Em 2015, participou no 2º Concurso Internacional de Bandas Filarmonia D’Ouro, realizado no Europarque, onde obteve o 1º lugar e 1º Prémio na 2ª Categoria da competição. Em 2016, participou no III Certamen Internacional de Bandas de Música “Armónico Toro (Zamora)”, no qual obteve o 2º prémio na 1ª categoria. Em 2016, participou no 3º Concurso de Bandas de Braga onde arrecadou o 5º lugar.
Em 2024, a Banda Marcial do Vale conquistou o primeiro prémio na primeira secção da mais prestigiada competição do movimento filarmónico, o Certamen Internacional de Bandas de Música “Ciudad de València”, com 351 pontos. Com a interpretação do Pasodoble Miguel Perez Ricarte, de Manuel Morales Martinez, e da obra livre Sinfonia de Zhou Tian, sob a batuta do maestro titular Bruno Azevedo, a banda destacou-se entre as melhores do mundo nesta renomada competição.
Banda Musical de Santiago de Lobão
A Banda Musical de Santiago de Lobão surgiu em 1916, facto comprovado pelos mais idosos e por vários documentos (diplomas de participação, e mérito). Foi registada em 1978 na Secretaria Notarial da Feira. Em tempos ensaiou em Lourosa, como o nome “Banda da Cadinha” devido à alcunha do mestre que a fundou. Por volta de 1920, sediou-se definitivamente em Lobão, o que originou a atual designação.
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Sem lugar onde pudesse ensaiar, a Banda esteve quatro anos inativa. Em 1940, por iniciativa de um emigrante no Brasil, foram criadas as condições necessárias para que a Banda iniciasse uma atividade regular. A partir de 1945, fixou-se no lugar da Igreja, numa casa alugada onde permaneceu até 1995, data na qual se transferiu para uma sede própria já com boas condições, o Centro Cultural de Lobão.
Participou em vários certames musicais e culturais, em programas televisivos o radiofónicos, em festivais de música popular da INATEL e nas maiores festas e romarias de Portugal. A Banda é constituída por cerca de 55 elementos, na sua maioria estudantes de Música. Tem uma orquestra de jovens que tocam instrumnão poderem ser utilizados em rua.
Banda Sinfónica de Jovens de Santa Maria da Feira
A Orquestra de Jovens de Santa Maria da Feira surgiu em 1994, como uma formação que reunia, anualmente, os jovens músicos de instrumentos de cordas do Concelho, para os então chamados “Estágios de Verão”. Em 1997, a formação adquiriu carácter permanente, resultado do esforço conjunto da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira e das escolas oficiais de música do Concelho, nomeadamente a Escola de Música do Coral de Fornos e as academias de Música de Santa Maria da Feira e de Paços de Brandão.
A direção artística deste projeto ficou entregue ao maestro Osvaldo Ferreira que, desde 1997 até 2004, foi o principal responsável pela implementação e desenvolvimento deste projeto musical. Foram convidados para dirigir a Orquestra de Jovens de Santa Maria da Feira maestros de renome nacional e internacional, como: Carlos Fontes, Leonardo Barros, Ivo Cruz, Sokhiev Tugan, Joana Carneiro, Cesário Costa.
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Em 1998, dado o elevado número de instrumentistas de sopro interessados num projeto de trabalho em conjunto, sentiu-se a necessidade de criar a Banda Sinfónica de Jovens de Santa Maria da Feira. Esta formação funciona em paralelo com a Orquestra de Jovens de Santa Maria da Feira e foi convidado para a direção desta formação o professor Paulo Martins que, desde 1998 até 2004, assumiu também a função de Maestro Assistente da Orquestra e Banda Sinfónica de Jovens de Santa Maria da Feira.
Atualmente, o projeto Orquestra e Banda Sinfónica de Jovens de Santa Maria da Feira é uma associação cultural, da qual fazem parte a Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, a Escola de Música do Coral de Fornos, as academias de Música de Santa Maria da Feira e de Paços de Brandão e as bandas filarmónicas do Concelho. O propósito desta associação é o desenvolvimento da música no Concelho de Santa Maria da Feira e a gestão artística do projeto Orquestra e Banda Sinfónica de Jovens de Santa Maria da Feira. A direção artística do projeto é da responsabilidade de Paulo Martins.
A Orquestra e a Banda Sinfónica de Jovens de Santa Maria da Feira cumprem objetivos de índole social pedagógica e didática, proporcionando um convívio saudável e a partilha de experiências a todos os jovens executantes. Numa fase determinante da sua formação, os jovens têm a oportunidade de integrar um projeto musical, que poderá marcar definitivamente a sua carreira profissional, despertando o gosto por uma arte que, de outra forma, poderia não se manifestar.
