Músicos naturais de Vila Nova de Cerveira
Projeto em desenvolvimento, o Musorbis aproxima os munícipes e os cidadãos do património musical e dos músicos do Concelho.
- Inês Coelho (violoncelo)
- Maria Pereira (fadista, Vila Nova de Cerveira, 4 de fevereiro de 1914 – Lisboa, 9 de janeiro de 2003)
Inês Coelho
Inês Coelho, violoncelista, de Vila Nova de Cerveira
Inês Coelho iniciou os estudos musicais de Violoncelo na Escola Profissional de Música de Viana do Castelo em 2007, onde frequentou classes de aperfeiçoamento com Cédric Conchon, Miguel Rocha, Filipe Quaresma, Quarteto Freitas-Branco, Paulo Gaio Lima e Martti Rousi. Como membro de orquestra sinfónica trabalhou com maestros como Pedro Neves, Vítor Matos, Javier Viceiro, Julian Lombana, Ernst Schelle, tendo tido o prazer de tocar com os solistas Bernado Sasseti, Carlos Guilherme, Nuno Dias, Paula Doria, Ana Barros e Carla Carumujo.
No ano de 2012 deu continuidade à sua formação, prosseguindo com os estudos de Violoncelo Barroco na Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo com Marco Ceccato, tendo iniciado pouco tempo depois os estudos elementares de viola da gamba com Xurxo Varela na mesma instituição. No Curso de Música Antiga da ESMAE trabalhou em orquestra e música de câmara com Ana Mafalda Castro, Pedro Sousa Silva, Amandine Beyer, Magna Ferreira, Hugo Sanches, Xurxo Varela, Marco Ceccato, Ronaldo Lopes, Barbara Ferrara, Anna Margules, Benjamin Chénier, entre outros.
No ano letivo seguinte foi selecionada pelo curso para participar no projeto de orquestra barroca La Follia em Cosenza, Itália. Durante este período, teve aulas com Stefano Veggetti no decorrer do XIII Curso Internacional de Música Antiga ESMAE/ESML (Março – Abril 2016). No ano letivo 2015/16, participou do programa de mobilidade ERASMUS, tendo estudado com o professor e reconhecido intérprete de violoncelo Barroco Gaetano Nasillo, no Conservatorio Guido Cantelli em Novara, Itália.
Desde setembro de 2017 orienta o naipe de violoncelos da Orquestra e Banda Sinfónica POEMa, Mangualde.
Fez parte da 2ª edição do musical francês Les Miserables em colaboração com a associação Contracanto, em Carregal do Sal.
Participou na gravação de um CD com Flores de Mvsica, do Requiem de Domingos Bomtempo (primeira versão moderna com instrumentos da época).
É membro das orquestras barrocas Concerto Ibérico e Flores de Mvsica, dirigidas por João Paulo Janeiro, e faz parte de três projetos de música de câmara (dos quais é uma das fundadoras): Mvsica Antiqva do Porto (ensemble Barroco), O Moínho do Diabo (música renascentista), e I Colori Dell’Armonia (música barroca).
Participa frequentemente em vários festivais como Festival de Órgão de Braga, Festival de Estátuas Vivas em Pombal, Festival Musicórdia em Esposende, Festival Euroclassical, entre outros.
Lecionou na 1ª, 3ª e 4ª edições da Academia Júnior de Música Barroca, eventos organizados pela ESMAE.
É mestre em Ensino de Música, e atualmente é professora de violoncelo no Conservatório da Maia, na Academia de Música da Fortaleza de Valença, no Projeto Para a Promoção do Sucesso Escolar – 1º Ciclo em Mangualde, e na Orquestra Geração – polo de Tondela.
