Filarmónicas de Alcácer do Sal
Bandas de música, história e atividades no Concelho
- Sociedade 1.º de Janeiro Torranense
- Sociedade Filarmónica Amizade Visconde de Alcácer
- Sociedade Filarmónica Progresso Matos Galamba
Sociedade 1º de Janeiro Torranense
Sediada na Rua 1º de Janeiro, freguesia de Torrão, 7595, Concelho de Alcácer do Sal, a Sociedade 1º de Janeiro Torranense é uma associação de natureza recreativa e musical, constituída a 19 de junho de 1928.
Sociedade 1.º de Janeiro Torranense
Sociedade Filarmónica Amizade Visconde de Alcácer
Em 1830, existia na Vila de Alcácer do Sal uma charanga denominada Sete Estrelas. O Visconde de Alcácer, político e chefe do Partido Regenerador, impelido pela ação política e pelo ambiente da música popular, chamou a si o velho grupo musical Sete Estrelas e em 11 de julho de 1830 fundou a sua Sociedade Filarmónica, comprando instrumental e abrindo aulas de música. Ao fim de pouco tempo pode apresentar uma Banda de Música que passou a ser considerada das melhores da região e grande orgulho da população alcacerense.
Em 1842, dado o grande desenvolvimento das sociedades filarmónicas, o Visconde de Alcácer resolveu dotar a Filarmónica com os primeiros Estatutos, onde ficou consignado que a Sociedade de destinava à Cultura e Recreio Popular, abrindo assim a toda a população à sua Sociedade, dando-lhe meios para se tornar o centro de reunião dos Alcacerenses. Mais tarde, por volta do ano de 1860, a Sociedade passou a denominar-se Sociedade Filarmónica Amizade, em virtude da reconciliação entre facções divergentes dentro da coletividade: sob o signo da Amizade resolveram os seus diferendos para bem da Sociedade.
Em 1880, um incêndio destruiu a sede da Sociedade. O Visconde de Alcácer, mais uma vez, salvou a Banda de Música, dando-lhe alojamento no seu “Clube Pedro Nunes”, onde foram instaladas todas as atividades da “Sociedade Filarmónica Amizade”, sede onde se encontra atualmente como proprietária do edifício. Nas festas de 11 de Julho de 1880, foi deliberado, por aclamação, como preito de homenagem e gratidão ao seu fundador e grande benemérito que bastantes serviços prestou à Arte e Humanidade, que a Sociedade de passasse a denominar Sociedade Filarmónica Amizade Visconde de Alcácer, designação que se mantém.
Sociedade Filarmónica Amizade Visconde de Alcácer
Sociedade Filarmónica Progresso Matos Galamba
A Sociedade Filarmónica Progresso Matos Galamba é uma sociedade recreativa de Alcácer do Sal. Foi fundada em 1879, incluindo o Padre Francisco de Matos Galamba e o Padre João Maria Palmeiro. Teve como primeiro Maestro D. João José Escoto. Paralelamente à atividade da Escola de Música, Banda e Orquestra Juvenil, a coletividade mantém atividades recreativas e culturais.
A Progresso Alcacerense terá sido criada devido à recusa, em cima da hora, da Filarmónica do Visconde (a atual Sociedade Filarmónica Amizade Visconde de Alcácer), em participar na procissão do Senhor dos Passos, a qual se viria a realizar uma semana depois com a participação da Banda do Regimento de Infantaria 11. António de Campos Valdez, adversário político do Visconde de Alcácer, protestou energicamente e prometeu que no ano seguinte não seria necessário vir uma banda de fora para a procissão. A promessa foi cumprida com a criação da nova Coletividade.
O desenvolvimento da Progresso e o fino trato de Campos Valdez atraiu o próprio regente da Filarmónica do Visconde, o Maestro José Stichini, autor do hino dedicado a Campos Valdez e que é atualmente o Hino da Sociedade. No início do século, agradado com as suas atuações, nas caçadas reais, na Herdade de Palma, El-Rei D. Carlos conferiu-lhe o título de Real Filarmónica Progresso Alcacerense.
