Monção e as suas filarmónicas
Filarmónicas de Monção
Bandas de Música, História e Atividades no Concelho
- Banda Musical de Monção
- Banda Musical de Tangil
- Filarmónica Milagrense – Associação Cultural Recreativa e Social
Extintas:
Banda de Valadares
Música Nova de Tangil
Banda Musical de Monção
O registo mais antigo que se conhece está inscrito numa ata da Santa Casa da Misericórdia de Monção, de 25 de Fevereiro de 1792, e nessa época, era conhecida por Banda de Muzica da Vila. Presume-se que a sua existência seja ainda anterior.
Em 1792, Gonzallo José de Moiños, de nacionalidade Espanhola, foi o primeiro Maestro. Em 1830, já a Banda abrilhantava festividades sendo maestro o abade D. Lourenço, também, de nacionalidade espanhola e capelão do Palácio da Brejoeira. A Filarmónica era constituída por 15 músicos.
De maestro em maestro, uns formados em Monção, outros contratados, civis e militares, chegou-se a 1918, ano em que passou a chamar-se Banda dos Bombeiros Voluntários de Monção, por deliberação da Direcção. Em 1890, foi feita a primeira fotografia da Banda da qual já faziam parte 20 músicos. Em 1933, a Comissão Administrativa da Câmara Municipal de Monção, deliberou em reunião do executivo, outorgar-lhe o titulo honorifico de Banda Municipal de Monção, pelos brilhantes serviços prestados à cultura.
Em 1945, participou na inauguração do Estádio de Futebol do Riazor, Corunha Espanha. Em 1969, por força de lei foram elaborados os seus primeiros Estatutos, e inscreveram-se os primeiros 120 sócios fundadores, passando a chamar-se Banda Musical de Monção, titulo que mantém.
Na década 1970/80, gravou diversos discos, com o maestro Miguel de Oliveira. Em 1971, classificou-se em 3º lugar no Concurso de Bandas Civis de 1o Categoria (Palácio Cristal/ Porto). Em 1980, a Câmara Municipal de Monção, em sessão pública, outorgou-lhe a medalha de ouro do Município pelos seus mais de 150 anos ao serviço da Cultura. Em 1984, gravou a sua primeira cassete, com o maestro Viriato Araújo. Em 1996, classificou-se em 3º lugar na participação na RTP2, programa “À Volta do Coreto”. Em 1998, foi declarada instituição de utilidade pública. Em 2005, gravou o primeiro CD, com o maestro José Vicente. Em 2006, dirigida pelo Maestro José Vicente Simeó, a Banda Musical de Monção foi vencedora do Concurso de Bandas Filarmónicas da Cidade de Aveiro.
Em 2009, gravou o CD Contrastes Sinfónicos (Maestro José Vicente).
De 1792 a 2014, conhecem-se 23 maestros, destacando-se entre outros: Gonzallo José de Moiños (1792), abade D. Lourenço (1830), Miguel Maria Pereira (1880), Sargento Músico, Luis José Gonçalves (Mestre Luis – 1897 a 1928), Sargento Músico Sebastião José Passos (1928 a 1952) Oscar Ferreira, Luis Lourenço, Sargento Músico Manuel Ferreira Pais, Miguel António Peixoto de Oliveira (1964 a 1983), Manuel Silva Lourenço (1983), Sargento Chefe, Viriato Carneiro Araújo (1983 a 1986), Sargento Chefe, Domingos José Campos Cardoso (1986 a 2003) e José Vicente Simeó Mañez (desde 2003), este, de nacionalidade espanhola.
A Banda Musical de Monção participou em milhares de festividades e em todo o tipo de eventos culturais como romarias, procissões, concertos, encontros de bandas, concursos, geminações de Municípios, gravações, receções oficiais, homenagens e atos solenes.
Banda Musical da Casa do Povo de Tangil
A Banda Musical de Tangil, ou Banda Musical da Casa do Povo de Tangil, é uma associação de natureza cultural e filarmónica sediada em Tangil, concelho de Monção, distrito de Viana. A sua fundação perde-se na bruma dos tempos. O segundo e terceiro regentes, tendo vindo de Arcos de Valdevez para reger a Banda, aqui acabaram por contrair matrimónio. Deles existem os respetivos registos no Arquivo Paroquial.
A Banda teria sido fundada em 1838, tendo saído a público pela primeira vez na festa do Divino Salvador, Padroeiro da freguesia, motivo pelo qual se chamou, durante muitos anos, Banda de Música do Divino Salvador de Tangil. Do seu fundador e primeiro regente, apenas se sabe que se chamava Delfim e que era natural de Braga. Passando por Tangil a caminho de Espanha, teria pedido abrigo para passar a noite e repousar, mas depois de dar a conhecer o que fazia na vida e de instado a ficar por cá, ficou a residir no lugar de Fornelos, trabalhando na sua profissão – sapateiro. Depressa conquistou a simpatia de todos e a sua oficina passou a ser o centro de convívio dos homens e dos rapazes do lugar, que os quais animava com as melodias que executava no clarinete.
