Folclore em Castelo Branco
Tradições, grupos e atividades no Concelho
- Região: Beira Baixa
- Distrito: Castelo Branco
- Concelho: Castelo Branco
06 grupos
- Danças Tradicionais da Lousa
- Grupo de Danças e Cantares da Beira Baixa
- Grupo Típico “O cancioneiro de Castelo Branco”
- Rancho Etnográfico de Cebolais de Cima
- Rancho Folclórico de Escalos de Cima
- Rancho Folclórico de Retaxo
Grupo Típico “O cancioneiro de Castelo Branco”
O Grupo Típico “O cancioneiro de Castelo Branco” foi fundado a 23 de novembro de 2004. Integra a Associação Cultural e Recreativa, que engloba outros sectores da Cultura, Recreio e Desporto.
GTCCB
Grupo Típico “O cancioneiro de Castelo Branco”
Grupo de Danças e Cantares da Beira Baixa
O Grupo de Danças e Cantares da Beira Baixa é um grupo que defende as tradições da Beira Baixa, nomeadamente os Concelhos de Castelo Branco e de Vila Velha de Ródão, com o maior rigor possível ao nível das danças e cantares e das representações etnográficas.
Em 2017, o Grupo das Palmeiras organizou o seu XXI encontro de folclore. Cinco grupos folclóricos participaram no Encontro de Etnografia e Folclore Cidade de Castelo Branco, que o Grupo de Danças e Cantares da Beira Baixa – Castelo Branco, da Associação Cultural e Recreativa “As Palmeiras”. Pelo palco passariam o grupo anfitrião e os convidados Grupo Regional de Moreira da Maia (Porto, Douro Litoral), Rancho Folclórico de Acipreste (Alcobaça, Leiria), Rancho Típico de Pombal (Leiria) e Grupo de Danças e Cantares do Paul (Covilhã). Este encontro acontece numa altura em que “As Palmeiras” assinalam 25 anos e o seu rancho faz 20 anos.
A 14 de julho de 2018, na 22ª edição do Encontro de Etnografia e Folclore Cidade de Castelo Branco, no centro cívico da cidade albicastrense, atuariam, além do grupo anfitrião, Grupo de Danças e Cantares da Beira Baixa, marcaria presença o Rancho Folclórico do Grupo Desportivo da Lousa – Loures, Lisboa (Estremadura); Grupo Folclórico e Etnográfico de Arzila, Coimbra (Beira Litoral); Rancho Folclórico da Ribeira de Santarém, Santarém (Ribatejo); e Rancho Folclórico de Escalos de Cima, Castelo Branco (Beira Baixa).
Grupo de Danças e Cantares da Beira Baixa
Rancho Etnográfico de Cebolais de Cima
O Rancho Etnográfico de Cebolais de Cima foi fundado em 1968, após duas experiências de agrupamento de folclore anteriores, que não vingaram.
Tem sido um lídimo representante da região. A sua representação baseia-se nos hábitos de gente alegre e prazenteira que tinha por hábito divertir-se e ocupar os seus tempos livres, dançando e cantando as suas melodias, entoadas de improviso, tanto ao som do harmónio, como ao ritmo da guitarra e do bandolim ou então ao compasso cadenciado dos adufes.
Nestes cantares, eram invocados os mais variados temas de índole campesina ou então cerzidos verdadeiros hinos ao trabalho ou ainda produzidas acrisoladas manifestações de idolatrado amor.
Estas exteriorizações poéticas, eram invariavelmente vazadas em sentidas quadras de redondilha maior, de saborosa frescura, fácil espontaneidade, aguçada brejeirice e acutilante sentido crítico.
O Rancho Etnográfico de Cebolais de Cima regista, anualmente, uma invejável carteira de convites, para participar nos mais variados e sonantes festivais folclóricos que se realizam no país.
Organiza um Festival de Folclore anual que tem contado com ranchos importantes no folclore nacional. É membro aderente da Federação de Folclore Português.
