Músicos naturais do Concelho da Maia
Projeto em desenvolvimento, o Musorbis aproxima os munícipes e os cidadãos do património musical e dos músicos do Concelho.
- Alberto Gaio Lima (violinista, 1932)
- Hermínio Leite (compositor, 1933)
- Emídio Costa (maestro, compositor, 1939)
- Ilídio Costa (maestro, compositor, 1937)
- Ilídio Pinho (compositor, 1937)
- Manuel Marques (guitarra, 1926-2018)
- Miguel Araújo (cantautor)
- Rodolfo Maia (maestro, 1982)
Ilídio Ferreira da Costa
Nascido em 1937, em Nogueira da Maia, Ilídio Ferreira da Costa iniciou os estudos musicais com seu pai António Costa aos 9 anos. Ingressou na banda local como instrumentista em flautim. Mais tarde frequentou os Conservatórios de Lisboa e Porto, concluindo neste último os cursos de Clarinete e Fagote, com elevadas classificações.
Foi premiado, vários anos, com o prémio da Fundação Calouste Gulbenkian, atribuído ao melhor aluno do Conservatório, na especialidade “Clarinetista”. Representou o referido Conservatório do Porto como instrumentista solista em inúmeras digressões pelo país.
Em 1960, ingressou na Banda Militar (Infantaria do Porto) como executante de requinta. Em 1961, concorreu à Banda Sinfónica da G.N.R. de Lisboa, ficando classificado em 1º lugar, entre vários candidatos, sendo admitido como clarinetista. Ao serviço da referida Banda, participou em diversas atuações no estrangeiro, nomeadamente, Holanda, Brasil, Bélgica e França.
Em 1968, foi nomeado Maestro da Banda de G.N.R. do Porto, ocupando esse cargo durante 21 anos.
Ainda no ano de 1968, passou a fazer parte dos quadros da Orquestra Sinfónica do Porto (RDP) como fagote solista durante 24 anos.
Foi também, durante alguns anos, professor no Conservatório de Música de Braga, na classe de “Instrumentos de Sopro”.
Foi fagotista na Orquestra do Norte durante 13 anos e fez parte de alguns agrupamentos de câmara, nomeadamente, Oficina Musical do Porto, Grupo Música Nova, Quintetos de sopro da Orquestra Sinfónica e do Conservatório, Orquestra Konsonantia. Foi fundador e Maestro da Orquestra Juvenil de Sopros da Associação Recreativa e Cultural de Nogueira da Maia. Nos tempos livres, lecionou os instrumentos de sopro (clarinete, fagote e saxofone).
Como compositor de música para Banda Filarmónica, a que se dedicou desde a sua juventude, escreveu aberturas, fantasias, divertimentos, suites, rapsódias, marchas de concerto, marchas de rua, paso-dobles, marchas de procissão, transcrições e adaptações. Algumas composições mais significativas: Corifeus, Mosaico, Ecos de Espanha, Campesina, Mestre António Costa, 14 Minutos no Parque, Momentos Menores, Paisagem Matizada, Senhor Lucas, Sons da Primavera, Reflexões.
Pelos serviços prestados às Bandas como compositor e à música em geral, foi distinguido pela Federação Portuguesa de Cultura e Recreio com o Diploma e Medalha de Instrução e Arte.
Foi, por idênticas razões, agraciado com a Medalha e Diploma de Mérito, atribuído pela Federação Regional das Bandas Filarmónicas do Minho, num evento de homenagem ao compositor, decorrido na cidade de FAFE, em outubro de 2005. Foi-lhe ainda atribuída a Medalha de Mérito, pela Câmara Municipal de Fafe, pelos 25 anos, ininterruptos, ao serviço da Sociedade Filarmónica Fafense (Banda de Revelhe) em 25 de abril de 2006.
Em 2010, foi homenageado em Águeda pela União de Bandas desta cidade (UBA) com o apoio da Câmara Municipal pelo reconhecido contributo que deu, através das suas composições, às Bandas Filarmónicas.
Em 2012, deixou de ser maestro e director artístico da Banda de Revelhe de FAFE, onde esteve, nas referidas funções, durante 31 anos. Em julho de 2012, foi admitido como Sócio Honorário da Confederação Musical Portuguesa. Em 2013, foi homenageado pela Orquestra Filarmónica 12 de abril (Travassô), sendo-lhe atribuído o título de Sócio Honorário desta instituição de Águeda, pela sua dedicação e disponibilidade como compositor.
