Tag Archive for: música em Nisa

Rancho Típico das Cantarinhas de Nisa
Música em Nisa

Grupos Etnográficos, Tradições e Atividades no Concelho

Rancho Típico das Cantarinhas de Nisa

  • Alentejo (Alto Alentejo)
  • Distrito: Portalegre
  • Concelho: Nisa
Rancho Típico das Cantarinhas de Nisa

Fundado em 1964, nas vésperas das marchas de São João, por um forasteiro amante de Nisa, começou a ensaiar com um grupo de rapazes e raparigas. Formou o grupo e percorreu vários pontos do país, chegando mesmo a representar o Alentejo num Festival de Folclore Internacional, no pavilhão dos desportos.

Após uma paragem de cerca de 14 anos, o Rancho Típico das Cantarinhas de Nisa retomou a atividade, continuando a exibir-se em público com as mesmas danças, cantares e trajando do mesmo modo de outrora.

Em princípios de 1988, surgiu a ideia de o Rancho Típico das Cantarinhas ser integrado na Federação de Folclore Português. Começou-se a trabalhar neste sentido e hoje o Rancho Típico das Cantarinhas, por onde passa, mostra como trajava, dançava e cantava o povo de Nisa há em finais do século XIX.

Rancho Típico das Cantarinhas de Nisa

Rancho Típico das Cantarinhas de Nisa

Coreto de Alpalhão, Nisa
Coretos de Nisa

Património Musical Edificado

Alpalhão

Largo Dr. António Alves da Costa, 27
6050 Alpalhão

Coreto de Alpalhão, Nisa

Coreto de Alpalhão, Nisa

Nisa

Praça da República

Coreto, Praça da República, Nisa, créditos Diário de Bordo

Coreto, Praça da República, Nisa, créditos Diário de Bordo

Sociedade Musical Nisense
Filarmónicas de Nisa

Bandas de Música, História e Atividades no Concelho

  • Sociedade Filarmónica Alpalhoense
  • Sociedade Musical Nisense
Sociedade Filarmónica Alpalhoense

A Banda de Alpalhão foi fundada em 1860 e passou a Sociedade Filarmónica Alpalhoense em 1930. A banda terá sido fundada em 1847, mas não se conhece com rigor a data certa da sua fundação. Terá feito a sua primeira atuação numa segunda-feira de Páscoa, dia em que se festeja a romaria da Senhora da Redonda.

Sociedade Filarmónica Alpalhoense

Sociedade Filarmónica Alpalhoense

Entre 1911 e 1916, a banda enfrentou o espectro da extinção. Foi reativada em 1922, no 3º domingo de Janeiro, dia da festa do Mártir São Sebastião, e não mais interrompeu a atividade.

Sociedade Filarmónica Alpalhoense

Sociedade Filarmónica Alpalhoense

Ao longo da sua existência a Banda teve vários maestros, entre os quais Dom Segundo (maestro espanhol) que dirigiu a Banda de 1902 a 1910; senhor Galamba, de 1910 a 1916; Manuel Amaro, na década de 1930; José dos Anjos, de 1946 a 1965; senhor Portalete, até 1970; José Nabo, até 1979. Seguiram-se na orientação musical da Banda, Maria Manuela Bagulho, o maestro Edmundo Manaças, Humberto Damas, estando a regência entregue, desde 2012 a João Mergulhão.

Sociedade Musical Nisense

Precursora da Banda Municipal de Nisa e da Sociedade Musical Nisense, a Sociedade Phylarmonica Nizense nasceu em outubro de  1844. Atuou diversas vezes em Espanha, participou na inauguração da linha ferroviária da Beira Baixa e em 1909, saiu para a rua para recolher auxílio para as vítimas do violento terramoto que assolou o País. Em 1913, conquistou o 1º. Prémio num Concurso a nível regional.

Sociedade Musical Nisense

Sociedade Musical Nisense

A 1ª Guerra Mundial (1914-1918), a depressão económica dos anos 20 e a 2ª Guerra Mundial (1939-194) refletiram-se na Banda. Nos finais dos anos 1960 deu-se a desintegração, com um período de inatividade até 1981, altura em que recomeçou pela mão do Maestro António Maria Charrinho, que, com cerca de 60 crianças e jovens, reconstruiu a Banda. Esta criou estruturas e autonomias próprias, recebendo variados convites para atuações. Hoje, para além da Banda, existe a Escola de Música, Orquestra Ligeira, Grupo de Música popular e Grupo de Dança Moderna.

