Filarmónicas de Ílhavo
História, bandas e música e atividades
Banda dos Bombeiros Voluntários de Ílhavo
A Banda dos Bombeiros Voluntários de Ílhavo – Música Nova foi fundada em 1900 por um grupo de Bombeiros músicos dissidentes da Filarmónica Ilhavense. A Música Nova participou em diversos festejos de Norte a Sul do País, salientando-se a participação em diversos festivais de bandas filarmónicas. Organizou um Festival de Bandas pelo seu Centenário, com a participação de 7 filarmónicas.
Foi nessa altura galardoada com a Medalha de Ouro da Cidade de Ílhavo pela autarquia e, posteriormente, com o Leme de Prata das Associações, atribuído pela Associação “Os Ílhavos”. No ano de 2009 foi galardoada com o título honorífico de “Confrade de Honra” da Confraria Gastronómica do Bacalhau, sendo até à presente data a única Instituição a quem foi atribuído tal título. Em 2011 recebeu a Medalha de Mérito Cultural atribuída pelo Governo Civil de Aveiro.
Participou em vários festivais de Música Popular do INATEL, nos Festivais de Bandas Filarmónicas da Gafanha da Nazaré, Samora Correia, Mamarrosa, Torres Vedras, Malveira, Paul (Covilhã), bem como realizou um intercâmbio com a Union Musical Algimia – Valência – Espanha, na cidade de Ílhavo, e posteriormente com uma deslocação a Valência – Espanha. Participou no primeiro concurso internacional de Bandas Ateneu Artístico Vilafranquense, e ficou incluída no CD comemorativo do Festival. Realizou um intercâmbio cultural, com uma digressão aos Açores – llha do Pico a convite da Sociedade Filarmónica União e Progresso Madalense em 2007.
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Banda dos Bombeiros Voluntários de Ílhavo
Participa na realização de diversos festejos religiosos, levados a efeito em várias localidades de Portugal, sendo de destacar a sua passagem pelas festas da Senhora da Agonia em Viana do Castelo, de Meadela, de Santa Marta de Portuzelo, de Dem, de Barcelos, de Caminha, de Paredes de Coura, de Alverca da Beira, de Seixas do Minho, de S. Romão do Neiva, de S. Pedro da Torre, de Vila Nova de Gaia, bem como várias localidades do concelho de Ílhavo e distrito de Aveiro. A Banda possui uma Escola de Música com cerca de 25 alunos, em que os mesmos após a pertinente formação, passam a integrar a respetiva Banda. Tem cerca de 60 elementos no ativo, sendo o seu maestro Jorge Pires Ferreira. Em 2012 gravou o 3° CD.
Filarmónica Gafanhense – Música Velha
A Filarmónica Gafanhense foi fundada em 1836 pelos ilhavenses conselheiro Dr. António José da Rocha (magistrado) e José da Cunha e Sousa (mais tarde governador Civil de Aveiro). Ao maestro José Vicente Soares, ex- regente de bandas militares e primeiro regente da Banda da Vista Alegre, sucederam o ilhavense Francisco dos Santos Barreto, Padre João Rodrigues Franco, de Vagos, violinista distinto, mas que, por motivos de doença pouco se demorou no lugar; um maestro espanhol, de apelido Serrano, emigrante político que vivia em Aveiro, Manuel Procópio de Carvalho; Diniz Gomes, de Ílhavo; João da Rocha Carola; Marco Catarino, natural de Ílhavo, foi também regente, por pouco tempo; Armando da Silva também natural de Ílhavo. No tempo deste ilustre regente, a então chamada Sociedade Filarmónica Ilhavense, passou a denominar-se Associação Musical Filarmónica Ilhavense, feito o seu registo no Governador Civil de Aveiro em 1934.
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Filarmónica Gafanhense – Música Velha
Em seguida, o cargo foi ocupado pelo Ilhavense e professor primário João Marques Ramalheira que conseguiu muitos e bons aprendizes, chegando a Banda a ter quase 50 executantes. Após a saída do professor, foi a regência assegurada pelo executante João Parada dos Santos (Balacó) de Vale de Ílhavo. Em 1956, sucedeu-lhe o mestre José Vidal, de Vale de Ílhavo, que, em 1961, foi substituído por Manuel da Graça, também de Vale de Ílhavo. Em seguida, foi Manuel da Graça o maestro. Em 1967, por morte do regente, foi convidado para a regência José Venâncio, de Vagos, músico da banda da Vista Alegre. Cinco meses depois, emigrou para os Estados Unidos.