Em 2013, foi homenageado como compositor convidado, no Certame Internacional de Bandas, integrado no festival (2º Pevidém Filarmónico).
Em 2017, foi agraciado com a Medalha de Mérito (Ouro) pela Câmara Municipal da Maia, por se ter distinguido e notabilizado ao serviço da Música, contribuindo para a promoção, bom nome e glória do Concelho.
Reciclanda
O projeto Reciclanda promove a reutilização, reciclagem e sustentabilidade desde idade precoce.
Com música, instrumentos reutilizados, poesia e literaturas de tradição oral, contribui para o desenvolvimento global da criança e o bem estar dos idosos. Faz ACD e ALD (formações de curta e longa duração) e dinamiza atividades em colónias de férias com crianças. Municípios, Escolas, Agrupamentos, Colégios, Festivais, Bibliotecas, CERCI, Centros de Formação, Misericórdias, Centros de Relação Comunitária, podem contratar serviços Reciclanda.
Contacte-nos:
António José Ferreira
962 942 759
Rodolfo Maia
Rodolfo Maia, maestro, da Maia
Rodolfo Maia nasceu na Maia em 1982. Entre março de 2008 e dezembro de 2010 foi Maestro da OLB3m – Orquestra Ligeira da Banda de Música de Moreira da Maia, com a qual tocou alguns dos seus arranjos e orquestrações. Durante o ano de 2009 foi Maestro da Banda da Sociedade Filarmónica Louriçalense – Pombal. Entre janeiro de 2010 e janeiro de 2014 foi maestro da Banda Musical de Cabreiros (Braga). Entre novembro de 2013 e outubro de 2015 foi Maestro da Filarmónica Ressurreição de Mira. Participa habitualmente com diversos grupos de Música de Câmara e Música Sacra, como instrumentista, maestro e orquestrador. Durante o ano 2013 foi Diretor Musical da Tuna Académica do ISMAI (Instituto Superior da Maia).
Teve a oportunidade de trabalhar com os maestros Jacinto Montezo, Bert Appermont, Carlos Amarelinho, Paulo Ramos, Jaime Branco, Jacob de Haan, António Saiote, José Ignacio Petit, José Rafael Pascual Vilaplana, Luís Clemente, Marcelo Jardim e Jean-Marc Burfin, tralhando atualmente com o maestro Paulo Martins, no curso de formação contínua para maestros, da APB (Academia Portuguesa de Banda).
Para além das bandas das quais foi maestro titular, dirigi, de forma esporádica, académica ou por convite, as seguintes filarmónicas: Banda dos Escuteiros de Barroselas, Banda de Música de Belinho, Banda da Covilhã, Banda da Juventude Musical Ponterrolense, Banda Musical de Melres, Banda Musical de Gondomar, Banda Filarmónica de S. Mamede de Ribatua, Banda Marcial do Vale, Banda Filarmónica de Magueija, Filarmónica Verdi Cambrense, Filarmónica Nossa Senhora das Neves (Relva – Ponta Delgada, Açores), Banda Musical de Loivos, assim com as Orquestra de Sopros do EnOS – Portel e EnOS – Esposende, tal como a Orquestra Sinfónica da Escola Profissional da Serra da Estrela – Seia e a Banda Sinfónica da APB2016.
Obteve o 2.º Prémio no Concurso Nacional de Maestros inserido no Estágio Nacional da Orquestra de Sopros de Esposende, em 2013. Faz parte da organização do Concurso Internacional de Bandas CIB – Filarmonia Douro, desde a sua primeira edição. Foi Maestro Titular do 1.º Estágio Interno da Banda de Música de Moreira da Maia (em fevereiro de 2012) e do 1.º Estágio Conjunto das Bandas de Oliveira_Barcelos e Cabreiros, Braga (em novembro de 2012). É membro associado da WASBE – World Association for Symphonic Bands and Ensembles.