Sociedade Musical Nisense

Sociedade Musical Nisense

 

João Cebola, de Nisa, militar em Oeiras
Músicos do Concelho de Nisa

Projeto em desenvolvimento, o Musorbis aproxima os munícipes e os cidadãos do património musical e dos músicos do Concelho.

João Augusto da Piedade Cebola

João Augusto da Piedade Cebola, falecido a 17 de Agosto de 1996, teve uma vida dedicada à música, como executante da banda, nos agrupamentos de Jazz-Band ou contribuindo, com o seu virtuosismo musical no acompanhamento do Rancho Típico das Cantarinhas de Nisa, fundado em 1964, próximo do largo onde morava.  Tocou clarinete, banjo, violino e acordeão. Feito o exame da 4ª classe, João Augusto passou a aprendiz de sapateiro na loja do pai, Dionísio da Piedade Cebola.

Ouvidos os acordes tangidos pela viola-banjo do pai (que até na oficina não se fazia rogado em tocar para amigos e fregueses), é natural que este ambiente de música tivesse despertado, no jovem João Augusto, uma vocação musical. Assim, ei-lo a solfejar por uma brochura editada em 1909 e a ingressar na Banda de Nisa, após a aprendizagem de clarinete.

João Cebola, músico, de Nisa

João Cebola, músico, de Nisa

Simultaneamente, aprendeu a tocar banjo e comprou um violino que viria a ser o seu talismã. Em 1935, surgiu a oportunidade de fundar com o pai, o irmão José Dinis, o Carlos Pação, o Joaquim Bicho e o José Macedo, o primeiro troupe-jazz de Nisa com o nome “Os Fixes” e com hino próprio. Estavam encontrados dois amores – Banda e Jazz – que perduraram em toda a vida. A sua ligação ao Jazz foi mais arreigada pelo facto de ser seu coordenador. Correspondia-se com as casas musicais de Custódio Cardoso Pereira, Sassetti e Valentim de Carvalho, em Lisboa, e Casa Medina, em Coimbra, onde adquiria os textos musicais dos compositores da época.

O reportório do Jazz era o de música ligeira: corridinho, fox-trote, marcha, pasodoble, rumba, samba, swing e valsa. Raro era o dia, sobretudo à hora do almoço, que não dispusesse de algum tempo para ensaiar. A essa mesma hora, quem passasse à Rua Direita, igualmente ouvia o saxofone-soprano de Luís (Félix), o barítono de Abílio Porto, o saxofone-tenor de José Esteves, a viola-banjo de Dionísio Cebola, o contrabaixo de Manuel Filipe, o acordeão de Joaquim Bicho e a trompete de José Amaro. Tal o viveiro de músicos que residiam na Rua Direita. Nisa teve no Jazz “Os Fixes” um peculiar embaixador, num sem número de terras de que ouvia falar: aldeias do concelho de Vila Velha de Ródão (Alvaiade, Foz do Cobrão, Gavião, Perdigão e Vilas Ruivas), Castelo Branco (Assembleia, Cebolais de Cima e Maxiais), Póvoa e Meadas (Castelo de Vide), Atalaia (Gavião), Envendos e S. José das Matas (Mação), Portalegre (Banco de Portugal) e Cano (Sousel).

Em Nisa, são lembrados o abrilhantar de bailes no Benfica, Clube e Sociedade, nos salões da Senhora Viscondessa, na Quinta no Termo de Arez, o colaborar nas representações teatrais e récitas escolares no Cine-Teatro e na inauguração do Café Restauração (rés-do-chão da Casa Carmona, no Largo da Porta da Vila, n.º 23).

