Lajes do Pico e seus órgãos de tubos
Órgãos de tubos do Concelho das Lajes do Pico
[ Ilha do Pico ]
De acordo com as informações de que dispomos, os órgãos de tubos existentes no Concelho são os seguintes:
Igreja Matriz de Nossa Senhora da Piedade
A fundação da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Piedade é provavelmente anterior a 1506. Em 1755 um violento terramoto destruiu a Igreja Paroquial e muitas habitações. A igreja é rica e ampla. Dispõe de um frontispício rico de pedra lavrada, sendo mesmo, neste particular, um dos mais belos e imponentes da Ilha do Pico. Medindo 42 metros de comprimento por 16 de largura e com a torre de 25 metros de altura, dispõe de três naves sustentadas por pilastras de pedra lavrada. No altar-mor respetivo encontra-se exposta à veneração dos fiéis uma antiga e bastante rica imagem de Nossa Senhora da Piedade com Cristo morto nos braços.
Igreja Matriz das Lajes do Pico
[ Santíssima Trindade ]
A Igreja Matriz das Lajes do Pico é um edifício de arquitetura religiosa, oitocentista. Tem planta retangular composta por três naves, separadas por arcos apontados sobre pilares, e cabeceira tripla, interiormente amplamente iluminada e com tetos de madeira. A fachada principal apresenta torres de três registos enquadrando pano central terminado em frontão triangular e rasgado por três portais encimados por janelões em arcos apontados sublinhados por cornijas. As fachadas laterais tem porta travessa e janelas de igual modinatura. No interior, possui coro alto sobre arcos apontados e arco triunfal e dos absidíolos também apontados.
Possui um órgão histórico da autoria de António Xavier Machado e Cerveira, opus 66, 1804, restaurado por Dinarte Machado Atelier Português de Organaria, 1990.
positivo de armário
consola
Igreja Matriz de São João Baptista
Possui um órgão histórico da autoria de Nicolau António Ferreira, 1884, restaurado por Dinarte Machado Atelier Português de Organaria.
Órgão de tubos da Igreja Matriz de São João do Pico
Em 2014, o órgão de tubos da igreja de São João, na ilha do Pico, completou 130 anos de existência ao serviço da liturgia. O aniversário foi celebrado com uma eucaristia, presidida pelo Pároco, Pe. Francisco Rodrigues, que contou com a participação Grupo Coral da Paróquia, sob a direcção de Elina Canto e Castro, Grupo Coral das Lajes do Pico, sob a direcção de Hildeberto Peixoto, interpretando a Missa Brevis de Jacob de Haan e dos organistas Milton André, J. A. Bernardo Maciel, Helen Martins e Volodymir Samokhvalov.
Estes dois últimos realizaram ainda uma interpretação antes do inicio da eucaristia. Helen Martins interpretou “Hino” de Nils Larsen (1888 – 1937), ao que se seguiu uma breve nota histórica sobre a vida deste Órgão de Tubos, terminando este momento inicial com a participação do professor do Conservatório da Horta e titular do órgão da Matriz da cidade da Horta, Volodymyr Samokhvalov.
“Não há palavras para descrever a alegria e a vivência deste dia”, disse ao Sítio Igreja Açores o Pe. Francisco Rodrigues, sublinhando que “a música e a oração conjugaram-se perfeitamente” permitindo que “a alma se elevasse na oração pela música! As notas musicais ganham maior profundidade, porque é a fé do Povo que faz cantar”.
Para o sacerdote, neste aniversário dos 130 anos do órgão, “não estava em causa só o instrumento material, mas todo o valor imaterial e a envolvência daqueles que cantaram, através de séculos, nesta comunidade de São João”, salientou ainda.
Durante a celebração o Pe. Francisco Rodrigues desafiou, ainda, os seus paroquianos e todos os que se encontravam na Igreja de São João “a serem uma sinfonia do amor, em que o único maestro é Cristo, que nos faz cantar e viver o amor harmoniosamente”.
Este Órgão de Tubos foi construído por António Nicolau Ferreira, em Ponta Delgada, no ano de 1884.
Não se conhece mais nenhum instrumento deste organeiro, embora ele fosse familiar de João Nicolau Ferreira, marceneiro de profissão, que construiu nove órgãos nos Açores sob a orientação do Padre Silvestre Serrão, discípulo de António Xavier Machado e Cerveira, o mais importante organeiro português dos séc. XVIII/XIX.
“Grande parte dos elementos que compõem o instrumento revelam que foram construídos de uma forma mais fabricada do que artesanal, evidenciando boa qualidade, nomeadamente tubos, teclado, someiro e foles, o que demonstra que, na época, já existiam fábricas que construíam tais peças e que depois eram montadas por alguém no local”, refere uma nota feita pela paróquia para assinalar esta efeméride.
Durante mais de cem anos, este instrumento “vibrou e fez vibrar muitas vozes de gerações sucessivas de paroquianos, tocado por diversos organistas, dos mais autorizados aos mais humildes”, refere ainda a nota.
Na sequência do sismo de 1998, que afetou fortemente as estruturas da igreja, por decisão oportuna e feliz da paróquia, o órgão foi retirado e submetido a restauro do mestre organeiro Dinarte Machado, sob o alto patrocínio de Helen Martins.
Em 11 de Janeiro de 2008 teve lugar a apresentação do instrumento. O órgão histórico da Igreja Paroquial de São João do Pico dispõe de catorze registos, dois pedais e um só teclado. Tem um total de 479 tubos sonoros.
Igreja Açores, www.igrejaacores.pt, 13 dezembro 2014