Tag Archive for: música em Baião

Agrupamento de Escolas de Vale de Ovil/Conservatório de Música de Baião

Escolas de Música no Concelho

Conservatório de Música de Baião

Rua Engº Adelino Amaro da Costa
4640-141 Baião

A 6 de julho de 2024, realizou-se no Agrupamento de Escolas de Vale de Ovil, a cerimónia de inauguração do Conservatório de Música de Baião.

Agrupamento de Escolas de Vale de Ovil/Conservatório de Música de Baião

Agrupamento de Escolas de Vale de Ovil/Conservatório de Música de Baião

Uma nova valência no campo das artes passa a estar disponível para a comunidade, sendo incentivo à aprendizagem e à formação musical. A inauguração coincidiu com a celebração do 53. ° aniversário da Casa do Povo de Campelo, entidade promotora do Conservatório.

Nascido no seio da Casa do Povo de Campelo, que já tinha em funcionamento uma Escola de Música onde muitos jovens se dedicavam à aprendizagem usando os instrumentos disponibilizados, o Conservatório de Música de Baião traduz a concretização de um sonho antigo da comunidade baionense.

Conservatório de Música de Baião

Conservatório de Música de Baião

O Conservatório de Música de Baião inicia as atividades em setembro de 2024, com ensino artístico especializado até ao 8.º grau, dando acesso ao ensino superior. As inscrições estão abertas na Escola de Música da Casa do Povo de Campelo.

Fonte: CMB

Escola de Música da Casa do Povo de Santa Marinha do Zêzere

Rua 20 de Junho, 1732
Santa Marinha do Zêzere
Baião

Património (com) Vida
Festivais e outros eventos musicais em Baião

Ciclos, encontros, temporadas, simpósios, seminários, jornadas e festivais de música no Concelho

Património (com) Vida

O objetivo “Património (com) Vida”, promovido pela Câmara Municipal de Baião, é agregar o património cultural e a música como forma de aproximar as pessoas dos locais patrimoniais espalhados pelo concelho. Pretende contribuir para a preservação dos valores naturais e culturais, através da sua conservação e valorização, reforçando, assim, a competitividade e o desenvolvimento económico da região. O projeto irá dinamizar o património material de Baião com a organização de espetáculos em imóveis ou locais de valor patrimonial extraordinário — arquitetónico, histórico ou natural — concedendo à obra musical uma dimensão cénica notável. Até ao final do ano, estão previstos concertos nas Igrejas de Loivos da Ribeira, Teixeira, Valadares e Santa Cruz do Douro. O projeto continua em 2025 com concertos noutras freguesias do concelho, promovendo a descentralização cultural, dinamizando recintos locais e criando novos públicos — princípios fundamentais da política cultural do município. Os espetáculos terão entrada livre, limitada à capacidade de cada local, e serão apresentados em diferentes estilos musicais. Cada evento começará com uma breve contextualização do monumento, oferecendo aos presentes uma visão da sua história e importância cultural.

Património (com) Vida

Património (com) Vida

Byonritmos

Facebook: www.facebook.com/byonritmos

O festival de música e dança “Byonritmos” nasceu em Baião em 2006, como resultado de um desejo partilhado por um grupo de jovens ligados às artes plásticas e performativas. A ideia foi criar neste local de paisagens únicas um evento cultural anual, juntando diferentes artes géneros e estilos para um público intergeracional. O festival assenta no mote “entre natureza, dança, tradição e sustentabilidade”. Utiliza o espaço da casa da Juventude de Baião localizada na freguesia de Campelo e Ovil, no lugar de Chavães, como apoio principal. Teve desde a 1ª edição o apoio da autarquia, através de protocolo de colaboração estabelecido com a Associação Byonritmos, sendo a autarquia uma das entidades organizadoras.

Byonritmos Festival, Baião

Byonritmos Festival, Baião

Ciclo de Música ao Luar do Festival Inventa

Sítio: www.festivalinventa.pt

O Ciclo de Música Ao Luar, no âmbito do Festival Inventa, 2021/2022, é um ciclo em que projetos emergentes da música nacional se associam às paisagens naturais nos concelhos de Cabeceiras de Basto, Paredes, Cinfães, Felgueiras, Celorico de Basto, Paços de Ferreira, Resende, Marco de Canaveses, Mondim de Basto, Penafiel, Amarante, Castelo de Paiva, Baião, Lousada. Parques naturais, paisagens protegidas, espaços envolventes a áreas arqueológicas e outras edificações classificadas servem de cenário para concertos intimistas ao luar, para ver, ouvir e sentir.

