Arcos de Valdevez e os seus órgãos de tubos

Igreja da Lapa
Órgãos do concelho de Arcos de Valdevez [5]

De acordo com as informações disponíveis, existem órgãos de tubos nas seguintes igrejas do Concelho:

Igreja da Lapa

Igreja da Lapa

Igreja da Lapa, Arcos de Valdevez

A crer nesta atribuição da autoria ao arquiteto André Soares, a Igreja da Lapa inscreve-se na última década da actividade de André Soares (1760). A solução planimétrica adotada por André Soares não deixa de surpreender pelo dinamismo alcançado e pela volumetria exterior, onde se impõe o amplo corpo oval correspondente à nave (com cúpula), mais elevado que a galilé de paredes curvas que o precede, ou do que a Capela-mor retangular, do lado oposto, e a um nível próximo ao da torre sineira. Esta última situa-se junto à Capela-mor, no que é considerado uma tradição bracarense. No interior, os alçados são dinamizados pelas pilastras que definem os diferentes panos murários, alterando composições formadas por porta, janela de sacada e óculo, com os retábulos laterais, de talha dourada e polícroma, executados em 1771. Muito embora André Soares tenha também desenvolvido um importante trabalho ao nível da talha dourada, com o desenho de vários retábulos cujo gosto foi prolongado pela atividade do seu discípulo, Frei José de Santo António Vilaça, a talha que observamos na Igreja da Lapa tem vindo a ser atribuída, exatamente, ao beneditino, inscrevendo-se na segunda fase da sua longa carreira. De facto, entre 1768 e 1770 Frei António Vilaça manteve o dinamismo das suas composições, mas procurando uma maior simetria e linearidade, num conjunto que tendia a valorizar a policromia, nomeadamente, a imitação do mármore.

Fonte: DGPC, Rosário Carvalho

A Igreja da Lapa possui um órgão histórico

Igreja da Misericórdia da Arcos de Valdevez 

Igreja da Misericórdia 

Igreja da Misericórdia de Arcos de Valdevez

A Igreja da Misericórdia de Arcos de Valdevez que hoje conhecemos, com a casa do Consistório anexa e o cruzeiro implantado na zona posterior, é o resultado de múltiplas intervenções, que tomaram por base o templo primitivo, cuja construção teve início no mesmo ano da fundação da Irmandade da Misericórdia de Arcos de Valdevez, ou seja, 1595. No início do século XVIII, o estado de ruína da sacristia levou a mesa a encomendar o projeto de uma nova fachada para esta dependência e, também, para a igreja. Datados de 1710, estes desenhos foram concretizados, somente, e 1733, dotando o frontispício do templo da linguagem barroca, que se observa, também, na casa do Consistório, no mesmo alinhamento, mas ligeiramente recuada. Remonta a esta mesma intervenção a abertura do amplo nicho sobre o portal, que alberga o retábulo de talha dourada dedicado a Nossa Senhora da Porta. Não se conhece a origem desta invocação, mas é possível que radique na existência de uma imagem de Nossa Senhora da Misericórdia sobre o portal da antiga igreja. O volume do templo é delimitado por duplas pilastras, coroadas por pináculos, nos cunhais. Ao centro da fachada definem-se duas composições idênticas e sobrepostas, que correspondem ao portal e ao nicho de Nossa Senhora da Porta. Assim, ambos são flanqueado por duplas pilastras, a que se sobrepõe o entablamento, diferindo apenas na forma d vão – o portal é reto e o nicho em arco de volta perfeita. Sobrepõe-se-lhe um frontão de volutas, a enquadrar as armas reais, que acompanha o remate do alçado, em empena marcada por ampla cornija. Dois óculos quadrilobados no primeiro registo e duas janelas de frontão curvo no segundo, ladeiam o portal e o nicho. Na década de 1740 foram as talhas do interior da igreja a ser alvo de remodelação e douramento e, em 1791, o corpo do templo sofreu nova campanha de obras que recaiu, muito possivelmente, sobre os retábulos, então renovados de acordo com o gosto Neoclássico, bem presente na tonalidade dourada e branca e nos motivos adotados. A nave única, com tecto de madeira pintado (com representações, ao centro, da Visitação e Assunção da Virgem ), articula-se com a Capela-mor, retangular. No conjunto, impera a depuração, e a decoração circunscreve-se aos retábulos (dois laterais, dois colaterais em ângulo e o retábulo-mor), púlpitos, arco triunfal e coro alto, que incluí no seu interior o órgão. A Capela-mor, com tecto em estuque pintado, é iluminada por quatro amplas janelas de linhas retas, com sanefas de talha, e silhar de azulejos polícromos, de padrão. O retábulo exibe uma tela com a representação habitual de Nossa Senhora da Misericórdia. Por sua vez, também o cruzeiro, no exterior, foi objeto de diferentes intervenções, relacionadas com a substituição, em 1752, do original, executado em 1601, pelo que hoje conhecemos. Ergue-se sobre dois degraus e desenvolve-se através de base decorada por motivos vegetalistas, coluna de folhagens superiormente canelada, capitel com passos da vida de Cristo esculpidos (no horto, preso à coluna, com a coroa de espinhos e com a cruz aos ombros) e remate com Cristo crucificado. Em 1854 foi mudado para o adro da igreja, em 1941 para a zona Este do templo e por fim, em 1988, para o largo onde hoje se encontra, na fachada posterior da igreja e que corresponde ao antigo cemitério da Misericórdia.