HISTÓRIA
Manuel Marques
Manuel Marques, guitarrista, da Maia
Manuel Marques Pereira d’ Oliveira nasceu na rua da Arroteaça, em Milheirós, no dia 11 de janeiro de 1926 e morreu em Fão a 8 de junho de 2018, com 92 anos. Aos 10 anos, foi descoberto por René da Silva, também músico, para quem o, então miúdo, revelava qualidades artísticas. Aos 13 anos, apresentava-se já em espetáculos nos teatros do Porto. Aos 15 anos, iniciava os estudos de Harmonia, Contraponto e Composição.
Com 20 anos, escrevia as primeiras partituras e participava em programas na rádio, com especial destaque para as suas frequentes atuações na Rádio Clube do Norte e na Rádio Renascença. Em 1947, durante a vida militar, em Santarém, atuou no Orfeão Escalabitano, percorrendo o Sul do País como primeiro guitarrista. De volta ao Norte, depois de uma marcante participação num concerto de guitarras, passou a ensaiar a Orquestra de Tangos da Universidade do Porto.
Em outubro de 1955, Manuel Marques, Ana, sua mulher, e Nelito, seu filho, embarcavam no navio “Salta”. Depois de dar aulas, durante um certo período, na Casa de Portugal, Manuel Marques resolveu fundar a sua própria Academia, onde oferecia aulas de canto, violão, piano, acordeão, bandolim, cavaquinho, teoria musical e guitarra portuguesa. Para facilitar a vida aos alunos, a escola mantém cursos de guitarra por correspondência, com aulas gravadas em suporte magnético, atingindo quase todas as capitais brasileiras e alguns países das Américas, África e Europa.
Manuel Marques voltou a Portugal em 1986, com o patrocínio e apoio de várias entidades luso-brasileiras (Instituto de Apoio à Imigração e às Comunidades Portuguesas, Conselho da Comunidade Portuguesa do Estado de São Paulo e Centro de Turismo de Portugal no Brasil) obtendo imenso sucesso nos inúmeros espetáculos que deu. A imprensa deu ampla cobertura a esta digressão, órgãos de comunicação como o “Jornal de Notícias”, “O Comércio do Porto”, “O Primeiro de Janeiro”, “O Diário de Lisboa” e o “Correio da Manhã”, sem contar os jornais editados no eixo São Paulo-Rio (“Voz de Portugal”, “O Mundo do Português”, “Duas Nações” e “Portugal em foco”) registaram com destaque e regularidade, a participação do artista em terras lusas, acompanhado do filho Nelito e do viola Bonfim.
Ao descer do avião em Pedras Rubras, depois de uma escala em Lisboa, o músico registou duas agradáveis e memoráveis surpresas: a presença da consagrada Amália Rodrigues (que embarcara em Lisboa, mas o maestro não notara) tendo-o cumprimentado calorosamente, dada a sua relação de amizade travada no Brasil, aquando das digressões da diva do Fado por terras de Vera Cruz. Para além deste momento histórico, Manuel Marques viveu emocionado o acolhimento carinhoso que as gentes de Milheirós lhe dispensaram logo à chegada.
Até 1989 já tinha gravado 16 álbuns com composições da sua autoria, do repertório da música tradicional de raiz popular portuguesa, do fado de Lisboa e fado de Coimbra e do repertório internacional de música clássica, sempre com primorosos arranjos para guitarra escritos por si.
Considerado pela crítica musical do Brasil como um perfeccionista, por vezes até aclamado como um genial intérprete do mais português dos instrumentos, participou em incontáveis programas de televisão nos diversos canais do Brasil e em Portugal, sendo o autor de música original para as telenovelas “As Pupilas do Senhor Reitor” (TV Record), António Maria (TV Tupi) e “Os imigrantes” (TV Bandeirantes) e de alguns filmes brasileiros entre os quais se destaca “Sertão em festa”.
Pelas salas da sua Academia, onde Portugal estava presente até nas paredes, representado por quadros, objetos diversos e posters, entre estátuas de alguns génios da música e várias dedicatórias, passaram milhares de alunos, muitos deles, hoje donos de conservatórios. Um dos mais aplicados e atenciosos aos ensinamentos do mestre era António Joaquim Fernandes, um loirinho de 12 anos, nascido em Trás-os-Montes. Ao perceber o seu grande amor à música e pressentindo uma carreira repleta de sucesso, Manuel Marques tratou logo de arranjar-lhe um nome radiofonicamente mais sonante. Nascia assim, devidamente “baptizado”, para o mundo artístico, o cantor Roberto Leal.
Victor Dias (resumido)