Vila Nova de Famalicão e as suas filarmónicas
Filarmónicas de Vila Nova de Famalicão [ 3 ]
Bandas de Música, História e Atividades no Concelho
- Banda de Música de Riba de Ave
- Banda Marcial de Arnoso
- Banda de Famalicão
Banda de Música de Riba de Ave (1816)
A Banda de Música de Riba de Ave é uma filarmónica bicentenária com início em 1816, não com a designação atual, mas com o que viria a ser uma junção, por volta da década de 20, entre duas bandas da época que eram a Banda dos Conceições e a Banda do Tojão que viria a denominar-se “Banda dos Conceições e do Tojão”.
Numa terra em que se começava a desenvolver o que viria a ser um polo industrial, no coração do vale do Ave, as fábricas existentes na altura davam trabalho a quem tivesse conhecimentos musicais do modo que a Banda nunca teve falta de músicos oriundos dos diversos pontos do norte de Portugal.
Por volta de 1900, o grande industrial local Narciso Ferreira decidiu passar a custear o agrupamento musical, que passou a denominar-se: “Banda das Fábricas de Riba de Ave”, até ao ano de 1949, sendo regida nos últimos anos pelo Maestro Albano Evangelista Pereira.
Em 1950 quando se deu a fundação dos Bombeiros da localidade, passou a denominar-se Banda dos Bombeiros Voluntários de Riba de Ave, que na prática nada tinham em comum. Era regida pelo Cap. Biscaia, da Inf. Nº 6 no Porto. Numa altura de crise e emigração a Banda perdeu muitos músicos e viu-se forçada a parar um ano. Surgiu então em 1968, com a alteração dos estatutos e contando com sócios, passa até recentemente a denominar-se Sociedade Artística Musical de Riba de Ave e Banda dos Bombeiros Voluntários de Riba de Ave, sob a batuta de António Brito.
Em seguida, passaram pela Banda os mais ilustres maestros de bandas militares tais como: Major Oliveira Rebelo, os Capitães Amílcar Morais, Manuel da Silva, António Domingos da Silva, Sarg. José Maria e Manuel Torres, ribadavense. Nos últimos anos, a Banda foi dirigida por Luciano Machado, Sargento Ajudante, Músico da Banda do Exército.
Ao longo dos anos a sua atividade desenvolveu-se a abrilhantar romarias em todo o país, mas mais frequentemente no norte de Portugal, zona de grandes tradições nos famosos despiques musicais. Tem no palmarés o prémio de vencedora dos Concursos de Bandas Filarmónicas no Palácio de Cristal no Porto em 1891 e em Vila Nova de Famalicão em 1895. Em 1990 foi atribuída à Banda a Medalha de Honra do Município.
Em 2000 atuou em Castellon-Valência (Espanha), onde participou num Festival Internacional de Música em conjunto com outras bandas estrangeiras e no ano 2001 a Banda convidou uma banda espanhola de modo a organizar um intercâmbio cultural ibérico o que foi conseguido com grande êxito. Tem tido também fortes presenças em festivais nacionais de Música. Nas suas atuações apresenta-se com 65 elementos sendo o seu diretor artístico Hugo Ribeiro, docente da Artave, na classe de oboé, e com uma vasta experiência em direção de orquestras e bandas.
No seu elenco onde predomina a juventude, para além da sua Escola de Música com os seus professores, todos eles com formação superior, tem alunos da ESMAE do Porto, alunos da Universidade do Minho-Braga, da ARTAVE, da OPJ (Orquestra Portuguesa da Juventude) além de músicos de bandas militares.
Em 2015, organizou em Riba de Ave em Julho o 1.º Encontro de Bandas Filarmónicas, com a presença de 3 bandas, sendo uma da Galiza-Espanha.
A direção empossada para o biénio de 2016-2017 com Artur Duarte a Presidente, António Sá a Vice-Presidente, Agostinho Moura a Tesoureiro, e restante equipa, com a novidade de ter elementos femininos, apesar das dificuldades com que se debate, devido aos apoios financeiros serem escassos, têm procurado manter a banda a subir de nível musical, bem como manter um equilíbrio financeiro nas suas contas dentro do rigor que se impõe nos dias de hoje, pois a banda não tem mecenas, como algumas têm a sorte de ter, mas têm alguns amigos que dão algum apoio, e sobretudo na direção alguns elementos tem sido incansáveis a dedicar parte do seu tempo à sua Banda de Musica de Riba de Ave.
Banda Marcial de Arnoso
A Banda Marcial de Arnoso foi fundada em 14 de outubro de 1963, mas o início da sua história remonta ao século IXX, há aproximadamente duzentos anos, por ter sucedido às extintas Bandas de Música de S. Pedro de Oliveira (Braga) e Sezures (Vila Nova de Famalicão), freguesias vizinhas de Arnoso Santa Maria.