Substituído então pelo executante e solista (fliscorne), da Filarmónica, José Ferreira Balseiro, da Quinta do Picado, que reorganizou a banda, por pouco tempo. Com a saída deste último regente em 1970, foi o lugar ocupado por João da Fonseca, de Ílhavo. Em 1972, Dionísio Claro dos Santos Marta, natural da freguesia de S. Salvador e residente na Gafanha da Nazaré, passou a ir a Ílhavo duas vezes por semana, dar lições de música a aprendizes. Mais tarde, seria criada a Escola de Música Gafanhense, na Gafanha da Nazaré.
Em 1986, a Associação Musical Filarmónica Ilhavense começou a festejar a passagem do 150 anos de existência. Várias iniciativas culturais foram levadas a cabo, e no dia 13 de outubro de 1986, foi feita na Secretaria Notarial de Aveiro, a escritura de alteração de estatuto, fazendo assim a mudança de sede social da banda para a Gafanha da Nazaré, bem como a mudança de denominação, de Associação Musical Filarmónica Ilhavense para Filarmónica Gafanhense e, no dia 26 de outubro já com o fardamento e bandeira novos, acompanhada de cinco bandas de música, na Gafanha da Nazaré, (concelho de Ílhavo).
Nos anos de 1985 a 1990 foi todo o instrumental substituído por um instrumental novo, (lamiré normal). Atualmente a direção artística e musical da centenária Filarmónica Gafanhense está a cargo do Maestro e Professor Paulo Margaça.
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Filarmónica Gafanhense – Música Velha
HISTÓRIA
Banda da Vista Alegre
José Ferreira Pinto Basto organizou em 1826, na Vista Alegre, um colégio com internato destinado a criar os futuros artistas das duas fábricas de porcelana e de vidro por ele fundadas. Neste colégio, além de se ensinar aos alunos as diversas valências da fábrica, ministrava-se o ensino da música. Foram 13 os primeiros alunos admitidos, tendo como diretor José Vicente Soares, natural de Penafiel. Este colégio durou até 1842 chegando a albergar 40 alunos. Como dependência do colégio organizou-se em 1826 uma filarmónica privativa da fábrica e composta exclusivamente por operários da fábrica.
Rezam as crónicas que a banda da Vista Alegre foi a Aveiro abrilhantar a receção à Rainha D. Maria II, quando em 1852, acompanhada pelo Rei D. Fernando visitou a cidade. Também no funeral do grande tribuno José Estêvão a banda da fábrica esteve presente bem como no casamento do rei D. Carlos, em Lisboa, a 28 de maio de 1886. Em junho de 1904 deu um concerto no Palácio de Cristal, no Porto, sob a regência de Martins Rosa e executando Guarany, Sansão e Dalila, La Bohéme, Romeo e Julieta, La Revoltosa, Sérenade Hongroise (com solo de oboé), Marcha de Cadiz e a marcha Vista Alegre escrita expressamente para a banda por Pinto Figueiredo.
Em 29 de junho de 1926 celebrou o centenário com um concerto no largo da Fábrica e em que estiveram presentes cerca de 300 executantes das bandas de Infantaria nº24, José Estêvão, Amizade, Música Nova, Música Velha, Vaguense e da Vista Alegre. Neste concerto foi executado um Hino dedicado ao fundador da Vista Alegre e escrito em 1826. Regeu o Tenente Manuel Lourenço da Cunha.
A reputada Banda da Fábrica, como era conhecida, marcou uma época de ouro das filarmónicas ilhavenses. Praticamente manteve sempre em atividade a banda e a orquestra, abrilhantando esta última várias cerimónias religiosas e peças de teatro musicado. Constituída por músicos de primeira água, passeou por Portugal toda a sua classe em concertos que ficaram memoráveis e sempre dirigida por maestros de inquestionável qualidade e competência. Só assim era possível apresentar um reportório de alto gabarito, em que pontificavam peças de autores de nomeada (Donizetti, Rossini, Puccini).
A Banda da Vista Alegre extinguiu-se em 1982.