Maria Pereira
Canta Maria Pereira, fadista, de Vila Nova de Cerveira
Canta Maria Pereira
Maria Pereira, fadista, de Vila Nova de Cerveira
Cor é Vida
Maria Pereira, fadista, de Vila Nova de Cerveira, Cor é Vida
Lisboa da Beira-Mar
Lisboa da Beira-Mar, de Maria Pereira, fadista, de Vila Nova de Cerveira
Nazaré com Maria Pereira
Nazaré com Maria Pereira, fadista, de Vila Nova de Cerveira
Noite Sombria
Maria Pereira, fadista, de Vila Nova de Cerveira
FOI NOTÍCIA
Da fadista Maria Pereira (Vila Nova de Cerveira, 4 de fevereiro de 1914 – Lisboa, 9 de janeiro de 2003) o Correio da Manhã noticiou:
A cantora Maria Pereira faleceu na passada quinta-feira no Hospital de São José, em Lisboa, em consequência de uma hemorragia digestiva aguda que sobreveio após uma intervenção cirúrgica ao fémur. O funeral da artista, que contava 88 anos, realizou-se ontem para o cemitério dos Prazeres. Figura carismática da canção nacional, Maria Pereira atingiu o auge da sua carreira nos anos 60, sendo vasto o repertório gravado em disco, pois interpretou os mais prestigiados compositores da época, desde Aníbal Nazaré a Jerónimo Bragança, passando por Resende Dias, Tavares Belo, Frederico Valério, Ferrer Trindade e Luís Gomes. Natural de Vila Nova da Cerveira, Maria Pereira iniciou-se aos microfones da Rádio Graça estreando-se como profissional da Rádio Peninsular e foi uma das primeiras a actuar em televisão. Ao longo de uma carreira em que conquistou diversos prémios, cantou nas melhores casas de fado e fez várias digressões pelo estrangeiro actuando para as comunidades de emigrantes na Europa, América e África, nomeadamente em Angola, Guiné e Moçambique onde era especialmente acarinhada.”
A RTP Memória informa:
No panorama musical das décadas de 50 e 60, pouca gente terá gravado tantos discos como Maria Pereira, cujo nome é ainda hoje recordado quando alguém pretende cantar muitos fados de uma assentada. A cantora tornou-se de facto conhecida por concertos que chegavam a ter mais de 3 horas, sempre com acompanhamentos dos mais reputados músicos e maestros.
Na altura, a carreira desta natural de Vila Nova de Cerveira já tinha conhecido largos anos de destaque, entre o fado e a canção ligeira e como membro do elenco do popular programa radiofónico “Companheiros da Alegria”, de Igrejas Caeiro. As primeiras gravações de Maria Pereira começam ainda na era dos discos de 78 rotações, para a Valentim de Carvalho, ao lado de músicos como Carvalhinho ou Joel Pina. Em vinil, entre meados da década de 50 e finais da de 60, Maria Pereira grava mais de 40 discos com canções originais, sendo que 20 deles integraram a série “Cor É Vida”, patrocinada pela empresa de tintas Robbialac. Esse era aliás o título da canção-hino da marca, com letra do publicista Gentil Marques e música do maestro Frederico Valério.
Em 1966, Maria Pereira veria editados dois discos pelo selo Alvorada, sendo que no segundo deles incluía outra rara letra de Gentil Marques, “Évora”, com música de Ferrer Trindade. Nesse EP, a faixa de abertura era “Rebeldia”, versão para um tema aguerridamente defendido por Madalena Iglésias no Festival da Canção desse ano. O maestro era Fernando de Carvalho, desaparecido prematuramente em 1967.
“Assim Sim”, não chegou no entanto a ser gravado em disco por Maria Pereira. A letra é de Domingos Gonçalves da Costa é o autor dos textos de “Assim Sim”, “Coração Louco”, “Ai Se Eu Pudesse” ou “Eu Já Não Sei”, este incluído no mais recente álbum de Raquel Tavares, de 2016) e a música é o fado da Idanha, de Ricardo Borges de Sousa, um dos pioneiros na gravação sonora em Portugal.
Antes de se afastar do meio musical – onde tinha deixado sementes, com a breve carreira da sua neta Zezinha Pereira, intérprete do sucesso infantil “Os Conselhos da Mamã”, em 1963 – Maria Pereira registou ainda três álbuns entre 1967 e 1969, dois deles em Espanha, vindo a falecer em Lisboa em 2003, aos 88 anos.