Pombal e o seu folclore
Folclore em Pombal
Grupos etnográficos, tradições e atividades no Concelho
- Estremadura – Alta Estremadura
- Distrito: Leiria
07 grupos
- Rancho Etno-Popular da Ilha
- Rancho Folclórico Alegrias do Campo de Carnide
- Rancho Folclórico As Ligeirinhas de Antões
- Rancho Folclórico “As Moleirinhas” de Redinha
- Rancho Folclórico de Vila Cã
- Rancho Folclórico e Etnográfico do Louriçal
- Rancho Típico de Pombal
Rancho Folclórico “As Moleirinhas” de Redinha
Vila de Redinha, situa-se na base da Serra de Sicó, num vale fértil, devido principalmente à abundância de água. É atravessada pelo Rio Anços, que tem a sua origem nos Olhos de Água, tendo por isso sido um importante centro de moagem.
É possível que Romaria a Nossa Senhora da Estrela tenha contribuído para as profundas raízes folclóricas na região. Desde sempre, ali aflui bastante povo, pagando promessas, cantando e dançando ao toque de vários harmónios e concertinas que nunca faltam para animar esta tradição.
Em 1963, foi fundado o Rancho Folclórico “As Moleirinhas” de Redinha, hoje designado por Rancho Folclórico de Redinha fazendo lembrar os costumes e tradições dos seus antepassados. Tem participado em grandes festivais de Folclore de Norte a Sul do País bem como no estrangeiro, nomeadamente em Espanha e França. Apresentou-se também em alguns festivais de folclore na Ilha do Pico (Açores). Participou ainda no programa “Os Anos que Contam” gravado na Redinha para a RTP1 e no programa “Praça da Alegria”. É membro efetivo da Federação do Folclore Português e também da Associação Folclórica da Região de Leiria – Alta Estremadura.
Tendo o seu Folclore características bem definidas, na Vila de Redinha, aparecem os diversos trajos da região (Romeiros, Moleiros, Camponeses, Lavadeira, Noivos, Boieiros, Domingueiros, Fiadeira e Lavradores Ricos). O Rancho Folclórico de Redinha é hoje um digno representante da Arte Popular da Alta Estremadura.
Rancho Etno-Popular da Ilha
No início da década de 70, do século passado, um conjunto de pessoas, do lugar da Ilha, decidiu criar o Rancho Etno-Popular da Ilha. Nessa altura o etno-musicólogo António Oleiro colaborou com a população local na recolha das danças e cantares tradicionais da região, bem como na recuperação dos trajes ancestrais, procurando representar os usos e costumes dos finais do século XIX e início do século XX.
Desde a sua fundação, o Rancho Etno-Popular da Ilha tem participado em festivais de Folclore, a nível nacional, com destaque para a região autónoma da Madeira e internacional tal como a Paris, a Vigo e Itália. Nas representações, podem ser apreciados os trajes de Noivos, Domingueiro Abastado, Domingueiro Pobre e o Traje de Trabalho no campo. Todos estes trajes são cópias, o mais fiel possível, dos que eram usados pelos antepassados desta região.
Predominam no seu repertório as danças de roda e os rodopios, que eram frequentemente interpretadas no final das “jornas de trabalho” agrícola, tais como: a “sacha” do milho, as vindimas, as colheitas de trigo, milho e outros cereais, bem como, nas desfolhadas e ainda durante as festas e romarias que então se realizavam. O artesanato predominante na Ilha é a “feitura dos capachos”. Esta atividade consiste na utilização do bracejo e do junco secos e entrelaçados com uma técnica apurada que permite realizar diversos objetos de utilização quotidiana, nomeadamente: cestinhas, bases de tachos, esteiras e tapetes, entre outros…
O Grupo pretende contribuir para manter viva a memória coletiva de um património imaterial que constitui um repositório de saberes onde assenta parte do que é hoje a população local. Efetuou dois trabalhos discográficos, um em 1997 e outro em 2006.
É membro efetivo da Federação do Folclore Português, Membro da Associação Folclórica da Região de Leiria – Alta Estremadura e da Fundação INATEL.
Rancho Folclórico de Vila Cã
O Rancho Folclórico de Vila Cã foi criado no início da década de 80 tendo por base as recolhas feitas pelo seu dinamizador. Do seu reportório constam modas de roda com marcação, “Quatros pares a rodar”, “O Fadinho”, em que os pares dançam alternadamente, alguns viras de quatro, o Enleio, e ainda outras modas em que se nota alguma influência ribatejana, pois a ida para a borda d’água era comum no nosso povo.
