Caldas da Rainha e os seus órgãos de tubos

Órgão António Joaquim Fontanes, Igreja de Nossa Senhora do Pópulo, restauro por António Simões em 2023, créditos Daniel Oliveira
Órgãos de tubos das Caldas da Rainha [1]

De acordo com as informações de que dispomos, os órgãos de tubos existentes no Concelho são os seguintes:

Igreja de Nossa Senhora do Pópulo, Caldas da Rainha

Igreja de Nossa Senhora do Pópulo, Caldas da Rainha

Igreja de Nossa Senhora do Pópulo

Classificada como Monumento Nacional desde 1911, a Igreja Nossa Senhora do Pópulo é uma das mais emblemáticas atrações de Caldas da Rainha. Construída inicialmente como Capela privada do Hospital Termal, foi elevada a Igreja Matriz devido ao rápido crescimento da localidade. Da autoria do Mestre Mateus Fernandes, um dos responsáveis pelas Capelas Imperfeitas do Mosteiro da Batalha, a igreja data do inicio do século XVI e tem a particularidade da Capela-mor ter sido erguida sobre uma das nascentes termais. De pequenas dimensões, a Igreja de Nossa Senhora do Pópulo revela-se enorme pela conjugação de estilos que abarca, sendo referenciada como um dos primeiros edifícios onde se pode encontrar indícios do estilo manuelino. Para melhor se perceber o legado da cidade das artes e da cultura, em 1504 a Igreja de Nossa Senhora do Pópulo foi palco de uma das mais emblemáticas obras de um dos grandes nomes da literatura portuguesa, o Auto de São Martinho de Gil Vicente, de quem a Rainha Dona Leonor, grande impulsionadora das artes e da cultura, era mecenas.

Órgão de tubos da igreja de Nossa Senhora do Pópulo

Em 2020, Dinarte Machado publicava no Facebook:

“Este é o estudo prévio, de um órgão histórico, em estado de degradação acentuado, cujo estudo é o que vem publicado num caderno para concurso público.

Órgão

No coro-alto encontra-se o órgão com caixa em madeira de estrutura simples e sem grandes ornamentos. Este não é o órgão original da igreja. O órgão inicial deveria ser um órgão “realejo”, ou seja, um órgão mecânico com um ou mais foles e teclado, o qual terá sofrido vários consertos no final do séc. XVI, inícios do séc. XVII. Em 1825 sabe-se da doação de um novo órgão pelo Rei D. João VI e em 1880 do restauro e afinação do órgão por Paul Lê Gros. Este será o órgão atual uma vez que ainda se pode ler na caixa do órgão junto ao teclado “António Joaquim Fontanes o fez no anno de 1826”.

O órgão é uma peça simples apresentando caixa ao nível inferior onde se encontra teclado e pedaleira e caixa ao nível superior tripartida onde se encontram os tubos do órgão com decoração ao nível do remate superior em talha dourada. O órgão encontra-se em mau estado de conservação com tubos ausentes e grande parte deles tombados e fora do sítio original.

O órgão apresenta-se em mau estado de conservação, não estando funcional. Ao nível da caixa de madeira verificam-se pequenas fissuras e desligamento entre elementos estruturais, com presença de lacunas de pequena dimensão. É admissível a presença de elementos em falta e/ou soltos armazenados no interior da caixa, carecendo toda a estrutura de revisão. São visíveis elementos metálicos oxidados. A superfície apresenta lacunas com deposição de sujidade generalizada em todo o conjunto.

No que diz respeito ao mecanismo é visível a presença de tubos em mau estado de conservação, alguns dos quais armazenados no interior da caixa, não se sabendo se o conjunto se encontra completo. A este nível também se salienta o mau estado de conservação do teclado e pedaleira, necessitando todo o mecanismo de uma intervenção de fundo.

Dinarte Machado, 2020

Órgão António Joaquim Fontanes, Igreja de Nossa Senhora do Pópulo, restauro por António Simões em 2023, créditos Daniel Oliveira

Órgão António Joaquim Fontanes, Igreja de Nossa Senhora do Pópulo, restauro por António Simões em 2023, créditos Daniel Oliveira

Órgão António Joaquim Fontanes, Igreja de Nossa Senhora do Pópulo, restauro por António Simões em 2023, créditos Daniel Oliveira

Órgão António Joaquim Fontanes, Igreja de Nossa Senhora do Pópulo, restauro por António Simões em 2023, créditos Daniel Oliveira

Reciclanda

Reciclanda

O projeto Reciclanda promove a reutilização, reciclagem e sustentabilidade desde idade precoce.

Com música, instrumentos reutilizados, poesia e literaturas de tradição oral, contribui para o desenvolvimento global da criança e o bem estar dos idosos. Faz ACD e ALD (formações de curta e longa duração) e dinamiza atividades em colónias de férias com crianças. Municípios, Escolas, Agrupamentos, Colégios, Festivais, Bibliotecas, CERCI, Centros de Formação, Centros de Relação Comunitária, podem contratar serviços Reciclanda.

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