Marco de Canaveses e as suas filarmónicas
Filarmónicas do Marco de Canaveses
Bandas de Música, História e Atividades no Concelho
Associação Cultural, Artística e Desportiva de Vila Boa de Quires
A Banda de Música de Vila Boa de Quires terá começado com uma Tuna coral, com o objetivo principal de fazer missas cantadas. Para que a agremiação pudesse ser identificada, construiu o seu símbolo alegórico, constituído por uma haste de madeira, na vertical, com dois metros de altura, e três hastes horizontais, também em madeira, mais pequenas, na horizontal. As peças horizontais tinham penduradas diversas campainhas as quais, com o movimento dos seus transportadores, emitiam variados sons, de acordo com a sua forma e tamanho.
O símbolo da Tuna passou a ser utilizado como instrumento musical, parecido com o nosso conhecido “brinquinho da Madeira”, e no final das missas, devido à grande concentração de pessoas que nessa época se fazia nos adros das igrejas, as mulheres para comprarem os doces regionais e os homens para fazerem a barba, a Tuna passou a ter, além do caracter religioso, atuações com cariz lúdico.
Assim, no dia 24 de novembro do ano de 1872, surgiu o primeiro regulamento oficial, que define os direitos e obrigações que todos os elementos da então chamada “Capela e Orquestra” tinham de cumprir, incluindo o regente e diretor Albano Gonçalves de Carvalho. Nesta altura a “capela e orquestra” era composta por dezasseis pessoas e, pelo indicado no referido documento, além das missas cantadas, já faziam festas e tocatas. As atuações eram encaradas com profissionalismo. Eram aplicadas penas aplicadas a quem não cumprisse o regulamento. Após muitos anos de aperfeiçoamento, a “capela e orquestra” de raízes populares, substituiu o seu símbolo por uma bandeira, em conformidade com o estatuto que estava a adquirir, passando a ser conhecida por Banda de Vila Boa.
ACADES
A sua elevada qualidade fez com que fosse solicitada a estar presente em diversas atividades culturais, nomeadamente, no ato de inauguração da linha do Tâmega, onde, por volta das onze horas tocou o “Hymno Nacional”, conforme prova a emissão do jornal “Flôr do Tâmega” de 28 de março de 1909. Por volta de 1955, por abandono do seu regente da altura, a “Banda de Vila Boa” passou por momentos difíceis, causados pela falta de um líder e de um espaço para realizar os ensaios, uma vez que os mesmos não podiam ser feitos, como até aí, na casa de S. Nicolau (junto ao Pelourinho) porque ela pertencia ao ex-regente e, com tal, não tinham autorização para isso. O povo de Vila Boa de Quires, com a intenção de reabilitar a Banda, fez um peditório e construiu, no lugar dos quatro irmãos, a “casa da música”, também conhecida por “casa dos ensaios”.
Já com novo regente, a banda começou a renascer e, de direção em direção, chegou até ao dia 2 de Junho de 1977, data em que foi feita a escritura de criação de uma Associação Cultural, Artística e Desportiva de Vila Boa de Quires (ACADES), que inclui a Banda de Música de Vila Boa de Quires e todo o seu património. Continua a ser conhecida por Banda de Música de Vila Boa de Quires, sendo composta por 55 elementos, na sua maioria filhos da freguesia, e, devido ao grande volume de atuações que faz ao longo do ano, continua a ser a principal atividade da associação.