Rancho Folclórico de Escalos de Cima
O Rancho Folclórico de Escalos de Cima foi criado através da Associação Cultural e Etnográfica de Escalos de Cima – SQUALIUS em 2010, na localidade de Escalos de Cima. Foi fundado por um grupo de amigos da aldeia, com missão de preservar, salvaguardar e divulgar as suas próprias raízes culturais. Subiu ao palco pela primeira vez em 30 de abril de 2011.
É sobretudo composto por elementos jovens, que tentam representar de forma responsável, mas ao mesmo tempo com alegria e entusiasmo o desejo em preservar aquilo que o Homem aliou à Terra: os cantares, as danças, o labor.
Ao som da concertina e adufes, do bombo e do reque-reque, dos ferrinhos e do cavaquinho, cantam e dançam, com os tradicionais trajes de trabalho e domingueira, de mordoma, lavadeira e de noivos, com a graciosidade que caracteriza a beleza do seu povo.
Desde a sua existência, o grupo já participou em várias festas, romarias e festivais do folclore, em Portugal. É membro efetivo da Federação do Folclore Português.
Rancho Folclórico do Retaxo
O Rancho Folclórico do Retaxo foi fundado em 1981. Após uma década de boas vontades iniciou um trabalho de pesquisa nos trajes, danças cantares, tradições, culinária. Atualmente é um representante fiel da sua terra, suas gentes e da zona sul do distrito de Castelo Branco.
Lousa e as suas danças
A aldeia de Lousa tem um vasto património artístico e cultural enraizado em tradições e costumes repletos de originalidade, com destaque para a Festa de Nossa Senhora dos Altos Céus e das suas danças tradicionais.
Grande é a devoção deste povo pela sua Padroeira e, no dia da sua festa, depois de recolhida a procissão, têm lugar as Danças das Virgens (ou das Donzelas), a Dança dos Homens (também chamada da Farrombana ou das Genébres) e a Dança das Tesouras.
Em meados da década de 1930, estas danças deixaram de ser realizadas durante alguns anos, tendo sido reiniciada a tradição em 1958. De então para cá têm-se mantido a apresentação da Dança das Virgens e da Dança dos Homens. A Dança das Tesouras há muitos anos que não era dançada, sendo retomada em 2001 e, depois de 2005, é apresentada anualmente com as duas outras.
Danças da Lousa, Castelo Branco
A Dança das Virgens ou Donzelas
Oito raparigas, de 15 a 18 anos, vestidas de branco, flores na cabeça e no peito, muitos objectos de ouro pendentes do pescoço, e lenço branco, engomado, na mão, percorrem as ruas e as principais casas da povoação, acompanhadas por um tocador de guitarra, ao som da qual dançam e recitam versos.
A Dança dos Homens, das Genébres ou da Farrombana
A Dança das Genébres é executada por 10 homens, 6 vestidos com calça e camisa branca, gravata, banda de seda, de cor azul, à cinta, muitas fitas, também de seda, pendentes dos ombros e, a servir de coroa, na cabeça, grande Capela ou capacete de forma cónica enfeitada com flores artificiais e fitas que lhes caem sobre as costas (complemento das que pendem dos ombros) encimada com um penacho de flores artificiais de várias cores e de penas brancas;
Três, os mais novos, vestidos de mulher, saia e casaco branco, rede preta de malha miúda e flores na cabeça, trunfa de cabelo na nuca, e muitos colares e outros objetos de ouro pendentes do pescoço; e, finalmente, o guardião, mestre ou ensaiador, vestido de soldado, com velha espada à cinta.
Dos seis primeiros, um toca a genébres (1) e cinco as bandurras (2), e os três que fazem de mulher, os pandeiros. À ordem do guardião, formam todos em linha de três, ficando ao centro os que vestem de mulher. E a dança começa ao som arranhado e chocalheiro da genébres, acompanhado pelas bandurras e pandeiros.