Fonte: DGPC, Rosário Carvalho)

A Igreja da Misericórdia de Arcos de Valdevez possui um órgão histórico, em tribuna própria, na nave, do lado da Epístola.

Igreja da Misericórdia de Arcos de Valdevez

Igreja da Misericórdia de Arcos de Valdevez

Igreja de São Bento

Igreja de São Bento, Arcos de Valdevez

Igreja de São Bento, Arcos de Valdevez

Localizada numa elevação proeminente a Oeste da vila de Arcos de Valdevez, a Igreja de S. Bento, cuja obra foi concluída em 1674, integrou um antigo mosteiro de monges franciscanos. Apresenta uma tipologia sólida ao nível construtivo e uma quantidade significativa de painéis de azulejo e estatuária diversa no interior, num conjunto típico do século XVII.

Fonte: Porto e Norte

Igreja de S. Bento possui um órgão histórico.

Igreja do Espírito Santo

Igreja do Espírito Santo

Igreja do Espírito Santo

A Igreja do Espírito Santo é um edifício de arquitetura religiosa, maneirista, barroca, Rococó e oitocentista. Apresenta planta longitudinal composta por nave e Capela-mor, interiormente com cobertura em falsa abóbada de berço e tectos de caixotões em talha, respectivamente, e iluminada pelos amplos vãos laterais e axial, tendo adossada torre sineira e sacristia. As fachadas com cunhais apilastrados, coroados por pináculos com bola, terminam em friso e cornija. A fachada principal é terminada em frontão de lanços, e de três panos, rasgada por eixo de vãos sobrepostos, composto por portal de verga recta e janelão, ambos de moldura decorada. As fachadas laterais são rasgadas por três janelões na nave e na Capela-mor, tendo na lateral direita porta travessa de verga recta. No interior, coro-alto de talha, dois púlpitos laterais confrontantes em talha dourada, profusamente decorados, e arco triunfal ladeado por dois retábulos colaterais de planta côncava e um eixo maneiristas. Capela-mor com retábulo de talha dourada maneirista, de planta recta e um eixo. Igreja de antiga Confraria do Espírito Santo, destacando-se pelo notável conjunto de talha que reúne, assumindo-se como caso singular e exemplificativo do gosto e da qualidade dos artesãos da região minhota, sobretudo, no que diz respeito, aos dois púlpitos. Estes têm caixas quadrangulares, linhas delgadas e formas elegantes; introduzem baldaquino de formato piramidal decorado, essencialmente, com figuras de anjos músicos, as quais são dispostas de modo a acentuar o formato dos remetes, opção que se generalizou na região e que terá neste exemplo a sua máxima expressão. De notar que a excelência dessa composição verifica-se, não só a nível decorativo, como também a nível de escala, pois o baldaquino possui quase a mesma altura que o próprio púlpito. Os retábulos colaterais e os laterais, dispostos nas quatro capelas rasgadas em arcos de volta perfeita da Capela-mor, têm a mesma estrutura e decoração. No entanto, os colaterais sofreram uma reforma já no séc. XIII, tendo perdido a tela central, que foi substituída por nichos retilíneos, rematados superiormente por lambrequim. Os painéis têm pintadas cenas alusivas à acção do Espírito Santo, e o seu remate, subsistente ainda nos colaterais, com pomba, constitui a representação material do mesmo. O retábulo-mor, exibindo uma linguagem maneirista tardia, distingue-se, quer pela concepção, quer a nível decorativo, visto conjugar uma estrutura invulgar, semelhante a um arco de triunfo, com uma decoração profusa reunindo folhagem, pássaros, carrancas, querubins e meninos segurando cestos na cabeça. Esta gramática decorativa caracterizou o período compreendido entre 1650 e 1680. De grande destaque são também os cadeirais da Confraria do Espírito Santo, executados por volta de 1716, com espaldar profusamente decorado no estilo Barroco nacional, e o amplo lavabo, com duas bicas carrancas e bacias individualizadas. O silhar de azulejos da sacristia, tipo tapete, data do final do séc. XVII.

