Folclore em Vila Verde
Grupos Etnográficos, tradições e atividades no Concelho
- Região: Minho (Baixo Minho)
- Distrito: Braga
- Concelho: Vila Verde
14 grupos
- Associação Cultural e Recreativa do Rancho Folclórico de Moure
- Grupo Folclórico de Vila Verde
- Grupo Folclórico das Lavradeiras de Parada de Gatim
- Rancho Folclórico de Cervães
- Grupo Folclórico de Nossa Senhora da Pena de Carreiras S. Miguel
- Grupo Folclórico Vale do Homem
- Grupo Folclórico e Etnográfico do Centro Social de Pedregais
- Grupo Folclórico Nova Esturdia dos Camponeses de Godinhaços
- Rancho Folclórico de Marrancos
- Rancho Folclórico de Santa Eulália de Cabanelas
- Rancho Infantil e Juvenil da Loureira
- Rancho Típico das Lavradeiras de Aboim da Nóbrega
- Rancho Típico e Infantil de Vila Verde
Associação Cultural e Recreativa do Rancho Folclórico de Moure
Para angariar verbas para as obras que estavam a decorrer na igreja e residência paroquial, nos anos 1980, o pároco Padre José Barbosa Granja reuniu um grupo de pessoas da freguesia para cantar os Reis. Continuaram a trabalhar pela cultura da freguesia formando o Grupo Folclórico de Moure em 10 de Agosto de 1988.
A maioria dos componentes pertence a uma faixa etária jovem. Leva a recolha etnográfica da terra a várias regiões do país e do estrangeiro. As danças e cantares, caracterizam-se pela cor e ritmo do baixo Minho, predominantemente em viras, malhões e chulas bem representativos do passado.
Nos trajes distinguem-se o da noiva, traje por excelência do concelho, o da moleira, bem tradicional de Moure, a senhorinha de Gondomil, os domingueiros, os de feirante e os de campo já que representamos uma zona essencialmente agrícola. Os trajes dos homens apresentam-se em par com os das mulheres.
A tocata é composta por concertinas, violão, viola braguesa, ferrinhos, cavaquinhos, reco-reco, bombo e castanholas.
O grupo possui um cantador e uma cantadeira, coro e figurantes. É composto por cerca de 50 elementos.
Grupo Folclórico de Vila Verde
O Grupo Folclórico de Vila Verde foi fundado em 1958.
Tem participado em diversos e variados festivais folclóricos por todo o país, desde o Minho ao Algarve, e na Região Autónoma da Madeira, em 1999. Atuou na EXPO 98 e na Região Autónoma da Madeira em 1999. No estrangeiro, apresentou-se várias vezes em Espanha, incluindo as Ilhas Canárias – Tenerife (2002), França e Alemanha, e ainda na Áustria (1983), Itália (1984) e Eslováquia (1993).
Dentro das suas atividades de difusão e divulgação do folclore, gravou 4 discos de vinil, 1 CD de Cantares de Reis, 1 CD Reedição do disco Vinil “Música e Cantares Tradicionais de Vila Verde”, várias cassetes áudio, 1 cassete vídeo, integrado no projeto de âmbito nacional “Folclore Português”, em representação do distrito de Braga.
Atuou na RTP várias vezes. Organiza anualmente o Festival folclórico de Santo António – Luso/Espanhol e desde 2001, o Festival Folclórico InterNações, que tem proporcionado a presença em Vila Verde de povos e culturas de todo o Mundo. Tem realizado programas de Rádio, Exposições de Trajes e Instrumentos Musicais.
É sócio efetivo e fundador da Federação do folclore Português e está inscrito no INATEL. Em 1983 ao atingir 25 anos da sua existência foi agraciado com a Medalha de Mérito Municipal. É Instituição de Utilidade Pública desde 1992.
tocata
Grupo Folclórico de Vila Verde
Grupo Folclórico Vale do Homem
O Grupo Folclórico Vale do Homem é uma valência Centro Social do Vale do Homem, sediado em Vila Verde. O nome Vale do Homem tem que ver com o rio Homem que faz fronteira entre Vila Verde e os concelhos de Amares e de Terras do Bouro. Fundada em 2006, a instituição viu ser-lhe reconhecido o estatuto de IPSS passados dois anos, altura em que a única atividade que tinha era ainda e só o Grupo Folclórico do Vale do Homem. O rancho integra atualmente cerca de 70 elementos, entre gente da Associação e da Direção e outros associados. Além do Grupo Folclórico, tem o Grupo Coral e o Grupo de Teatro.