Grupo de Bombos "Zés P'reiras Voluntários de Baião" (Bombos de Baião)
Grupos de bombos de Baião

Zés Pereiras e outos grupos de percussão tradicional no Concelho

Fontes: Fontes: Tocá Rufar, portais municipais, páginas dos grupos

  • Ancetoca (Acede)
  • Bombos de Santa Comba (Tolões)
  • Grupo de Bombos Os Alegrinhos da Associação Desportiva e Cultural de Ingilde (Ingilde)
  • Grupo de Bombos Verão Azul (Grilo)
  • Grupo de Bombos Zés Pereiras Os Baionenses (Baião)
  • Grupo de Bombos “Zés P’reiras Voluntários de Baião” (Bombos de Baião)
Grupo de Bombos "Zés P'reiras Voluntários de Baião" (Bombos de Baião)

Grupo de Bombos “Zés P’reiras Voluntários de Baião” (Bombos de Baião)

O Projeto de Patrimonialização da Construção e Práticas Tradicionais Coletivas dos Bombos em Portugal tem as suas raízes no I Congresso do Bombo, realizado na Aula Magna da Reitoria da Universidade de Lisboa, em 2015, onde foi levantada a necessidade de aprofundar o estudo da Prática dos Bombos em Portugal e de catalogar os grupos existentes, sendo estes um grande património reconhecido pelas comunidades, mas também pelos grupos e orquestras de percussão espalhados por todo o país. Foi assim que, em 2016, o Tocá Rufar deu início aos trabalhos de levantamento, pesquisa e caracterização da Prática dos Bombos em Portugal, para aprofundar as características da prática nas diferentes áreas do País. (Bombo a Património, Tocá Rufar)

Rancho Folclórico de Baião
Folclore de Baião

Grupos etnográficos, tradições e atividades no Concelho

  • Região: Entre Douro e Minho
  • Distrito: Porto
  • Concelho: Baião

04 grupos

  • Associação de Danças e Cantares de Gestaçô
  • Rancho Folclórico As Ceifeiras de Valadares
  • Rancho Folclórico de Baião
  • Rancho Folclórico “As Cesteiras de Frende”
Associação de Danças e Cantares de Gestaçô

Sediada no Lugar do Candeiro, na freguesia de Gestaçô, no concelho de Baião, a Associação de Danças e Cantares de Gestaçô é uma coletividade de natureza cultural constituída a 27 de novembro de 2003.

Rancho Folclórico As Ceifeiras de Valadares

Sediado no lugar de Godinho, na freguesia de Valadares, no concelho de Baião, o Rancho Folclórico As Ceifeiras de Valadares é uma associação de natureza etnográfica constituída a 7 de agosto de 1981.

Rancho Folclórico da Associação Cultural e Recreativa de Santa Cruz do Douro

O Rancho Folclórico da Associação Cultural e Recreativa de Santa Cruz do Douro foi fundado em 1974. As suas danças e os seus trajes foram objeto de aprofundada pesquisa. De entre o grupo de danças mais exibidas destacam-se a chula, o Fado Batido, Chora a Videira e a Folha da Oliveira. Os trajes mais emblemáticos são os de Domingueiro, Lavrador Rico e Lavrador Pobre, Pastor, Moleiro e Noivado. A tocata é constituída por instrumentos de percussão e gaita de beiços. O respeito pela cultura tem sido o principal fundamento deste grupo que se mantém fiel à pureza originária dos costumes da região.

Rancho Folclórico de Baião

O Rancho Folclórico de Baião atuou em Espanha e França ( 15 atuações), apresentou-se para a RTP, participou por duas vezes no Festival Nacional do Algarve e na ilha da Madeira, em 2010. Em 2012 recebeu a Medalha de Ouro do Município de Baião. É uma coletividade Cultural e Recreativa dedicada inteiramente ao Folclore e à Etnografia e foi constituído por Escritura Notarial de 16 de maio de 1980. No entanto, nasceu no dia 12 de junho de 1962, quando um punhado de carolas teve o ensejo de valorizar a cultura popular o criou e o batizou com o nome de Rancho Folclórico de Baião. Integrou-se na Federação do Folclore Português em Julho de 1977. O Rancho tem 55 elementos, cujas idades variam entre os 5 e os 75 anos, trabalhadores do campo, do comércio, estudantes e funcionários públicos, e é constituído por 4 a 8 pares dançantes e os restantes trajam e são elementos da tocata. As canções são típicas da região de Baião: Douro Litoral, serranas, sendo cada uma, normalmente, constituída por um “ensinamento” ou uma “revelação”. Os trajes são tipicamente regionais, de cores variadas, datando de há cerca de um século e foram recolhidas nas freguesias rurais do concelho de Baião; de salientar nestes trajes o rico, o trabalhador do campo, noivos, viúvas e podadores.