Nos anos quarenta, durante meses, o Jazz abrilhantou o Teatro Desmontável da Companhia Rafael de Oliveira, instalado junto à Fonte do Rossio, onde pontificavam as famílias de Eunice Munhoz e do Tony de Matos. Os jornais “Brados do Alentejo” de Estremoz e “Correio de Nisa” referenciavam notícias sobre “ Os Fixes”. Para João Cebola, a música era uma devoção e só uma doença o poderia afastar tanto da Banda como do Jazz. Na Banda Municipal, em Nisa, atuou em cerimónias públicas e religiosas, em arraiais e romarias, em concertos no Coreto e no Cine-Teatro, em homenagens, no descerramento da lápide a Nossa Senhora da Conceição, na frontaria dos Paços do Concelho e na inauguração do busto ao Dr. Francisco da Graça Miguéns, no Jardim. Fora de Nisa, atuou em Amieira do Tejo, Arez, Montalvão, Monte Claro, Pé da Serra, Alcobaça, Coimbra e Valência de Alcântara. Manhãzinha cedo, tocava-se a alvorada e depois da celebração da missa, seguia-se a procissão. De tarde, o arraial continuava até às tantas da noite. Madrugada alta, os músicos palmilhavam o regresso a Nisa onde, na Fonte Frade, dessedentados, respiravam o raiar da aurora e, ao bater das oito horas na Torre do Relógio, retomavam o serviço nas oficinas.

Com os bailes da Carnaval, João Cebola ganhava para comprar um porco que, em janeiro seguinte, era o fumeiro da casa, após festiva matança ao som da viola do seu pai. Ainda nos anos quarenta, para dinamizar o Jazz, meu pai compra e aprende a tocar acordeão de teclas. Nesta modalidade, esperava-o a participação nos casamentos e nas sortes. Nos casamentos, servido um frugal copo d’água, o noivo deixava a noiva na casa da festa e saía ladeado dos padrinhos e seguido dos acompanhantes. Então o acordeonista abrilhantava o grupo que percorria as ruas de Nisa visitando os lugares de bebidas, sobretudo aqueles cujos donos tivessem dado “serviço” e seguia-se até ao quintal da festa. Só que o contrato com o tocador ainda não terminara. Havia o baile do segundo dia do casamento.

Quanto às sortes, formava-se um cortejo na Praça do Município. Os mancebos, alguns com pandeiretas, ostentavam uma fita no chapéu ou na lapela do casaco, indicativa do resultado da inspeção militar – encarnada (apurado) e branca (livre). Com o acordeonista a atacar a primeira marcha, o grupo percorria as principais ruas de Nisa, cantando e bebendo nos lugares do costume. Em data posterior, realizava-se o baile das sortes ao som do acordeão.

Com a idade, o gosto pela música jamais se desvaneceu em João Cebola. A comprová-lo está a chamada ao Rancho Típico das Cantarinhas de Nisa. Por gentileza de ex-elementos do Rancho, foi-me dito que meu pai foi um dos fundadores do Rancho e a casa de meu avô na rua Direita n.º 12 (uma divisão do rés-do-chão, outrora a sede do Jazz) foi o primeiro palco de encenação do Rancho, sob a direcção do ensaiador Rodrigues Correia, com os músicos António Charrinho (acordeão), Florindo Bugalho (saxofone), João Augusto (violino) e José Macedo (clarinete). Com o Rancho, atuou vezes sem conta em Nisa e teve digressões, entre outras, por Lisboa, à Casa do Alentejo e ao Pavilhão dos Desportos, por Évora, ao II Cortejo “O Trajo no Mundo e no Tempo”, por Alvega (Abrantes), Arronches, Cabeção (Mora), Castanheira de Pera, Instituto de Vila Fernando e Santa Eulália (Elvas), Vale do Arco (Ponte de Sor) e Alegrete e Besteiros de Cima (Portalegre). O espólio musical foi oferecido por Dionísio Cebola à Sociedade Musical Nisense.

Fonte: Dionísio Cebola in “Jornal de Nisa”

João Cebola, de Nisa, militar em Oeiras

João Cebola, de Nisa, militar em Oeiras

Igreja Matriz de Nisa

Órgãos de tubos do concelho de Nisa [1]

De acordo com as informações disponíveis, existem órgãos de tubos nas seguintes igrejas do Concelho:

Igreja Matriz de Nisa

[ Igreja Paroquial ] [ de Nossa Senhora da Graça ]

Igreja Matriz de Nisa

Igreja Matriz de Nisa

Dedicada a Nossa Senhora da Graça, a Igreja Matriz de Nisa foi construída no século XVIII no local de uma primeira igreja do século XVI que estava muito degrada e acabou por ruir pelo terramoto de 1755.

Possui um órgão histórico da autoria de D. Pascoal Caetano Oldovini (Oldoni, Oldovino ou Olduvini), organeiro genovês que fixou residência em Évora, e que o construiu em data desconhecida.

Órgão positivo de armário e coro alto

Órgão da Igreja Matriz de Nisa

Órgão da Igreja Matriz de Nisa