Este projeto proporciona um reforço pedagógico na formação dos jovens músicos, em termos de repertório orquestral, uma vez que fazem parte de uma verdadeira orquestra e têm, permanentemente, ensaios de naipe com professores da especialidade. No final de cada período, os alunos têm a possibilidade de demonstrar os conhecimentos adquiridos, através dos concertos que executam. A Orquestra tem ainda a particularidade de, mediante o repertório escolhido, promover jovens solistas num concelho repleto de grandes talentos.
A atuação da Orquestra em vários pontos do Concelho permite o contacto com alguns nichos populacionais que, de outro modo, não teriam acesso a este tipo de espetáculos, assumindo assim, um papel de grande relevo cultural. A Orquestra atuou em diferentes pontos do País e no estrangeiro: Joué-Les-Turs, França, 1999, Geminação «L’Années Joués; Alicante, Ocãna e Aranjues, Espanha, 2000 – Alessandria, Génova e Asti, Itália, 2001; Valência, Espanha, 2002, 2º Lugar Certamen Internacional de Bandas de Valência; Targovishte, Bulgária, 2002, Geminação; Roma, Pontedera, Itália, 2003, Festival 7Sois 7Luas; Valência, Espanha, 2005, 3º Lugar Certamen Internacional de Bandas de Valência.
Banda Musical de Souto
S. Miguel de Souto, situa-se a Norte da Beira Litoral, Santa Maria da Feira de onde dista 5 km. Já em 1659, havia em Souto as Charamelas (percursoras das filarmónicas) que animavam as festividades locais e as de terras limítrofes e se incorporavam na procissão. Em 1849 um notável grupo de 15 ilustres soutenses fundou a Banda de Música de Souto. À frente desse grupo destacou-se o Padre Francisco Leite de Andrade, que nasceu em 1823 e faleceu em 1889.
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A atividade da Banda iniciou-se em 1850, com 16 executantes, tendo como maestro o próprio Padre Francisco. Desde sua fundação, ininterruptamente tem vindo a Banda a prestar inestimáveis serviços à sua terra, quer instruindo musicalmente muitos soutenses, quer levando bem longe o nome de Souto e a qualidade da sua música. Em 1950 comemorou o 1º centenário da sua fundação. Era então, dirigida pelo maestro Manuel Maria dos Santos Reis que para o evento criou uma marcha militar da sua autoria.
Em 1966, teve a Banda de Música uma das suas maiores contrariedades. Em dia de Festa em Maceda, Ovar, um dos carros que transportava alguns músicos, numa passagem de nível em Esmoriz, foi abalroado por um comboio, tendo falecido três músicos e ficado feridos outros três.
Em 1970, construiu a Sede. Em 1999, celebrou o seu 150º Aniversário, com diversas atividades, entre as quais um ”Encontro de Bandas”, onde participaram sete filarmónicas.
A Banda de Música, atualmente com sessenta executantes, bastante jovens. Um dos grandes orgulhos da Banda, é a Escola de Música que funciona nas salas da sede. A finalidade tem sido mantida e, por isso, tem investido muito no ensino da música e orgulha-se de ter um grande grupo de músicos oriundos da sua Escola.
Em 2004 a Banda Musical de Souto participou nas comemorações dos 150 anos da Banda de Musica de Ribeira Seca, na Ilha de S. Jorge, tendo-nos sido proporcionado visitas com atuações nas Ilha do Pico, Faial e S. Miguel.
Em 2005 participou no “I Concurso Nacional de Bandas Filarmónicas Cidade de Aveiro” tendo conquistado um honroso 2.º lugar. Em 2006 participou no “XIII Certame de Bandas de Música de Galicia” realizado em Boqueixón. No mesmo ano gravou o 1.º CD intitulado “Capricho Varino”. Em 2007, a Banda esteve presente na abertura do Festival Internacional de Marionetas do Porto. Em 2009 participou na 5.ª Edição do “Festival de Bandas Filarmónicas ao mais alto nível”, realizada no Auditório do Europarque.
Em 2010 participou no Encontro de Bandas Filarmónicas, inserido no programa “Verão na Casa”, realizado na Casa da Música. Em 2011 terá sido a primeira banda portuguesa a participar no IX Festival Internacional Bandas de Música “Ciudad de Torrevieja”. No decorrer desse ano, juntamente com os coros da Freguesia de Souto, efetuou pela primeira vez, um concerto coral sinfónico, repetido em várias igrejas.
Em 2012, participou no I Festival Ibérico de Bandas que se realizou no Conservatório de Música do Porto, integrado no programa das comemorações dos 95 anos. No final de 2012, a Banda gravou o seu 2º CD intitulado “ Fidelidade Musical”. Em 2013 a convite da Agrupación Musical Banda de Música de Guardo, participou no I Festival Internacional de Bandas de Música, em Guardo, Palência. Participou também na Filarmonia ao mais alto nível, na 1ª edição do III Ciclo, no Europarque.
Desde 2004, tem como Maestro Manuel Luis Azevedo, que acumula desde 2014 o lugar de Presidente da Direção.