Montalegre e as suas oficinas de instrumentos
Oficinas de instrumentos musicais
Construção artesanal, restauro, reparação e manutenção de instrumentos no Concelho
A 12 de setembro de 2021, a Lusa informou que a associação Acendalha, de Paradela do Rio, no concelho de Montalegre, iria organizar uma oficina de criação de instrumentos musicais em barro que contaria com a presença do ceramista mexicano Hernán Vargas.
Este ‘workshop’, decorreria entre 19 e 25 de setembro em Paradela do Rio, no concelho de Montalegre, distrito de Vila Real, terá como formador o ceramista mexicano Hernán Vargas, que durante uma semana ensinaria os princípios de construção de instrumentos em barro, explicou à Lusa a responsável da associação Acendalha, Carolina Carvalho.
Esta associação é um coletivo de artistas, entusiastas, produtores de eventos, uma comunidade baseada em Paradela do Rio e nasceu de uma vontade de criar projetos artísticos e eventos culturais.
Entre as iniciativas está a formação de uma “orquestra de barro”, ou seja, a reunião de “um coletivo de pessoas que explorem instrumentos feito neste material e o seu som”.
“Isto começou porque houve uma vontade de criar uma orquestra de instrumentos de barro. Então, começámos a desenhar um projeto, que começava por experimentar e fazer instrumentos e nada melhor que convidar e envolver alguém que explora este tema, como a sua prática artística principal, o ceramista e músico Hernán Vargas”, salientou a responsável, de 28 anos, natural de Paradela do Rio.
Hernán Vargas, a partir de técnicas de modelação e construção em cerâmica, dará a possibilidade para a exploração de sistemas sonoros para fazer instrumentos de vento, de percussão, esculturas sonoras e aproximações a instrumentos de cordas, estabelecendo as bases teóricas e práticas de construção dos instrumentos de sopro, percussão, cordas e esculturas sonoras.
“O grupo vai explorar dentro da sua total liberdade esses princípios. Não é suposto construir algo em concreto, não é fazer instrumentos que já existam noutras formas”, salientou.
A oficina decorreria no espaço de cerâmica artística Arte da Terra. A formação seria para dez pessoas no máximo. “Este coletivo vem para cá aprender e esperamos que faça parte do projeto que venha a seguir, pois esta oficina vai iniciar um projeto que se chama SUBBARRO”, concretizou. O SUBBARRO pretende realizar várias residências artísticas destinadas à criação de instrumentos e repertório musical.
Nestas residências seriam convidados músicos e ceramistas para integrar e orientar a equipa, assim como alguns participantes da primeira oficina SUBBARRO. Seriam no mínimo duas residências “focadas na criação de instrumentos, criação musical e gravação de um álbum”, explicou a responsável da associação.
Depois dos instrumentos feitos, viria a exploração musical, o intercâmbio entre a música e cerâmica, feito para músicos e ceramistas.