Com o advento da República, a Sociedade adotou a atual designação, em homenagem ao Padre Francisco de Matos Galamba, um dos seus fundadores e grande dinamizador da Cultura em Alcácer do Sal. No certame de Bandas de Música na Cidade de Setúbal a 12 de Setembro de 1915 conquistou o 2º Prémio. Em 1927, devido a grave crise no seio da Sociedade, houve uma clivagem de que resultou o nascimento de uma nova coletividade, a Sociedade Recreativa Amadores de Música. Apesar disso a Matos Galamba não interrompeu a sua atividade.
Em 1934, Banda interrompeu a sua atividade, por um período de três anos, vindo a retomá-la em 1937, sob a regência do Maestro Alfredo Reis de Carvalho. Em 1976 a Banda passou a ser dirigida pelo Maestro Alcacerense João José Ferreira Marrafa que, devido a um trabalho profícuo e dedicado, elevou o nível da Banda e fez com que esta atingisse os cinquenta elementos, destacando-se um concerto realizado na Praça de Espanha na Cidade de Mérida em 15 de agosto de 1981.
Sociedade Filarmónica Progresso Matos Galamba
Em 1985, devido a cansaço e ao seu estado de saúde, o Maestro João Marrafa suspendeu a sua atividade. Sob a regência do Maestro João Neves a banda tem atuado por todo o território nacional e além fronteiras. Atuou em Coimbra, Viana do Castelo, Famalicão, e muitas outras localidades. Em 1993, a convite do INATEL da Região Autónoma dos Açores, deslocou-se à Ilha de São Miguel onde participou como convidada de honra nas festas e procissão em honra do Senhor Santo Cristo dos Milagres. Deslocou-se a França em 1997 e 1999.
Em 1997 iniciou a sua atividade a Orquestra Juvenil, composta pelos elementos mais jovens da Banda e por alguns da Escola de Música.
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FOI NOTÍCIA
Bandas Filarmónicas a Património Cultural Imaterial da Humanidade
A 31 de agosto de 2018 a Lusa divulgou que a Câmara Municipal de Alcácer do Sal (distrito de Setúbal) avançaria com a candidatura das Bandas Filarmónicas Civis à lista representativa do Património Cultural Imaterial da Humanidade da UNESCO, tendo como foco o papel agregador destas organizações. “Num país com 308 concelhos, há cerca de 700 bandas filarmónicas, quase o dobro do número de municípios”, disse à agência Lusa o presidente do município, Vítor Proença.
A candidatura vai ser liderada pela Câmara de Alcácer do Sal, com o apoio da Fundação INATEL e das três bandas filarmónicas do concelho, duas delas com mais de um século de “atividade ininterrupta”, segundo Vítor Proença.
“Foi a câmara que teve a ideia e que lidera a candidatura apoiada pela Fundação INATEL e pelas três bandas filarmónicas de Alcácer do Sal: a Filarmónica Amizade Visconde de Alcácer, a Sociedade Filarmónica Progresso Matos Galamba e a Sociedade 1.º de Janeiro Torranense, de Torrão”, precisou.
O processo de candidatura à Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO, na sigla em inglês) seria apresentado no sábado, em Lisboa, e tem como coordenador o antropólogo Paulo Lima, que “já esteve envolvido noutras candidaturas bem-sucedidas”, como a do fado, cante alentejano e da arte do fabrico de chocalhos.
Segundo o autarca, a candidatura, que “não envolve outros municípios”, tem como foco “os músicos, maestros e bandas filarmónicas” e quer valorizar o papel destas organizações que, apesar da sua longevidade, vivem “com dificuldades” e “têm nos associados, músicos e autarquias locais o grande fator de apoio”.
A previsão era a de que a candidatura, que tem como comissário o maestro António Victorino d’Almeida, pudesse ser lançada no primeiro trimestre de 2019.