Grupo Folclórico Vale do Homem
Grupo Folclórico e Etnográfico do Centro Social de Pedregais
O Grupo Folclórico e Etnográfico do Centro Social de Pedregais foi fundado em 1998. Tem participado em inúmeros festivais de folclore por todo o país. Nos anos de 2000 e 2002 atuaram em França e Espanha. Gravou cassetes e um CD com as suas músicas e cantares. É constituído por cerca de 50 elementos. Os trajes representados são de ceifeira, pastora e domingueiro. Os trajes dos homens apresentam-se em parte com os das mulheres.
Grupo Folclórico Lavradeiras de Parada de Gatim
O Grupo Folclórico das Lavradeiras de Parada de Gatim foi fundado em 1969. Com seriedade absoluta quanto a trajes, danças e cantares, além da naturalidade, alegria comunicativa a animação e entusiasmo dos seus componentes têm obtido êxito, participando nos maiores certames do folclore nacional e dando alegria às romarias. Atuou para a RTP, TV Alemã, BBC e TV Irlandesa. Gravou dois LP, nove singles e um CD. Atuou em inúmeros festivais nacionais de Folclore e no estrangeiro, na Alemanha, França, Espanha, Holanda, Bélgica, Luxemburgo, Inglaterra, Itália, Hungria e Irlanda.
Grupo Folclórico Lavradeiras de Parada de Gatim
Grupo Folclórico Nova Esturdia dos Camponeses de Godinhaços
O Grupo Folclórico Nova Esturdia dos Camponeses de Godinhaços foi fundado a 10 de maio de 1982, com o intuito de preservar e divulgar os usos e costumes do Concelho e da Região. Tem participado em todo o país em festivais de folclore e na Espanha. Gravou duas cassetes com alguns dos seus trabalhos.
Rancho Folclórico da Senhora da Pena – Carreiras S. Miguel
O Grupo Folclórico de Nossa Senhora da Pena de Carreiras S. Miguel foi fundado em 2000, com o objetivo da recolha, preservação e divulgação dos usos e costumes da sua terra. Os trajes representados são o Domingueiro, de Trabalho e de Noivos. Têm atuado por todo o país. Gravou um CD.
Rancho Folclórico de Cervães
O Rancho Folclórico de Cervães foi fundado em 1990, com o objetivo da recolha, defesa e divulgação dos usos e costumes da região. A iniciativa da fundação deste Rancho Folclórico deve-se a um grupo de homens desta freguesia que participaram numa rusga da Festa de Santo António de Vila Verde. Apresentaram a ideia aos presidentes da Casa do Povo e da Junta de Freguesia e, assim, fundaram o Rancho Folclórico da Casa do Povo de Cervães. Quando formalizaram em Diário da República, mudaram o nome para a denominação atual. Gravou cassetes com as suas músicas e cantares.
Rancho Folclórico de Marrancos
Em 1982 um grupo de pessoas da freguesia fundou a Associação Recreativa e Cultural de Marrancos, com várias atividades desportivas e culturais. A vontade de formarem um grupo folclórico concretizou-se em 1983. Constituído por 55 elementos, regista numerosas atuações pelo País. Os trajes representados pelo grupo são a representação dos usados nos finais do séc. XIX e início do séc. XX. O Grupo Folclórico de Prado S. Miguel foi fundado em 1980, com o intuito da recolha, defesa e divulgação dos usos e costumes dos antepassados. Tem participado em inúmeros festivais nacionais de Folclore e em Espanha. Os trajes que os diversos elementos envergam são a representação dos usados nos finais do séc. XIX e início do séc. XX, nomeadamente, trabalho, domingueiro, noiva/noivo. As suas danças e cantares estão definidas em “Viras”, “Chulas”, Malhões ou Canas Verdes.