Rancho Folclórico de Baião

Rancho Folclórico de Baião

FOI NOTÍCIA

A 28 de janeiro de 2020, a Rádio Montemuro informou que cerca de 400 cantadores marcaram presença no 19º Encontro Concelhio de cantadores de Janeiras em Baião, que todos os anos se realiza em janeiro. A iniciativa tem como objetivo “manter viva a tradição do Cantar das Janeiras, preservando e promovendo todo um valioso património imaterial e etnográfico do concelho e da região. Estimula e contribui, além disso, para a participação da comunidade e do associativismo local, que ao longo do ano promove atividades relevantes para o desenvolvimento sociocultural do Município.” Todos os anos, o número de participantes tem aumentado e este ano não foi exceção, com a participação de 20 grupos de todo o concelho. O evento teve lugar decorreu na tenda contígua ao Mosteiro de Santo André de Ancede, e contou com o apoio da União das Freguesias de Ancede e Ribadouro.

Para Paulo Pereira, edil baionense “esta é uma oportunidade para reafirmar a aposta na revitalização das tradições, na cultura e na consolidação de um cartaz de eventos que envolva a comunidade, os grupos locais e promova o bem-estar da população”.

Os cantadores integraram diversos grupos em representação de associações culturais, desportivas e recreativas do concelho. Foram eles, por ordem de intervenção, a Escola de Música da Casa do Povo de Campelo; Grupo Viver a Vida de Ancede; Grupo de Novos Jovens de Santa Cruz do Douro e São Tomé de Covelas; Grupo Sénior de Frende; Associação de Concertinas do Lameirão; Rancho Folclórico “As Cesteiras de Frende”; Associação Porto de Baião; Associação Danças e Cantares de Gestaçô; Paróquia de S. Miguel de Tresouras; Rancho Folclórico “As Ceifeiras de Valadares”; Grupo de Jovens de Ancede; Rancho Folclórico de Baião; Associação Cultural e Recreativa de Ancede e Ribadouro; Associação de Concertinas e Bombos de S. Tiago de Queimada; Rancho Folclórico da Associação Cultural e Recreativa de Santa Cruz do Douro; Grupo de Bombos Via Verde; Grupo Foles e Cantares; Banda Marcial de Ancede; Grupo Santo André de Ancede e Associação Desportiva de Ancede.

Fontes do Musorbis Folclore:

No Musorbis foram revistos todos os historiais de grupos etnográficos. Para facilitar a leitura, foram retirados pormenores redundantes e subjetivos, e foram corrigidos erros de português.

Banda Marcial de Ancede
Filarmónicas de Baião

Bandas de Música, História e Atividades no Concelho

  • Banda Marcial de Ancede
  • Banda Musical da Casa do Povo de Santa Marinha do Zêzere
Banda Marcial de Ancede

A Banda Marcial de Ancede foi fundada em 1845 pela mão de um ilustre fidalgo de muita cultura, escritor e músico, D. Miguel Souto Mayor, nascido e vivido na prestigiada casa de Esmoriz em Ancede. É uma instituição de utilidade pública que passou a constituir-se como Associação em 1980, promovendo atividades de natureza Artística, Cultural, Recreativa, Social e Desportiva. Foco de divulgação da cultura musical, realizou concertos em Portugal, Espanha e Alemanha. Participou em numerosos festivais de música e abrilhantou festividades populares de Norte a Sul de Portugal.

BMA

Banda Marcial de Ancede

Banda Marcial de Ancede

Organizou classes de aperfeiçoamento com os professores Iva Barbosa em clarinete (2006), Jorge Almeida em trompete (2007), Marco Pereira em flauta (2009), Nuno Carvalho em eufónio e tuba (2013), entre outros. Em 2008 organizou o seu 1º estágio para banda com o maestro Paulo Martins e em 2014 o 2º estágio com o maestro André Granjo. Realizou o 3º estágio com o maestro espanhol Jose Ignacio Petit.

