Porto de Mós e o seu folclore
Folclore em Porto de Mós
Grupos etnográficos, tradições e atividades no Concelho
- Estremadura (Alta Estremadura)
- Distrito: Leiria
- Concelho: Porto de Mós
4 grupos:
- Rancho Folclórico da Sociedade Recreativa de Cabeça Veada
- Rancho Folclórico de Mira de Aire
- Rancho Folclórico de Pedreiras
- Rancho Folclórico Luz dos Candeeiros
Rancho Folclórico da Sociedade Recreativa de Cabeça Veada
O Rancho Folclórico da Sociedade Recreativa de Cabeça Veada (RFSRCV) foi fundado em 1986, fazendo parte integrante da secção cultural da Sociedade Recreativa de Cabeça Veada. É sócio efetivo da Federação do Folclore Português, desde Janeiro de 1989. É também sócio fundador da Associação Folclórica da Região de Leiria – Alta Estremadura, desde 1997. Tem a sua Sede na localidade de Cabeça Veada, União de Freguesias de Arrimal e Mendiga, concelho de Porto de Mós e pertence à região da Alta Estremadura.
O RFSRCV é composto por cerca de 40 elementos, entre tocadores, cantadores, dançadores e figurantes. Os trajes que enverga são representativos dos fins do século XIX e princípios do século XX. Foram recolhidos na região que representam, e dos mesmos destacam-se os trajes de noivos, os domingueiros, de festa e com maior predomínio, os trajes de trabalho, devido às diversas tarefas agrícolas, que os trabalhadores rurais efetuavam.
Os instrumentos musicais foram recolhidos através do contacto com a população mais idosa, alguns de fabrico artesanal, como, a flauta pastoril, o pífaro, a castanhola de cana e o reco-reco. O Rancho apresenta músicas autênticas, do povo de antigamente, acompanhadas por acordeões, viola, cavaquinho, bandolim, ferrinhos e reco-reco.
A primeira internacionalização do Grupo, teve lugar em 1992 a Espanha. Voltou ao Estrangeiro em 1998, desta vez, a França. Em 2002, deslocou-se à Hungria e em 2004 esteve em Itália, na ilha da Sardenha, voltando a este país em 2011. Em 1998, fez a reconstituição do “Ciclo do Milho”, que registou em vídeo. Em 2017, o RFSRCV, foi galardoado pelo Município de Porto de Mós, com a Medalha de Prata de “Arte e Cultura”, como reconhecimento do enorme contributo e divulgação do concelho de Porto de Mós.
Rancho Folclórico de Mira de Aire
O Rancho Folclórico de Mira de Aire encontra-se atualmente inserido na Associação com o mesmo nome, fundada em 1996. A sua origem remonta a 1993, no seio da Escola Nº 2 do 1.º Ciclo do Ensino Básico de Mira de Aire. O Rancho Folclórico tinha então como universo, além dos músicos que eram já adultos ou adolescentes, quase exclusivamente, a dançar e a cantar, crianças que frequentavam a referida Escola. Com o intuito de alargar esse universo, foi formalizada a Associação Rancho Folclórico de Mira de Aire que tem como objetivo o desenvolvimento de atividades de carácter cultural, etnográfico e recreativo, não só em Mira de Aire, mas também nos lugares em redor.
Õ Rancho Folclórico tem em atividade um grupo infantil/juvenil constituído por crianças e jovens dos 4 aos 15 anos e um grupo adulto formado por elementos oriundos do grupo infantil/juvenil e por outros elementos. A tocata é constituída, principalmente, por pessoas já adultas, embora existam jovens que vão alternando a dança com a aprendizagem de alguns instrumentos. Os trajes que o Rancho apresenta são uma recriação do que o povo usava na nossa região outrora, com maior cariz de pobreza do que riqueza, pois o povo da época era humilde e de trabalho. Todas as músicas e danças que constituem o seu reportório são fruto de uma recolha etnográfica que fizeram e que pretendem continuar, com a ajuda dos mais idosos, com o objetivo de recuperar e preservar a maneira de ser, usos e costumes do povo de Mira de Aire e aldeias em redor.
Rancho Folclórico de Pedreiras
O Rancho Folclórico de Pedreiras – Alta Estremadura foi fundado em 1978, por um grupo de jovens que se dedicou à recolha e divulgação cultural das freguesias do concelho de Porto de Mós. A recolha deste grupo ao longo dos anos, concretiza-se na representação de costumes, danças, músicas e trajos das gentes de Porto de Mós entre os anos de 1850 a 1910, aproximadamente. As danças e cantares da época representada eram quase sempre executadas em ambiente de trabalho e festa.
Os seus trajos são representativos das mais variadas tarefas agrícolas e quotidianas e das classes sociais existentes na época que representa. Desde 1983 é membro da Federação do Folclore Português. Pertence à Fundação INATEL, à Associação Folclórica da Região de Leiria – Alta Estremadura e à Associação Terra Rossa. O Grupo desloca-se anualmente de norte a sul do país, tendo já atuado também na Madeira, Espanha, França, Itália e Polónia. Em 1984 recriou um casamento à moda antiga. No ano seguinte o grupo foi galardoado com a Medalha de prata de Arte e Cultura pelo Município de Porto de Mós. Mais recentemente, em 2001, fez a reconstituição, em tempo real, do ciclo do vinho que registou em vídeo.
Rancho Folclórico Luz dos Candeeiros
Rancho Folclórico Luz dos Candeeiros foi fundado em 1987. É filiado na Federação do Folclore Português desde 1989 e é sócio fundador da AFRLAE. Tem a sua sede em Arrimal, freguesia essencialmente agrícola, na Serra dos Candeeiros, na parte ocidental e marcadamente rural do concelho de Porto de Mós. Representa a região etnográfica da Alta Estremadura. Graças à iniciativa de um grupo de jovens, Arrimal viu o seu RF surgir para que as tradições dos seus antepassados não se perdessem e ficassem a perpetuar pela vida fora. Fizeram uma recolha dos seus usos e costumes, das músicas e danças, dos trajes e da etnografia da sua comunidade cultural de antigamente, respeitando o seu valor sócio-cultural que querem preservar e legar aos seus descendentes para todo o sempre. No logotipo do grupo, a lamparina simboliza a Luz na Serra dos Candeeiros, o Arco da Memória e um moinho de vento, edificação da economia local muito abundante na Serra dos Candeeiros sendo uma das fontes primordiais de sustento familiar até meados do século XX.
Dado o isolamento geográfico da localidade serrana as práticas rurais e as diversas tradições foram sendo perpetuadas e herdadas sem grandes alterações ou influências num maior espaço de tempo, chegando muitas aos nossos dias.
Por outro lado, a proximidade com a atual região do Ribatejo e com a ida dos ranchos de pessoas para os trabalhos sazonais naquela região recebeu destes bastantes influências e podendo verificar-se em algumas das modas, na forma elegante do dançar e agarrar o par.
Pretende o “Luz dos Candeeiros” levar de terra em terra as recordações dos seus antepassados, mantendo-as vivas e respeitando-as incondicionalmente em todos os aspetos.
Tem participado nos mais conceituados Festivais Nacionais e Internacionais de norte a sul do País, Açores (COFIT), Madeira, alguns deles no âmbito do CIOFF.