Arganil e os seus órgãos de tubos
Órgãos de tubos do concelho de Arganil [4]
De acordo com as informações disponíveis, existem órgãos de tubos nas seguintes igrejas do Concelho:
Igreja da Misericórdia de Arganil
[ de Santa Isabel ]
Localizada no centro da vila, a Igreja da Misericórdia de Arganil é um edifício de planta irregular, implantado no ângulo das ruas da Misericórdia e Condessa das Canas. Fundado na segunda metade de Setecentos, o templo apresenta um programa híbrido, com estrutura exterior barroca e espaço interior já Rococó, resultante de uma extensa campanha construtiva que se arrastou pelo século XIX. Na fachada principal destaca-se o portal Barroco, concebido em conjunto com a janela do coro alto, numa composição una que se prolonga ainda pelo brasão de armas da Misericórdia, patente no tímpano do frontão contracurvado. Estes elementos são complementados por apontamentos decorativos oitocentistas, como os fogaréus, a grade da varanda, e o remate da torre sineira.
O interior, de nave única, apresenta também uma dicotomia na ornamentação. O retábulo-mor, de talha dourada, remonta ao último quartel do século XVIII, tal como os retábulos colaterais, pintados de branco e com concheados, que se encontram implantados na diagonal, junto ao arco triunfal, numa solução que confere dinâmica ao espaço. As restantes obras de talha, nomeadamente a balaustrada do coro alto, o púlpito e a varanda do órgão, são já do final do século XIX.
Fonte: DGPC, Catarina Oliveira
Órgão inglês [ I;2 (10+10) ], c. 1900, montado em 1902 por J. Linhares, de 1 teclado para as 2 secções (54 notas), restaurado pela Oficina e Escola de Organaria de Pedro Guimarães e Beate von Rohden, em 1998, opus 23.
Igreja do Convento de Santo António de Vila Cova de Alva
De fundação setecentista, o convento de Santo António de Vila Cova de Alva foi edificado entre 1713. Os primeiros religiosos chegaram em 1712, instalando-se em casas próximas para orientar os trabalhos do novo edifício. Estas, decorreram céleres, cabendo a concepção do projecto a João Coelho coluna, um frade ou leigo, natural de Alvite, que se encontra sepultado sob a galilé. O edifício, que já havia sofrido fortes danos com as Invasões Francesas, foi vendido em hasta pública no ano de 1841, tendo sido, a partir de então, objeto de remodelações constantes que o descaracterizaram profundamente. O claustro, com cinco vãos e muro a suportar a colunata de capitéis toscanos e arquitrave, conserva a sobriedade original, apesar da adulteração do segundo registo, fechado por janelas.
A igreja, de planta cruciforme, conserva, no interior, o esplendor da talha dourada que caracterizou os espaços barrocos no nosso país, contrastando vivamente com a austeridade própria da Ordem, bem visível da arquitetura depurada do conjunto conventual. A fachada, em empena de cunhais rusticados rematados por pináculos, é aberta por um arco abatido, também rusticado, sobrepujado pelo janelão do coro, e por um óculo. O portal, de verga reta, exibe, sobre a cornija, um nicho decorado por enrolamentos. No interior, a austeridade arquitetónica, com cornija na nave, arcos de volta perfeita a marcar o transepto arco triunfal também de volta perfeita, e restantes vãos de verga reta é equilibrada pelos altares colaterais, de talha dourada de Estilo Nacional, pelas sanefas que rematam as imagens sobre o arco triunfal, pelas pinturas deste último, e pelo imponente retábulo-mor, da mesma época. No coro-alto destaca-se o cadeiral de duas ordens, em talha. Na cerca conventual conservam-se várias fontes e bicas de água, que convidavam à meditação e repouso.
Fonte: DGPC, Rosário Carvalho
Igreja Matriz de Arganil
[ Igreja Paroquial ] [ S. Gens ]
O edifício atual da Igreja Matriz de Arganil provém de finais do século XVII. A parte mais antiga é a Capela dos Fonsecas. A frontaria, de cunhais apilastrados e linha da empena de cantaria de granito, tem portal retangular dominado por um nicho e um óculo poligonal. O corpo é de cobertura apainelada que contém em cada painel uma pintura hagiográfica, de execução artificial, de autoria de Oliveira Trovão, mandada executar em 1762 por três irmãos padres da vila: Manuel Veloso de Paiva, José de Almeida Veloso e António da Silva Veloso. O retábulo principal é do fim do século XVII, com reformas posteriores. À esquerda encontra-se a Capela instituída pelo capitão-mor da Vila, Pêro da Fonseca, cujo terreno foi demarcado em 1658. Encontram-se nesta Capela duas esculturas de madeira do século XVII: a Senhora da Conceição e S. Pedro. A Capela do Sacramento (do mesmo lado) é da primeira metade do século XIX. Aí se encontram duas imagens setecentistas de S. Francisco e Santo António. A torre encontra-se separada da Igreja e num nível mais elevado sendo, por isso, um motivo urbanístico muito interessante.
Fonte: CMA
Igreja Matriz de Coja
[ Igreja Paroquial ] [ São Miguel ]
A Igreja Matriz de Coja tem como orago S. Miguel. É um edifício de arquitetura religiosa de linhas setecentistas que deve ter sido reconstruída no século XIX. A linha da frontaria é funda e elegantemente recortada. O retábulo principal (1881) e os colaterais (1893), em linhas setecentistas, são do entalhador da Cerdeira, José Gonçalves de Abreu. As imagens de Santa Catarina e S. Sebastião são esculturas medievais em pedra. Outras imagens vieram de conventos ou colégios universitários de Coimbra. São imagens em madeira do século XVII.
Fonte: CMA
Pormenor da montra do órgão