Estreou em 2008 a obra Bayam de Jorge Campos sobre temas do folclore de Baião. Possui uma escola de música adaptada às exigências do ensino da música da atualidade. Para isso tem professores de instrumento dentro dos naipes que compõem a Banda, professores de formação musical e coro.

Banda Musical da Casa do Povo de Santa Marinha do Zêzere

A imprensa regional do início do século XX, refere-se à fundação da “Banda Zezerense”, sob a regência de João Ferreira Couto, em 1920. De acordo com a mesma fonte, a primeira saída para fora do concelho de Baião aconteceu em 1921, já com outro regente.

Em 30 de abril de 1924, por ocasião da inauguração do coreto da freguesia, as crónicas diziam “… escuta-se agradavelmente e promete ajustar mais um florão à nobre divisa da nossa terra” (in Jornal “Flor do Zêzere”). Da Banda Zezerense perde-se então o rasto. Pensa-se, por alguns relatos mais antigos, que tenha estado inactiva alguns anos.

Após a fundação da “Casa do Povo de Santa Marinha do Zêzere” (1937), reapareceu sob a designação de “Banda Musical da Casa do Povo de Santa Marinha do Zêzere”, nome com que chegou à atualidade.

Muitos foram os regentes e os músicos que deram o seu contributo para que a Banda se afirmasse como uma das mais importantes da região e fosse solicitada para as romarias mais importantes da região norte, com especial destaque para a região de Trás-os-Montes e Alto Douro, no final do século passado.

Nas décadas de 80 e 90 do século XX houve uma primeira onda de rejuvenescimento, que continua a verificar-se num processo de substituição natural. Em resultado deste processo, o conjunto de executantes atual apresenta uma média de idades bastante baixa, muito embora um elevado número de elementos possua mais de 15 anos de experiência.

Em 2004, foi reformulada a imagem da Associação com a adoção de um novo fardamento, com a criação de um símbolo próprio e de uma bandeira que passou a integrar e enriquecer os desfiles em que esta Banda participa. Desde 2006 tem como diretor Artístico Hermínio Fonseca, natural e residente no concelho de Baião, músico da Banda da Região Militar do Norte.

Banda Musical da Casa do Povo de Santa Marinha do Zêzere

Banda Musical da Casa do Povo de Santa Marinha do Zêzere

​​​A Banda atuou várias vezes para a televisão,​ no programa “Verão Total” da RTP1,​ ​no canal por​ ​cabo RegiõesTV, no 2º Desfile​ Nacional​ de Bandas​ Filarmónicas​ do 1º Dezembro, evento em que representou o Distrito do Porto, tendo transmissão para todo o país através da RTP1 e TSF.

Participou em vários festivais de música, como o Festival Filarmonia ao Mais Alto Nível no Europarque – Santa Maria da Feira. Em 2013,​ ​a ​​Banda Musical da Casa do Povo de Santa Marinha do Zêzere gravou o seu primeiro CD intitulado “Eternos”, de modo a perpetuar para a eternidade todos aqueles que fizeram parte ou contribuíram para a história da instituição.

Igreja de Santa Marinha do Zêzere, Baião
Órgãos de tubos de Baião (3)

Instrumentos existentes no Concelho

Segundo Nuno Mimoso, organista, musicólogo e  consultor, no Concelho existem órgãos de tubos em Ancede, Ovil e Santa Maria do Zêzere.

Em Baião, território que começou a ser povoado 5000/4500 anos antes de Cristo, merecem visita a Anta da Aboboreira, a igreja de Santa Maria do Zêzere, o Mosteiro de Ancede, a Casa de Tormes, núcleo museológico referente à vida do grande Eça de Queirós. O concelho ainda merece ser visitado pela sua gastronomia e paisagens deslumbrantes.

Igreja de Santa Marinha do Zêzere

Com a igreja lotada na presença de notáveis personalidades políticas, culturais e religiosas, foi inaugurado a 13 de julho de 2024 o órgão histórico construído em 1793 pelo mestre organeiro bracarense Joze Antonio de Souza e restaurado pela Oficina e Escola de Organaria de Pedro Guimarães e Beate von Rohden. Tal como a igreja, o restauro da caixa do órgão ficou a cargo da N_Restauros, Conservação e Restauro, Lda.

