Sátão e os seus órgãos de tubos
Órgãos de tubos do concelho de Sátão [1]
De acordo com as informações disponíveis, existem órgãos de tubos nas seguintes igrejas do Concelho:
Santuário de Nossa Senhora da Esperança
[ Capela ] [ Igreja ]
Implantado num local ligeiramente elevado, ao qual se acede através de uma pequena escadaria, o Santuário de Nossa Senhora da Esperança remonta à primeira metade do século XVIII, e é fruto da vontade de um dos irmãos da Irmandade, que encarregou o seu sobrinho, o cónego Luís Bandeira Galvão, de edificar esta Capela, de dimensões superiores à primitiva, em terrenos de que era proprietário. É a sepultura armoreada deste cónego, falecido em 1776, que se encontra na Capela-mor. A fachada é aberta por um arco em asa de cesto de acesso á galilé, a que se sobrepõe uma janela de sacada com frontão triangular que interrompe a base do tímpano de remate do alçado. Na empena encontra-se a cruz, flanqueada por dois pináculos, no prolongamento das pilastras dos cunhais. Num plano mais recuado, a torre divide-se em três registos, o primeiro dos quais prolonga o entablamento do alçado. Ainda na galilé, conserva-se o revestimento de azulejos de padrão de fabrico de Coimbra, com figurações diversas – pessoas, barcos, flores, casas, aves, querubins, etc. As paredes da nave são revestidas por um silhar de azulejo, assinado por Teotónio dos Santos, e que representam cenas de cariz não religioso, como caçadas, concertos, uma batalha naval, lavadeiras, etc. A justificação para a presença deste género de figurações no interior de espaços sagrados permanece, ainda hoje, por esclarecer, embora alguns autores tenham já adiantado leituras relacionadas com a efemeridade da vida e a vanitas. Pintor activo na primeira metade do século XVIII, Teotónio dos Santos foi discípulo de António de Oliveira Bernardes e estabeleceu uma espécie de “ponte” entre a época dos Grandes Mestres e a da Grande Produção Joanina. Este conjunto, do qual fazem parte ainda os painéis da Capela-mor (de temática idêntica), devem ser enquadrados na segunda fase da sua carreira (1720-30), época em que desenvolveu trabalhos de superior qualidade. O teto da nave, em abóbada de berço de madeira, apresenta pinturas de motivos sagrados, e o da Capela-mor, em caixotões policromados com motivos vegetalistas; ambos pintados por Pascoal Parente, em 1763. Também o arco triunfal exibe pintura mural, e é ladeado por altares de talha dourada, de Estilo Nacional, tal como o púlpito e o retábulo-mor. Por fim, a sacristia apresenta um arcaz, sobre o qual se encontram pinturas representando episódios da vida da Virgem, e os azulejos ilustram a Última Ceia e a Entrada de Cristo em Jerusalém.
No interior, o coro alto separa-se da nave através de uma balaustrada, situada sobre a porta de entrada. Aqui, ganha especial relevância o órgão, datado de 1768 e executado por Francisco António Solha.
Fonte: DGPC, Rosário Carvalho
Órgão Francisco António Solha
Montra