Rancho Folclórico de Santa Eulália de Cabanelas
O Rancho Folclórico de Santa Eulália de Cabanelas foi fundado em 1981. Os trajes que enverga eram usados nos fins do séc. XIX e inícios do séc. XX. O Rancho organiza anualmente o Festival de Folclore do Vale do Cávado onde têm estado presentes os melhores ranchos nacionais. Fez duas gravações de um vasto repertório rigorosamente recolhido na região, tendo indagado junto de pessoas idosas, para a certificação da sua autenticidade. O seu reportório é composto por danças de movimentos vivos. São danças graciosas que vão desde o famoso vira de Cabanelas e vira da desgarrada, S. Bentinho, Azenhas do rio, Terreiro de Santa Ana, de Cruto ao Estirão, chula Velha e chula Picada, cana verde e malhão da Veiga. A tocata é constituída por concertinas, violas braguesas, cavaquinho, reque-reque, bombo, ferrinhos, castanholas e flauta de cana. O Rancho é composto por cerca de 50 elementos. Tem sido um embaixador do folclore desde a sua fundação, em 1981, ao mostrar de Norte a Sul do país as suas danças e cantares em Festas e Festivais Nacionais por onde tem conquistado a simpatia e admiração de todos. Atuou em várias estações emissoras nacionais e a participou em festivais em vários países da Europa, tais como França, Alemanha e Espanha. É membro fundador da Associação de Folclore de Vila Verde. Em 2010, sendo uma instituição com mais de 20 anos de atividade ininterrupta que prestou relevantes serviços ao Concelho pela sua contribuição para a causa do Folclore e da Etnografia, como elementos identitários da nossa matriz cultural, foi condecorado com a Medalha de Mérito Municipal em Prata.
Rancho Folclórico Infantil e Juvenil de Loureira
Em 1991, um grupo de pessoas amantes das velhas tradições, juntaram-se para cantar os Reis na freguesia.
Possuindo vontade de ir mais além, em 1995 formaram o Rancho Infantil e Juvenil da Loureira, com o intuito de ocupação dos tempos livres das crianças e jovens, aproveitando dessa forma para a recolha e divulgação dos usos e costumes dos seus antepassados. O Rancho Folclórico Infantil e Juvenil de Loureira atuou inúmeras vezes no país e gravou uma cassete.
Rancho Típico das Lavradeiras de Aboim da Nóbrega
O Rancho Típico das Lavradeiras de Aboim da Nóbrega foi fundado no início de 1980 na freguesia de Aboim da Nóbrega. A sua primeira atuação realizou-se nesse ano, a 13 de junho, nas festas concelhias de Vila Verde. Tem percorrido Portugal com variadas participações em festas e romarias, sendo uma das mais chamativas a participação, em direto, no programa Praça da Alegria da RTP e ainda na TVI no programa Você na TVI. Conta com atuações no estrangeiro. Para além das diversas atuações, este rancho dedicou algum tempo à produção de 2 obras gravadas ao vivo, em DVD/VHS e em CD/Cassete.
Rancho Típico e Infantil de Vila Verde
O Rancho Típico e Infantil de Vila Verde foi fundado em 1996, com o objetivo de ocupar os tempos livres das crianças, bem como recolher e divulgar o património etnográfico dos antepassados. Tem atuado no país e estrangeiro, em Espanha, França e Alemanha. Atuou na RTP e no Canal 3 da Rádio Televisão Francesa. Tem gravados dois discos, uma cassete compacta e um CD com as suas músicas e cantares. Os trajes usados pelos seus elementos são a representação viva do traje do séc. XIX e XX, nomeadamente, lavradeira, domingueiro, ida à feira ou encosta, guardador de rebanhos e vendedor de limonada.
tocata de Vila Verde
“A tocata Tradicional de Vila Verde é constituída por concertina (instrumento de palheta), cavaquinho, viola braguesa ou ramaldeira e violão (instrumento de corda); flauta de cana (instrumento de sopro); e reque-reque, ferrinhos e bombo pequeno (instrumento de percussão). Dentro dos instrumentos tradicionais populares de Vila Verde, temos ainda aqueles que constituem os grupos Zés Pereiras, principalmente as gaitas de foles, os grandes bombos e as caixas, que ainda agora abrilhantam algumas festas do concelho, isoladamente ou acompanhados por cabeçudos, gigantones ou amazonas.” (Manuel Barbosa Rodrigues, Vila Verde 1989/90)
Concertina
A concertina, do grupo dos aerofones, veio substituir a tradicional e popular harmónica. O acordeão só apareceu numa fase mais tardia, não chegando a integrar a tocata popular e tradicional. O seu caráter harmonioso e melódico é ideal para conceder a qualquer música o tom de festividade e alegria que tão bem exprime o sentimento e a cultura minhota.