Benzido pelo bispo auxiliar do Porto D. Vitorino Soares, o órgão fez-se ouvir de novo com as suas belas sonoridades e registos pelas mãos do organista e musicólogo Nuno Mimoso, na companhia de caixa de rufo e carrilhão (Bernardo Cruz), trombone (Diogo Carvalho, músico zezerense), trompete (Bruno Rocha) e clarinete (Sara Costa), músicos profissionais com ligações ao concelho.

O concerto foi pontuado por comentários sobre o órgão, sonoridades e registos, peças, compositores e história, e notas sobre orações como a Ave Maria. Incluiu compositores portugueses para órgão e grandes nomes da música como Johan Sebastian Bach. Terminou com um vibrante arranjo de Nuno Mimoso do Hino de Santa Marinha do Zêzere para órgão e trio de sopros.

Órgão histórico da igreja de Santa Marinha do Zêzere, restaurado em 2024 pela Oficina e Escola de Organaria de Pedro Guimarães e Beate von Rohden (Esmoriz)

Órgão histórico da igreja de Santa Marinha do Zêzere, restaurado em 2024 pela Oficina e Escola de Organaria de Pedro Guimarães e Beate von Rohden (Esmoriz)

O órgão possui 20 meios-registos e 792 tubos ou «canudos» – designação histórica que ainda se ouve entre os zezerenses. 51 tubos são trombetas «armadas em artilharia» (Baixãozilho e Clarim), e 25 tubos são de madeira (Flautado Violão).

Restauro do Órgão Histórico da Igreja Matriz de Santa Marinha do Zêzere

por Nuno Mimoso

No dia 30 de Junho de 2021 arrancou a intervenção de Conservação e Restauro do Órgão Histórico da Igreja Matriz de Santa Marinha do Zêzere, no concelho de Baião. Os trabalhos começaram com a desmontagem da canaria do órgão, formada por cerca de 900 tubos sonoros, dos quais 51 são trombetas armadas na fachada. Este instrumento antigo, datado de 1793, é obra do mestre Joze Antonio de Souza, organeiro ativo no Norte de Portugal no 3º quartel do séc. XVIII, com oficina sediada em Braga.

A obra de restauro foi adjudicada à Oficina e Escola de Organaria, Lda. gerida pelo mestre organeiro Pedro Guimarães von Rohden. Esta empresa fundada em 1992 é especializada em conservação e restauro de órgãos históricos, tendo realizado 40 intervenções de restauro em órgãos portugueses, com elevados índices de qualidade técnica, com base no estudo organológico de cada espécime, compatibilidade de materiais e reprodução das técnicas de manufatura de origem.

O órgão histórico de Santa Marinha do Zêzere possui um teclado de 51 teclas capeadas a bucho e ébano, e 20 meios-registos sonoros, ou seja 20 conjuntos de tubos com sonoridades diferentes: violão, flautados, flautas, corneta, clarão, clarim, e outros. A complexa máquina do instrumento está encastrada numa bela caixa em talha dourada sobre fundo branco. O instrumento é de boa manufatura, estando muito próximo do seu estado original: enorme valia para os resultados historicistas do restauro.

Esta empreitada decorre sob a direção e fiscalização do músico sacro e organista Dr. Nuno Mimoso, musicólogo consultor do Município, responsável pelo estudo e reabilitação do património organístico do concelho. O restauro do órgão histórico é apenas uma parte do programa mais vasto do Município de Baião, que levará a cabo a recuperação integral do património integrado recheio da Igreja de Santa Marinha do Zêzere – imóvel classificado Monumento de Interesse Público em 2015.

Nuno Mimoso destaca a dimensão abastada daquele órgão de tubos relativamente à volumetria do templo. A bacia larga e funda prova que eram associados ao órgão pequenos ensembles instrumentais e vocais. Este dado atesta a pujança da Música Sacra em Portugal até ao Final do Antigo Regime, com manifestações nesta freguesia sobranceira ao Douro. Segundo o musicólogo, o próximo passo será desvendar o contexto da encomenda deste rico recurso musical e litúrgico na história cultural e religiosa da freguesia.

Este instrumento musical histórico configura hoje património de elevado valor cultural, pela autenticidade e singularidade da peça, cuja reabilitação tem em vista a dinamização cultural e litúrgica do templo. O órgão restaurado permitirá tanto dignificar as solenidades religiosas da paróquia, como qualificar a oferta cultural no campo da música sacra e erudita naquela freguesia, atraindo novos públicos à freguesia, e incentivando jovens à aprendizagem do órgão.