Em termos de trajes, tem os domingueiros e de festa, em que os tecidos são um pouco mais ricos, as saias de armur, nas mulheres os lenços dos “caros” e a chapeleta ou giga, o cordão de oiro e brincos mais compridos; o homem de jaqueta e chapéu de aba larga, acompanhado pelo pau de zambujeiro. Os usados nos trabalhos do campo, saias de lã ou de riscadilha, a mulher que anda na ceifa e por isso usa o alteador para a saia não atrapalhar nos trabalhos; a manteeira que leva o jantar no tabuleiro aos homens da lavoura, os homens de camisa de riscado, calça de lã e barrete e o semeador que espalha a semente pelos campos lavrados.
Sendo a zona rica em pinhal, encontramos também o casal de resineiros, ela que colhe a resina para a lata em resultado dos rasgos já antes feitos pelo homem. Também as crianças estão representadas nas suas brincadeiras/tarefas.
Os instrumentos musicais usados são o acordeão, o banjo, os ferrinhos, o reco-reco e a viola.
O Rancho Folclórico de Vila Cã é membro da Federação do Folclore Português e sócio da Associação Folclórica da Região de Leiria – Alta Estremadura.
Rancho Folclórico As Ligeirinhas de Antões
A aldeia de Antões está situada na estrema das freguesias de Carriço, Guia e Louriçal do concelho de Pombal a 20 quilómetros do mar e a 30 quilómetros da Serra de Sicó. O Rancho Folclórico As Ligeirinhas de Antões nasceu de uma simples brincadeira que se tornou realidade até aos dias de hoje, dançando pela primeira vez num cortejo religioso em outubro de 1977.
As suas danças, os cantares e os seus trajes são uma cópia mais fiel possível dos nossos antepassados que se usava em fins do século XIX e nos princípios do século XX, sendo de destacar noivos ricos, fato domingueiro, fatos de trabalho, ceifeira, cegador, pisador de uva, negociante de gado bovino, mulher que leva o almoço ao marido ao campo.
É sócio efetivo da Federação de Folclore Português desde 1995 e sócio da Associação Folclórica da Região de Leiria – Alta Estremadura. O seu reportório inclui: Que lindas donzelas; bailarico; Fui ao baile aos Antões; Ai Ai Ai; Ceifeirinha e vira de roda.
Rancho Folclórico e Etnográfico do Louriçal
Em 1983 foi fundado o Rancho Folclórico e Etnográfico do Louriçal, tendo feito a sua primeira atuação em 15 de agosto do mesmo ano. Foi fundado com fins culturais, propondo-se fazer recolhas de cantares, danças tradicionais, trajes populares, etnografia da região da Estremadura e divulgação dessa mesma cultura.
Dos trajes que apresenta destacam-se os lavradores, os ceifeiros, os moleiros, a vendedora de tremoços, a vendedora de biscoitos, o resineiro, os trajes de ir à missa, os trajes domingueiros e os trajes dos senhores ricos. Todo o fato um pouco escuro só era vestido no dia do casamento e no dia em que morria servindo-lhe de mortalha. Se o marido morresse primeiro, o lenço era-lhe colocado debaixo da cabeça, no caixão. Destacam-se também os trajes dos ceifeiros do arroz, cultura de grande importância socio-económica para a freguesia.
A tocata é composta por acordeão, ferrinhos, bombo, reco-reco e matracas.
É membro efetivo da Federação do Folclore Português e filiado no INATEL.
Rancho Típico de Pombal
O Rancho Típico de Pombal nasceu em 1951 e desde então divulga as danças, cantares, usos e costumes de uma região, toda ela enraizada, em termos etnográficos, na velha Alta Estremadura. Pedro Homem de Mello escreveu: “Fronteira folclórica (repetimo-lo de uma vez para sempre), Pombal representa, irrefutavelmente, a chave que nos abre as portas da coreografia do Sul…”. O Rancho percorreu Portugal, do Sul ao Norte, do interior ao litoral, não esquecendo as ilhas e uma parte do continente europeu.
É sócio fundador da Federação do Folclore Português e da Associação Folclórica de Leiria Alta Estremadura, tendo feito parte de todos os seus Órgãos Sociais, e também da RFPtv. As danças assentam em três características que são o Rodízio, o Rodopio e o Marcadinho. Os trajes são domingueiros e de trabalho, a tocata é composta por acordeões, violas, ferrinhos e reco-reco. É seu lema honrar o nome de Pombal e corresponder ao que é imposto pelas raízes dos seus usos e costumes, danças e cantares.