(1) A genébres é provavelmente um instrumento único no País. Consta de 14 pauzinhos de pau-ferro, redondos, de tamanhos diferentes, enfiados, nas extremidades, em uma correia de couro. Crescendo em extensão, do primeiro ao último, por forma regular e progressiva, o maior deve ter de comprimento, pouco mais ou menos, o dobro do primeiro. A genébres é suspensa do pescoço pela correia que enfia nas extremidades dos paus e cobre o peito do tocador. Espécie de moderno xilofone que o tocador tange com o chuço, pedaço de pau da qualidade dos demais da genébres, produz sons mais ou menos arrastados, mais ou menos vivos, consoante a vontade do tangedor e o compasso da dança. A genébres pertence à comissão da festa e passa anualmente de uns para outros festeiros.
(2) As bandurras, que noutro tempo se vendiam na Romaria da Senhora da Póvoa, são uma espécie de violas de cordas de arame, já hoje raras.
A Dança das Tesouras
Um grupo de 8, 10 ou 12 homens vestidos de cotim, lenço branco em volta da cabeça, cada um com sua tenaz fingindo tesoura; um velho dos mais folgazões da povoação igualmente vestido de cotim e com um lenço branco atado à cabeça, e alguns rapazes de 10 a 15 anos, com seus casacos vestidos das avessas, a fingir de carneiros, começam a Dança das Tesouras pela tarde de segunda-feira, à porta da Igreja, e percorrem seguidamente as ruas e principais casas do lugar, a cantar e a representar.
O grupo, de 8, 10 ou 12 homens, consoante os que se reúnem, forma duas alas, frente a frente, a pequena distância uma da outra, deixando no meio os rapazes (carneiros). Simulando tosquiá-los, os homens batem as tenazes e cantam.
A Viola Beiroa nas Danças Tradicionais da Lousa
Conforme refere a autora Susana Dias, a Viola Beiroa era “usada na Lousa desde o século XVII para acompanhar a “Dança das Virgens” e a “Dança dos Homens”. As Danças Tradicionais da Lousa, que foram objeto de inscrição no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial (Anúncio 6/2015, D.R. , 2ª série, n.º4, 7 de janeiro) incluem ainda a “Dança das Tesouras”, para além daquelas duas danças.
No documento “Pedido de Inventariação Danças Tradicionais da Lousa no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial”, em que é descrita e caracterizada pormenorizadamente cada uma das danças da Lousa, refere-se que as “Danças Tradicionais da Lousa consistem num conjunto de manifestações musicais e coreográficas, específicas desta povoação, integradas nos festejos em honra de Nossa Senhora dos Altos Céus”.
Para além do papel dos dançarinos, em cada uma das danças, “destaca-se o papel dos tocadores que, no caso das Virgens é apenas um e toca a guitarra portuguesa, não integrando a Dança e, no caso dos homens, coincide com os 6 dançarinos uma vez que estes dançam e tocam em simultâneo. Dos 6 dançarinos/tocadores, 5 tocam viola beiroa e um deles toca a genebres” (Julho de 2014, 4).
Conforme refere Isabel Leal da Costa “A viola beiroa, também conhecida por bandurra, é um instrumento popular português que aparece na zona raiana, no Distrito de Castelo Branco.(…) Embora menos difundida que o típico adufe beirão é um dos instrumentos que acompanha a Dança dos Homens” (2011).
Na descrição e caracterização que Lopes Marcelo faz dos instrumentos mais representativos da Beira Baixa, faz referência à viola beiroa ou bandurra. “Trata-se de uma viola popular portuguesa de cinco ordens de cordas de arame” e que era utilizada para acompanhamento de “descantes festivos, aos domingos, nas tabernas e, sobretudo, nos parabéns e serenatas aos noivos, nas vésperas e na noite da boda. Atualmente, quase desapareceu e apenas pode ser encontrada em ocasiões cerimoniais, destacando-se a sua aplicação na Dança dos Homens, nas festas de Maio, em honra da Senhora dos Altos Céus, na Lousa, bem perto de Castelo Branco” (1993)
Fonte: Lousanet
Fontes do Musorbis Folclore:
A “Lista dos Ranchos Folclóricos” disponível na Meloteca e a informação nesta plataforma resultam de uma pesquisa aturada no Google e da nossa proximidade nas redes sociais. Foram revistos todos os historiais de grupos etnográficos de modo a facilitar a leitura.