Os três foles do instrumento serão restaurados, repondo-se o sistema original de insuflação com alavancas puxadas por cordas, demonstrando o trabalho braçal dos trabalhadores chamados foleiros. A requalificação da antiga casa dos foles permitirá a visualização do sistema e a visitação de público. A intervenção tem duração prevista de 12 meses, com conclusão em Junho de 2023. A freguesia de Santa Marinha do Zêzere anseia escutar as vozes do seu órgão histórico, que já ninguém se recorda de ter conhecido, dado que o admirável instrumento está inoperacional desde meados do século passado.

Nuno Mimoso

Notícia da aprovação da candidatura

A 04 de março de 2021, A Verdade noticiou a aprovação da “candidatura apresentada pela Câmara Municipal de Baião aos fundos comunitários para a conservação e restauro da Igreja Paroquial de Santa Marinha do Zêzere. No âmbito do programa Património Cultural, os fundos europeus vão financiar 85% do valor da empreitada, que será lançada a concurso público pela Câmara Municipal de Baião. Estima-se um valor base de obra de 372 mil euros, sendo a autarquia baionense responsável por suportar 15% deste valor.

Em nota enviada à imprensa, o município de Baião relembrou que a Igreja de Santa Marinha do Zêzere é uma das classificadas no concelho de Baião como Monumento de Interesse Público. Existe ainda um protocolo formalizado com a Diocese do Porto que permite que as igrejas recebam visitas.

“Estas obras visam, portanto, não apenas melhorar as condições de utilização da igreja por parte da comunidade, como também valorizar o património cultural e artístico ali existente e inserem-se na estratégia de atração de visitas ao nosso território, condição importante para a atribuição de apoios para a obra”, refere a autarquia baionense.

O presidente da Câmara Municipal de Baião, Paulo Pereira, mostrou-se “satisfeito” por terem sido assegurados apoios europeus e afirma: “Na câmara municipal fizemos um trabalho muito atento e dedicado para que esta candidatura pudesse ter sucesso. Com estes apoios iremos garantir a valorização de um património local de grande importância e rentabilizar mais os recursos ao nosso dispor, para servir os baionenses”, disse.

Já o presidente da Junta de Santa Marinha do Zêzere, Manuel Pereira, considera que “valeu a pena o esforço e a dedicação” aplicados no processo, “porque vai ser mais um investimento importante, nomeadamente no interior da igreja, que é muito rico em termos decorativos e, também, na recuperação do órgão de tubos. É uma obra para os nossos habitantes, mas também esperamos que possa atrair mais pessoas à nossa freguesia”, afirmou esperançoso. Por sua vez, o pároco de Santa Marinha do Zêzere, Filipe Azevedo, refere que esta vai ser “uma mais-valia muito grande, não apenas para o culto, mas também para valorizar o património da nossa terra.

Esta igreja é muito bonita, nomeadamente os altares, os tetos e o órgão de tubos. Fico contente que possamos cuidar deste património. Acho que estas obras vão beneficiar a comunidade, também no plano cultural, turístico e até educativo”, defendeu.

Os trabalhos previstos para esta atividade passam pela construção civil e eletricidade, entre eles revisão da cobertura, rebocos interiores, substituição de portas e pinturas. O Órgão de Tubos será também alvo de conservação e restauro, onde serão desenvolvidos trabalhos de restauro da máquina e dos instrumentos, bem como a substituição de madeiras da caixa. Serão feitas correções na rede elétrica e beneficiada a iluminação do altar e da nave e coro. Por último, serão ainda restaurados os retábulos e vários elementos decorativos do interior da igreja.

Fonte: A Verdade, texto redigido por Vanessa Morais, aluna estagiária da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

Diogo Carvalho, trombonista, de Baião (Santa Marinha do Zêzere)
Músicos naturais do Concelho de Baião

Projeto em desenvolvimento, o Musorbis aproxima os munícipes e os cidadãos do património musical e dos músicos do Concelho.

  • Diogo Carvalho (trombone)
  • Manuel Monteiro (maestro)
Diogo Carvalho

Natural de Santa Marinha do Zêzere (Baião), Diogo Carvalho iniciou estudos musicais aos 11 anos na Escola de Música da Banda Musical da Casa do Povo desta freguesia. Aos 12 anos ingressou no curso livre de música da Academia d’Artes de Cinfães na classe de Hermínio Fonseca. Na classe do mesmo professor frequentou o Curso Profissional de Instrumentista de Sopro e Percussão na Escola Dr. Flávio Resende em Cinfães.