Assim começou a nascer o gosto pela música e a ideia da formação de uma pequena Banda de Música. Tal projeto começou a contagiar os tangilenses e o entusiasmo foi tal que D.ª Francisca Rosa Joana de Barbeitos Padrão, da Casa de Ladreda, decidiu oferecer à Banda o seu primeiro instrumental. Conta-se que a Banda, como reconhecimento por tal gesto, quis prestar à benemérita justa homenagem, mas a festa não foi aceite por se encontrar de luto pelo falecimento de seu marido, o Capitão João Manuel de Sousa Lobato, falecido em 1837. Daqui se deduz que a Banda terá nascido em 1838.
O seu fundador durante cerca de 37 anos se manteve como regente, vindo a falecer na freguesia que adotara como sua e onde havia constituído família.
Em 1926, em certame organizado em Riba de Mouro e no qual participou também a extinta Banda de Valadares – Monção, foi a Banda de Tangil que ganhou a medalha de ouro. A partir de 1926, a Banda começou a ter certa projeção além fronteiras e da Galiza todos os anos surgiram convites para a Banda atuar em festas daquela zona. Em 1933, divergências surgidas no seio da Banda entre o regente João Luís Rodrigues e vários componentes, deram origem ao seu desmembramento e à criação de nova Banda de Música, passando a existir duas Bandas de Música na freguesia, a Música Velha e a Música Nova.
Foram seus regentes os maestros João Luís Rodrigues e Amadeu Neves (Abílio Oliveira Cardoso), respetivamente. A rivalidade entre as duas bandas era grande, provocando constantemente conflitos entre os componentes e apoiantes das bandas. Em 1936 a divisão e rivalidade deram lugar à concórdia e as duas bandas voltaram a unir-se. Em 1955, devido ao estilo do seu novo fardamento (tipo oficial militar) e à sua apresentação, adotou o nome de Banda Musical dos Cadetes de Tangil, designação que usou até à sua integração na Casa do Povo. Mas, apesar da sua existência secular e atividade constante, a Banda não passava de uma pequena banda com pouco mais de duas dezenas de elementos. A partir de 1965, pela ação do regente regressado do serviço militar, que prestara serviço como músico da Banda do Regimento de Infantaria nº 6 – Porto, a Banda começa a ter maior evolução. Cativou jovens para a Banda, aumentando ano após ano o número dos seus executantes e melhorando a sua preparação artística.
Em 1970, foi integrada na Casa do Povo de Tangil, passando a chamar-se Banda Musical da Casa do Povo de Tangil e a usufruir das suas instalações como sede. Em 1986 concretizou-se um velho anseio – a substituição do velho instrumental brilhante por novo instrumental de afinação normal. Em 1997 foi condecorada pela Câmara Municipal de Monção com a medalha de ouro do Município, sendo considerada Instituição de Mérito no Campo Cultural.
Em 2003 gravou o 1º CD, lançado em 2004. Nesse ano, a convite da Câmara Municipal de Monção, participou no Programa da RTP 1- Praça da Alegria, em representação do concelho.
De entre os seus 16 regentes, além do atual, é de justiça destacar a ação do maestro João Luís Rodrigues, por ser aquele que mais tempo esteve à frente dos seus destinos e que, por isso, mais contribuiu para a sua existência, pese embora o seu abandono por três vezes: em 1929, por ter emigrado para o Brasil, onde permaneceu dois anos; de 1941 a 1943 e de 1946 até Setembro de 1950, para ir reger a Banda de Riba de Mouro. Porém, a ele se deve hoje a existência da Banda, porque em anos de crise, como dos anos 60, em que a nossa juventude emigrou em massa para fugir à guerra do ultramar, a Banda ficou reduzida a um limitado número de componentes, mas nunca desfaleceu e foi capaz de ultrapassar as dificuldades, adaptando o reportório aos músicos de que dispunha e mantendo a Banda sempre no ativo.
A Banda está federada na Federação de Bandas Filarmónicas do Minho e participa anualmente em várias romarias, festas e concertos, bem como em encontros de bandas: festivais ibéricos de bandas, em Monção; festivais de bandas do Alto Minho, em Viana do Castelo e noutros concelhos do distrito; festivais de bandas organizados pela Junta Central das Casas do Povo e pelo INATEL; encontros de bandas em Tuy, Lanhelas, Alcanede e Pêro Pinheiro.
Vários dos seus músicos seguiram a carreira profissional e fazem hoje parte de bandas do Exército, G.N.R. e P.S.P., e outros seguem o estudo da música em escolas profissionais. Tem em funcionamento uma Escola de Música.
Natural da freguesia de Tangil e clarinetista da Banda da G.N.R. do Porto, Daniel Óscar Lobato Vieira é regente e professor na Escola de Música da Banda.
No dia 7 de agosto de 2021 foi divulgada nas redes sociais a estreia da obra musical “Taagilde 1838”, dedicada e inspirada na Freguesia de Tangil – ou de Taangilde, como em tempos se chamava. O concerto aconteceria nesse dia no exterior do Centro Cultural do Vale do Mouro, e com lotação limitada, seguindo todas as normas recomendadas pela DGS.
Filarmónica Milagrense – Associação Cultural Recreativa e Social
A Filarmónica Milagrense – Associação Cultural Recreativa e Social, anteriormente designada de Filarmónica Milagrense,
está sediada no Lugar de Milagres, freguesia de Cambeses, concelho de Monção. É uma associação de natureza cultural, recreativa e social constituída em 1995. Alterou estatutos e denominação em 2005.