Remonta ao início do século XIX, tendo como seu fundador o avô de Serafim Oliveira Cardoso. Ainda existem naquela freguesia do concelho de Braga, as ruínas da antiga casa de ensaios, de dimensões muito reduzidas. Com o desaparecimento de Serafim Cardoso e a ida de seu neto Manuel (que deveria suceder-lhe) para o Brasil, a Banda sofreu um interregno, acabando por ser reconstituída, algum tempo depois, com sede na freguesia de Sezures, tendo como maestro José Maria Martins de Sá, pelo que passou a ser conhecida por Banda do Zé Maria.
Volvidos cerca de trinta anos, a Banda de Sezures foi extinta e em 1963 foi reativada devido à iniciativa e ação dos padres Avelino Barreiros, então pároco de Telhado e Joaquim Ferreira dos Santos, então pároco de Arnoso Santa Maria, sensibilizados pela grande paixão à música de Francisco Ferreira da Silva e de seu irmão Joaquim Marques da Silva. Passou a estar sediada na freguesia de Arnoso Santa Maria.
A Banda contou com a ajuda monetária do conhecido industrial famalicense Comendador Manuel Gonçalves, que pagou integralmente a primeira farda.
Sediada na área de intervenção da Engenho – Associação para o Desenvolvimento Local do Vale do Este, a Banda de Arnoso é hoje uma dinâmica Associação Cultural de Arte e Recreio que com o apoio da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, Junta de Freguesia de Arnoso (Santa Maria, Santa Eulália) e Sezures), do INATEL e dos seus associados participa, e desenvolve uma intensa atividade cultural e recreativa.
A Banda de Arnoso tem ainda músicos a frequentar a Escola Profissional de Música – Artave e escolas superiores, orgulhando-se de por ela terem passado jovens que hoje são instrumentistas de reconhecido valor. Sob a direção do maestro Rúben Henriques, é composta por elevado número de jovens.
Morada
R. Santa Maria de Arnoso
4770-531 ARNOSO
Grupo Recreativo e Musical Banda de Famalicão
Na sua história, a Banda de Famalicão acaba por ter mais de um século de existência. Inicialmente denominava-se Banda da Real Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários, continuada, após um interregno de alguns anos, pela Banda do “Zé da Costa”, destacada figura da Banda dos Bombeiros.
Entre 1919 e 1937 houve uma interrupção na sua atividade devido a problemas políticos (republicanos/monárquicos), mas no ano de 1937 foi organizado o Grupo Recreativo e Musical de Famalicão, fundado pelo juiz do ultramar Rodolfo Manuel de Magalhães Aguiar, Adolfo Pereira de Lima, José Maria Portela e Armando da Purificação Caldeira Martins.
A Banda do Grupo Recreativo e Musical teve o seu primeiro concerto em 1938 e em 1940 foi eleita a sua primeira direção, sob a presidência de António Sampaio Carvalho. Não se fizeram tardar as rivalidades e, do diferendo entre António Sampaio Carvalho e Adolfo Pereira de Lima, resultaram duas Bandas: a Banda Velha e a Banda Nova.
Em 23 de setembro de 1951, a Banda de Famalicão do Grupo Recreativo e Musical faria a sua primeira apresentação pública sob a regência de António Augusto Correia.
Por ela, passaram os Maestros Manuel Afonso da Cunha, António da Silva Esperança, Emídio da Silva Pereira e José Moreira Borges.
Em 1973, graças ao subsídio da Fundação Cupertino de Miranda, foi possível adquirir novos instrumentos, aumentando desta forma o seu nível e qualidade musical, tendo a banda, ganho nesse ano o Festival de Aniversário do Jornal “Comércio do Porto”, onde participaram 18 bandas filarmónicas.
Sob a regência de José Moreira Borges, em 1980 gravou o seu primeiro disco (LP) Famalicão em Frente, e o segundo em 1982 Famalicão Sempre em Festa. Em 1996 gravou o seu primeiro CD “Famalicão a Cantar”.
Em 1988, por altura da celebração das Bodas de Ouro, foi distinguida pelo Município com a Medalha de Ouro.
Em 1989 organizou um Festival de Bandas Civis e Militares e, nesse mesmo ano, a Banda transferiu-se para a sua sede atual onde apostou na organização da sua Escola de Música sob a orientação do Professor António Conceição permitindo assim a formação de novos executantes para a Banda vindo também a resultar a criação da Orquestra Ligeira “Alla Breve”.
Em outubro de 2005, passou a ser dirigida pelo maestro Fernando Marinho. Em outubro de 2007 a Banda de Famalicão teve o privilégio de ser das primeiras bandas filarmónicas a pisar o palco da sala Guilhermina Suggia da Casa da Música do Porto.
Em 2006, na Casa das Artes de Vila Nova de Famalicão, a Banda de Famalicão gravou o seu segundo CD intitulado Filarmonias.
Leave a Reply
Want to join the discussion?Feel free to contribute!