Arganil e as suas filarmónicas
Filarmónicas de Arganil
Bandas de Música do Concelho de Arganil
- Associação Filarmónica de Arganil
- Associação Filarmónica Progresso Pátria Nova de Coja
Associação Filarmónica de Arganil
Foi em 1853, por iniciativa do Padre Manuel da Costa Vasconcelos Delgado, que foi formada a primeira Filarmónica em Arganil, continuada posteriormente por seu sobrinho, também padre, Joaquim Inácio de Vasconcelos. Entretanto, logo em 1853, o Professor Ribeiro de Campos, fundaria outra Filarmónica, com regência do Maestro José Tomás de Aquino. Em 1856, falecia o Padre Vasconcelos Delgado e a Banda por ele formada, entrava em decadência.
Com alguns músicos desta banda e outros da já então extinta Banda do Prof. Ribeiro de Campos, fundaria mais tarde, o Padre Dr. Luís Caetano Lobo, uma outra banda que chegou a atingir grande nível artístico, pois era seu regente o próprio Padre Caetano Lobo, que além de cultivar o canto, com uma excelente voz de tenor, era um exímio violinista.
Seria esta então a Banda Recreativa Independente Arganilense. Entretanto, a Filarmónica inicialmente formada pelo Padre Vasconcelos Delgado reorganizava-se sob direção do Padre Joaquim Inácio de Vasconcelos (a depois famosa Banda do Padre Inácio) e que viria a ser a Filarmónica Constança Arganilense.
Coexistiram assim, durante muitos anos em Arganil as duas Bandas de Música que, apesar de terem engrandecido culturalmente a sua terra, também lhe trouxeram «muitas horas de intranquilidade e sobressalto e até uma certa fermentação de ódios».
Beneficiando da abertura social com o advento da República em 1910, logo da parte dos amantes da cultura musical isenta, se gerou um movimento no sentido da fusão das duas bandas, que efetivamente acabaria por se dar, embora com algumas vozes discordantes, em 1911. Assim, sob a presidência do Padre Francisco de Vasconcelos e regência de José Mendes Ribeiro, as duas Bandas dão origem à Filarmónica Arganilense, que com alguns altos e baixos, chega até aos nossos dias.
Além de vários maestros que ocasionalmente e por curtos períodos de tempo a regeram, foram seus principais regentes por maior dinâmica lhe transmitirem, além de José Mendes Ribeiro, os também Arganilenses e saudosos, José Augusto da Costa Ferreira, Adriano Ribeiro Mendes e João Martins Vinagre.
Durante vinte e cinco anos e até 2005, sob a regência do arganilense Fernando da Silva Martins, atuou a Filarmónica em vários espetáculos, nomeadamente dois televisivos: «Ou vai ou taxa» em Arganil e «Sol de Verão», no Porto.
Atuou ainda na Feira de Sousel ( Alentejo); na Feira Agrícola de Santarém; Pavilhão dos Desportos (Lisboa); Pavilhão Norton de Matos (Coimbra); Expo 98 (Lisboa) e Feira Internacional de Lisboa. A sua internacionalização começou em 1995 quando se deslocou a Torres de Cotillas, Murcia (Espanha); em 1997, foi representar a Beira Litoral na 34ª Europeada do Folclore e da Música Popular que se realizou na cidade Suíça de Martigny, com atuação também na cidade de Sion; em 1998, esteve presente na 35ª edição do mesmo certame realizado em Rennes (França) com actuação na Fortaleza do Monte San Michele no Canal da Mancha; em Julho de 2001, na 38ª Europeada em Zamora (Espanha); em 2002, na 39ª Europeada, desta vez realizada em Antuérpia (Bélgica) e por fim em Julho de 2006 esteve de novo em Zamora na 43º edição das Europeadas.
No fim da década de 90, começou a ser premente a necessidade de dinamizar e melhorar a Associação, enquanto Banda de Música, pois a sua recente entrada para a Federação das Filarmónicas de Coimbra (da qual foi Banda fundadora), intuiu a perceção da Filarmónica Arganilense começar a ficar desatualizada.
Encetaram-se então estratégias de desenvolvimento e modernização que passaram nomeadamente por atualização de todo o instrumental para afinação normal; concessão do Estatuto de Utilidade Pública; filiação no INATEL como Centro de Cultura e Desporto; organização interna a nível da contabilidade e saneamento financeiro, para então se alcançar o grande objetivo que era a escola de música com um professor/maestro que possibilitasse a projeção técnica e pedagógica da Filarmónica, que haveria por se concretizar, com a vinda do Maestro João Alberto J. Sousa.
O resultado já é visível. Apresentamos uma banda a caminho da modernização e recheada de juventude bem motivada, alguns até já a frequentarem o Conservatório de Música de Coimbra. Para isso muito contribuiu a clarividência dos últimos presidentes de direção, nomeadamente, Alberto Cruz Almeida, António Lopes Nogueira, Cristina Figueiredo e Abel Ventura Fernandes.
A Associação Filarmónica de Arganil foi agraciada em 2003 com a Medalha de Ouro do Município de Arganil.
Associação Filarmónica Progresso Pátria Nova de Coja
A Associação Filarmónica Progresso Pátria Nova de Coja é uma coletividade centenária com sede na vila de Coja. Foi fundada a 01 de novembro de 1868 pelo cojense Dr. José Albano de Oliveira que, à sua custa, adquiriu os primeiros instrumentos e contratou o seu primeiro regente, dando-lhe o nome de Filarmónica Progresso de Coja. Com a sua morte, a instabilidade gerada foi ultrapassada pelo interesse do Padre Simões Dias que dotou a Banda da primeira bandeira e foi seu professor de música e regente. A implantação da República acrescentou à designação da Banda “Pátria Nova”.
Em1985 foram elaborados e registados os primeiros Estatutos da Associação, cuja última alteração ocorreu em 2000. É filiada no INATEL, no RNAJ e na FFDC. Tem desde 1994 o Estatuto de Coletividade de Utilidade Pública. A hoje designada Associação Filarmónica Pátria Nova de Coja desde sempre foi composta maioritariamente por juventude e hoje 80% dos seus executantes, num total de 56, com média de 19 anos. É regida por Daniel Simões Gonçalves que, fruto do seu trabalho na Academia de Música, incrementou a aprendizagem da música não só como fonte de executantes para a Associação mas como fonte de educação e ocupação dos jovens na Vila de Coja e região.
Filarmónica mais antiga do concelho de Arganil, com atividade ininterrupta, a Associação Filarmónica Progresso Pátria Nova de Coja tem nos últimos anos intensificado a qualidade que empresta aos serviços de festas e romarias para os quais é solicitada, na sua componente religiosa, mas também na versatilidade de reportório que procura executar em diferentes palcos e contextos.