Cavaquinho
O cavaquinho é um cordofone de pequenas dimensões. Pode ser tocado sozinho, como instrumento harmónico, para acompanhar o canto, mas geralmente integra um conjunto de instrumentos tipicamente festivo. É também conhecido por machinho e, apesar de assumir características diferentes, é usado um pouco por todo o país. Há dois tipos de cavaquinho: o tipo minhoto e o tipo de Lisboa. Instrumento profundamente popular e de uso estritamente festeiro, o cavaquinho é particularmente interessante quando tocado na forma de rasgado ou varejado, que é a mais tradicional. É um dos instrumentos mais populares da tocata de Vila Verde, apesar de ter sido trazido por um povo vindo do norte de Espanha, os “Biscaínhos”.
Viola Braguesa ou Ramaldeira
A viola braguesa, também conhecida por ramaldeira, pertence ao grupo dos cordofones e foi também trazida pelos Biscaínhos para a tocata vilaverdense. A viola é muito usada na região do Baixo Minho, onde assume o nome e a forma de braguesa, e é particularmente interessante quando são usadas as formas tradicionais de tocar: a forma de rasgado e a de varejado. A viola é o instrumento básico de acompanhamento nas rusgas e chulas da região, ao serviço de cantares, despiques e danças de carácter profano e lúdico, ligeiro e extrovertido. Pode dizer-se que é o instrumento de acompanhamento por excelência da música popular minhota, em geral, e da vilaverdense, em particular.
Violão
O violão pertence ao grupo das cordas e é um dos instrumentos mais habituais na tocata portuguesa em geral. Terá sido introduzido no nosso país no séc. XIX. Devido ao facto de a viola praticamente ter desaparecido nas outras regiões do país, o violão passou a ser conhecido apenas por viola. Mas, no Noroeste português, a viola continua a ser um instrumento primordial, pelo que o violão conserva ainda o seu nome. Na tocata tradicional do Baixo Minho, e de Vila Verde em particular, o violão é tocado como instrumento de acompanhamento na forma tradicional de ponteado. Pode mesmo dizer-se que é o mais importante instrumento de acompanhamento, indissociável das danças e cantares típicos vilaverdenses e do Minho em geral.
Flauta de cana
Pertencente ao grupo dos aerofones, este tipo de flauta começou por ser um instrumento individual, rural e campesino, usado pelos guardadores de gado para afastar a solidão. Instrumento melódico, foi-se incluindo na tocata tradicional como instrumento de acompanhamento e também de solo. Hoje é indispensável nos grupos musicais vilaverdenses, em festas e romarias. É também usado em atos cerimoniais.
Reque-reque
Este instrumento pertence ao grupo dos idiofones de raspagem e supõe-se que tenha sido trazido do Brasil, sendo, no entanto, originário de África. É composto por um pau dentado, com 70 cm de comprido, em média, tocado através da fricção com outro pau (geralmente cana rachada), mas pode assumir as mais variadas formas e decorações. São geralmente esculpidos de forma a representar figuras humanas, podendo partir de uma tábua lisa de madeira ou da raiz de uma árvore. Na tocata, o reque-reque marca o ritmo. De facto, a sua forma é tão rudimentar que se pressupõe que tenha sido criado na região apenas como um instrumento de barulho, apesar de uma possível origem africana não ser totalmente descabida.
Ferrinhos
Os ferrinhos também são usados para marcar o ritmo e acompanhar a dança. É um instrumento idiofone de percussão ou de raspagem, constituído por um triângulo de ferro, aberto num dos ângulos e perdurado por uma fita. Os ferrinhos são tocados com recurso a um outro pequeno ferro, chamado batente. Diz-se que talvez tenham aparecido por volta do séc. XV, de origem e uso geral europeu, e são utilizados um pouco por todo o país.
Bombo
O bombo pertence ao grupo dos membrafones. Marca o ritmo e o compasso da música. Apesar de a sua execução parecer fácil, produz um som muito forte, e se for mal tocado pode estragar a dança. Os bombos são por vezes tocados em grandes grupos de percussão, nas paradas e nos cortejos festivos, um pouco por todo o norte de Portugal. Pelo seu poder rítmico e pela sua forte sonoridade, os grupos de bombos têm um impacto muito forte no seu auditório.
Fonte: Câmara Municipal de Vila Verde