Na Escola Superior de Artes Aplicadas de Castelo Branco concluiu a Licenciatura em Música, variante Instrumento: Trombone Baixo, na classe de Alexandre Vilela, com classificação média final de 19 valores.

Frequentou classes de aperfeiçoamento com Christian Jones, Vítor Faria, Jarret Butler, David Silva, Ben Van Dijk, Rúben da Luz, José Cardoso e Marco Silva. Tocou sob a direcção de Sander Teepen, Anne Van den Berg, Erik van de Kolk, Osvaldo Ferreira, José Eduardo Gomes, Jan Wierzba, Julien Benichou, Bruno Cândido, Paulo Martins, José Alberto Pina, António Lourenço, Henrie Adams, Pedro Vaz, Cristopher Bochmann, Jarret Butler e Francisco Sequeira.

Diogo Carvalho, trombonista, de Baião (Santa Marinha do Zêzere)

Diogo Carvalho, trombonista, de Baião (Santa Marinha do Zêzere)

Diogo Carvalho colaborou com várias orquestras, como: Orquestra Académica Filarmónica Portuguesa, Orquestra Sinfónica da ESART, Orquestra da Artâmega, Banda Sinfónica Terras de Serpa Pinto, Banda Militar do Exército: Destacamento do Porto, Orquestra Sinfónica Gestos, Orquestra de Jovens de Castelo Branco, Orquestra Filarmonia das Beiras, Delft Symphony Orchestra, Sweelinck Orchestra, Orquestra de Jovens dos Países Baixos, Camerata Delft e com a Fusion Big Band (Amesterdão).

É Mestrando em Performance de Música Clássica na Codarts, University of the Arts em Roterdão (Holanda) nas classes de Ben Van Dijk, Rommert Groenhof e Alexander Verbeek.

(Bio facultada por Diogo Carvalho, 15 de julho de 2024)

Manuel Monteiro

Manuel António Barbosa Monteiro, maestro, é natural de Ancede (Baião) onde iniciou aos 12 anos o seu percurso musical, na Banda Marcial de Ancede.

Frequentou o Conservatório Nacional do Porto na classe de Tuba de Avelino Ramos onde concluiu o 8º Grau em 2009.

É Licenciado em Música pela Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo do Porto na classe de Sérgio Carolino.

Frequenta na Escola Superior de Artes Aplicadas do Instituto Politécnico de Castelo Branco o Mestrado em Ensino da Música na especialização Tuba da classe de Ilídio Massacote.

Estudou com Sérgio Carolino, Avelino Ramos, Filipe Queirós, Romeu Silva e aperfeiçoou-se em classes magistrais com concertistas internacionais de Euphonium e Tuba, como Thomas Ruedi, Harri Lidsle, Adam Frey, Mike Forbes, Roland Szentpáli, Jorge Almeida, François Thuillier, Steve Rossé, Mizuho Kojima, Tanja karjalainen, Jukka Myllys, David Kurtz, James Gourlay e Daniel Perantoni. Em 2003 ingressou nos quadros da Banda Sinfónica do Exército depois de se tornar o melhor classificado no 29º Curso de Formação de Músicos do Exército. Desempenha as funções de Chefe de Naipe na Banda Militar do Porto.

Além das bandas militares já fez parte do elenco da Orquestra Sinfónica da ESMAE, da Orquestra de Sopros e Percussão de Baião, da Orquestra Sinfónica Terras de Serpa Pinto onde teve a oportunidade de trabalhar com os maestros José Rafael Pascual Villaplana, Jan Cober, Jon Corporon, Douglas Bostock, António Saiote, Paulo Martins, Avelino Ramos, Alexandre Coelho, Artur Cardoso, José Alberto Pina, José Eduardo Gomes e Henrie Adams.

Em 2011 apresentou-se a solo na Casa da Música com a Banda Militar do Porto onde interpretou o “Concerto para Euphonium e Banda” de Vladimir Cosma. Em 2012 interpretou com a mesma Banda o Concerto “Vintage” de David Guillingham na Igreja Matriz de Terras do Bouro. Apresentou-se ainda diversas vezes a solo com a Banda de Música de Belinho e com a Banda Marcial de Ancede. Foi membro do Ensemble Português de Tubas “How Low Can You Go” com o qual gravou o disco “Veneno” editado em 2010, o qual recebeu as melhores críticas a nível internacional.

