acoplamento – “uma forma mecânica pela qual o que se toca num teclado tem o efeito de como se tocasse noutro ou noutros teclados, como se juntássemos vários num só. Quando nos referimos ao acoplamento de manuais e pedaleira, sucede que o que se toca no pedal junta os registos do manual principal ou de outros manuais.” (José Alberto Rodrigues)
António Xavier Machado e Cerveira – “O mais notável organeiro português e que maior quantidade de trabalho produziu. Era irmão consanguíneo do grande escultor Joaquim Machado de Castro e filho de outro organeiro e escultor em madeira, Manuel Machado Teixeira ou Manuel Machado Teixeira de Miranda.” (Ernesto Vieira) Nasceu em 1 de setembro de 1756 em Tamengos, Anadia. Contruiu mais de 120 órgãos, três dos órgãos da Basílica de Mafra, bem como numerosos órgãos nos Açores, Lisboa e Vale do Tejo.
Filipe da Cunha, dito natural de Caminha, é responsável por alguns órgãos na região de Lisboa, como os das igrejas de Belas e São José (1761). Num estudo recente, a hipótese deste organeiro ter também origem galega, ganha solidez. A arte organeira continua nesta família por mais duas gerações, com o filho João da Cunha (1712-1762) e o neto Leandro José da Cunha (1743-1805). A presença em Braga organeiro é sugerida por uma inscrição gravada num dos tubos interiores do órgão da igreja do antigo convento da Conceição, atual Instituto Monsenhor Airosa, onde se lê: “1737 Philipe da Ainea Lx.a”.
(José Alberto Rodrigues)
Flentrop Orgelbouw – firma holandesa sediada em Zaandam que começou com uma família de organeiros (H.W. Flentrop (1866-1950) e Dirk Andries Flentrop (1910-2003), seu filho. Tem um vastíssimo portefólio de órgãos novos e de restauros. Nesta oficina estudou Manuel Costa, organeiro portuense radicado e aposentado na Austrália que para o estudo recebeu uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian. Flentrop tem vários órgãos em Portugal, nomeadamente na Sé Patriarcal de Lisboa e na Fundação Calouste Gulbenkian. (António José Ferreira)
Georg Jann – organeiro que nasceu na Alemanha, em 1934 e faleceu no Brasil, em 2019 e foi o autor dos órgãos da Sé do Porto, da Igreja da Lapa e da Igreja Matriz de Espinho. Foi na Baviera que o Cónego Ferreira dos Santos, na década de 1980 o descobriu e o contratou para a construção na catedral do Porto de um grande órgão de tubos. A atividade de Georg Jann levou-o a fixar-se em Portugal, onde fundou com o seu filho a firma Orguian, na região de Famalicão, orientada para a construção e restauro de órgãos de tubos históricos.
Geraldo Vieira – organeiro do século XVII que construiu o órgão da concatedral de Miranda do Douro, reparou em 1701 o órgão da Sé de Viana do Castelo, e terá realizado em Braga trabalhos para a Irmandade de Santa Cruz, em 1692, e para a Ordem 3.ª de São Francisco. No Porto, conhece-se a reparação, em 1709, do órgão da Capela do Espírito Santo, em Miragaia. (Cf. José Alberto Rodrigues)
Gerhard Grenzing – firma de organaria espanhola constituída por cerca de 20 profissionais, dedicada à construção e restauro de órgãos de tubos. Construiu órgãos para vários países e deu formação a futuros organeiros de vários países, especialmente da área do Mediterrâneo, incluindo portugueses. Tem uma grande oficina de dimensões que permite fazer a construção e pré-montagem de grandes instrumentos, poupando dinheiro nas montagens que destina à investigação. Gerhard Grenzing construiu órgãos para Portugal, nomeadamente para o Santuário de Fátima.
Heitor Lobo – Organeiro que vivia nos meados do século XVI. Dá notícia dele o padre Nicolau de Santa Maria, na “Chronica dos Conegos Regrantes”, tratando do mosteiro de Santa Cruz de Coimbra: “Tambem no mesmo anno (1559) mandou o P. Prior geral concertar o orgão grande, par Heitor Lobo famoso organista, que lhe acrescentou registos, e o fez como de novo, e fez o orgão pequeno, e tambem o Realeijo com doçainas, e charamelas, que se levava antigamente nas procissões pela claustro”. (Ernesto Vieira)
João da Cunha – “Fabricante de órgãos que havia em Lisboa pouco antes do terramoto. O cataclismo poucas lembranças deixou subsistir do seu trabalho; apenas conheço autenticamente dele o órgão de S. Paulo em Almada, que tem esta inscrição: “João da Cunha o fez. 1748.” É um pequeno mas bom instrumento. Sei que ainda existem outros insignificantes em Lisboa e seus arredores. Na mesma época havia outro organeiro, Filippe da Cunha, talvez irmão, do qual há memória no órgão da Igreja Paroquial de Belas, o qual tem inscrito: “Phelipe da Cunha o fez em Lisboa no anno de 1744.” (Ernesto Vieira)
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