A igreja possui um órgão histórico

Igreja Matriz de Arcos de Valdevez

[ Igreja Paroquial ] [ São Salvador ]

Igreja Matriz de Arcos de Valdevez

Igreja Matriz de Arcos de Valdevez

Dedicada a São Salvador, que é também o orago da freguesia da margem direita do rio Vez, a Igreja Matriz que hoje conhecemos testemunha as diferentes campanhas de obras de que foi objecto, entre 1690 e 1770. Este longo tempo, conferiu-lhe múltiplos aspetos que podem ser integrados num gosto Barroco austero, como é o caso da própria arquitetura, numa linguagem definida por Barroco pleno ou Estilo Nacional, bem presente nas talhas douradas do interior, ou ainda numa opção Rococó, esta última visível na Capela do calvário, cujo traçado tem vindo a ser atribuído a André Soares. A edificação da igreja teve início na última década do século XVII, sobre as ruínas de um templo anterior, estando concluída dez anos mais tarde, em 1700. A planta, de cruz latina, com nave única, duas capelas laterais, Capela-mor retangular e uma série de edifícios anexos, reflete-se na volumetria exterior, à qual se reúne, ainda, a torre sineira, ligeiramente recuada em relação à fachada principal. Esta, talvez mais tardia do que a estrutura arquitetónica do templo, é flanqueada por pilastras com fogaréus no remate, constituindo o frontão contracurvado, com escudo central, o elemento de maior dinamismo do conjunto. Ao centro, abre-se o portal, de moldura reta, com ligação ao janelão retilíneo que se lhe sobrepõe, coroado por frontão triangular curvo.
No interior, a nave é coberta por abobada de berço pintada, no que poderá ser uma reminiscência dos antigos caixotões. O arco triunfal é revestido por talha dourada, que se liga aos altares colaterais, colocados de forma a cortar os ângulos da nave. As capelas laterais são abertas por arcos de volta perfeita com impostas salientes, cobertas por abóbadas de caixotões de talha dourada, e os seus retábulos inscrevem-se, tal como a restante obra de talha, nos modelos do denominado Estilo Nacional. O do lado da Epístola, dedicado ao Santíssimo Sacramento, é formado por colunas torças que enquadram o sacrário, e no frontal de altar encontra-se esculpida a Última Ceia de Cristo, possivelmente executada entre o final do século XVIII ou o início da centúria seguinte. Do lado oposto, o retábulo da Capela de Nossa Senhora da Dores exibe, também, colunas torças, mas intercaladas por mísulas com imagens, e a tribuna é fechada por vitrais que protegem a imagem de Nossa Senhora. Na Capela-mor, o retábulo da mesma época, exibe uma tela com a Ascensão de Cristo. Nas paredes laterais abrem-se duas portas sobre as quais foram pintados, sobre estuque, representações de um cordeiro e um pelicano a alimentar os filhos. Ainda neste espaço, destacam-se os anjos tocheiros, de época joanina (GONÇALVES, 1973, p. 1). O silhar de azulejos de padrão setecentista que reveste este espaço é original, testemunhando uma situação que deveria ter abrangido toda o templo, mas que foi anulada em data incerta, pois os azulejos da nave são recentes. A Capela do calvário, adossada ao exterior, do lado da Epístola, no espaço correspondente ao transepto, é atribuída ao arquiteto bracarense André Soares, na sua última década de actividade (1760), devendo ter sido edificada a par da igreja da Lapa, obra que justificou a presença de Soares em Arcos de Valdevez.

Fonte: DGPC, Rosário Carvalho

A Igreja Matriz de Arcos de Valdevez possui órgão histórico.