Realizou numerosos concertos com o ensemble dos quais quer destacar o concerto no Auditório do Centro Cultural de Belém em direto para a Antena 2. Em 2005 realizou o estágio de expressão musical, expressão dramática, musicoterapia, risoterapia e reciclagem musical do curso intensivo para professores do 1º e 2º ciclo, tendo lecionado em 2006 no âmbito das AEC a disciplina de música na EB1 de Paredes. Em 2015 obteve o Certificado de Competências Pedagógicas para exercer a atividade de Formador.

Como docente lecionou a disciplina de Tuba/Eufónio na Academia das Artes do Marco de Canavezes e no Centro Cultural de Amarante e colaborou como professor de Formação Musical e Euphonium nas escolas de música da Banda Marcial de Ancede e da Associação Musical de Várzea.

Foi Professor e orientador de naipe de Tubas e Eufónios em diversos estágios com a Orquestra de Sopros e Percussão de Baião e em estágios da Orquestra Sinfónica Terras de Serpa Pinto em Cinfães. É professor de Tuba na Escola Secundária Prof. Dr. Flávio P. Resende em Cinfães e na Academia das Artes de Cinfães.

No âmbito da Direção Musical em 2013 desenvolveu estudos de Direção de Orquestra de Sopros na Academia Portuguesa de Banda tendo como professores o Maestro Paulo Martins (Técnicas de Direção) e o compositor espanhol Teo Aparicio-Barberán (Orquestração). Para além das aulas teórico-práticas teve a possibilidade de realizar estágios práticos de Direção com as Bandas de Música de Paramos, S. João de Loure e Pontido.

Em 2015 desenvolveu estudos de Direção de Orquestra de Sopros na Academia Europeia de Direção de Banda com os Maestros Javier Viceiro-Filgueira, Jan Cober e Toni Cantal-Mariño e André Granjo. Em 2017 foi admitido no Curso de Direção de Bandas creditado pela Universidade Nacional de Ensino à Distância em Espanha (UNED), que se realiza na EGADIB (Escola Galega de Direção de Bandas).

Concluiu em 2017 com aproveitamento nesta Escola o curso de Iniciação à Direção Musical para Bandas de Música e em 2018/2019 concluiu com aproveitamento o curso de Aperfeiçoamento de Direção para Bandas de Música. Este ano foi admitido nos Curso Superior de Direção na mesma Escola. Além da acreditação superior, na EGADIB tem a possibilidade de trabalhar com conceituados Maestros no âmbito das orquestras de sopros, como Jan Cober, Douglas Bostock, Andrea Loss e Javier Viceiro Filgueira. Como professor de análise e instrumentação trabalha com José Antonio Cantal.

Tem participado como aluno ativo em vários cursos de Direção Musical organizados pela Banda Sinfónica Portuguesa com os Maestros José Rafael Pascual Vilaplana e Jan Cober, participou como aluno ativo num estágio de Direção da Orquestra Sinfónica da Covilhã sob orientação do Maestro Luís Clemente e participou como aluno ativo em estágios sob orientação do Maestro José Eduardo Gomes em Baião e em Cinfães. Em 2017 foi convidado para dirigir a Banda Sinfónica Portuguesa na semifinal do concurso de composição organizado pela BSP, tendo dirigido para o Júri a obra que viria a ganhar o concurso “Sinfonia Grotesca”.

Como Maestro convidado teve a oportunidade de realizar concertos com a Orquestra de Sopros e Percussão de Baião, com a Banda Marcial de Ancede, com a Banda de Moreira do Lima, no I Estágio de Verão da Banda do Pontido e com a Orquestra da Academia das Artes de Cinfães.

Desde 2007 dirige bandas filarmónicas, inicialmente como Maestro titular da Associação Musical de Várzea – Amarante, em 2011 como Maestro Titular da Banda Musical do Pontido – Vila Pouca de Aguiar e em 2014 como Maestro Titular da Banda de Música da Casa do Povo de Moreira do Lima. Com estas bandas teve a oportunidade de gravar o CD “Viagens” e “Sonoridades do Lima” e participar no 5º Concurso de Bandas do Ateneu Artístico Vilafranquense em 2014 e no I Certame Internacional de Bandas de Música de Benavente em Espanha em 2018.

Assumiu em meados de Setembro 2019 os cargos de Diretor Artístico da Banda Musical de Parafita e Diretor Pedagógico da sua Escola de Música.

Manuel Monteiro, maestro, de Baião

Manuel Monteiro, maestro, de Baião