Vinhais e os seus músicos

Jorge Lima Barreto, músico, de Vinhais
Músicos naturais do Concelho

Projeto em desenvolvimento, o Musorbis aproxima os munícipes e os cidadãos do património musical e dos músicos do Concelho.

Jorge Lima Barreto
Músico, musicólogo, compositor, conferencista, improvisador, professor, Jorge Lima Barreto, de seu nome completo Fernando Jorge da Ponte Lima Barreto nasceu em Vinhais em 1949 e morreu a 09 Julho de 2011.

Autodidacta, começou na infância a praticar órgão de igreja e piano; quando estudante universitário no Porto e activista na Juventude Musical Portuguesa, aí criou a Associação de Música Conceptual destinada a congregar compositores/intérpretes (como Aantónio Pinho Vargas e Calos Zíngaro) e ouvintes com interesses musicais comuns e organizar concertos.

Fundou a Anar Band em 1969 e, foi membro fundador com *Vítor Rua do duo *Telectu (1982). Licenciado em História e Filosofia na Faculdade de Letras da Universidade do Porto (1973), foi assistente das cadeiras de Introdução às Ciências Humanas, Crítica da Cultura e Estética, desta instituição e da ESBAP (1974-1978); simpatizante do internacional situacionismo, estruturalista e apologista da improvisação total, envolveu-se como figura tutelar no círculo artístico e musical do Porto, estando a sua influência patente em várias actividades musicais e culturais (da performarte à video art).

Entre os anos de 1977-82, percorreu a América do Sul e os Estados Unidos, recolhendo material para uma tese de doutoramento que desenvolveria sobre o situacionismo musical nesses países. Em Nova Iorque contactou, através de Jean Saheb Sarbib, com o meio vanguardista do Jazz e relacionou-se com a música improvisada e experimental.

No seu regresso ao País, em 1982, mudou-se para Lisboa, nesse mesmo ano, foi organizador da programação de Jazz e do rock do Festival de Vilar de Mouros e do Ciclo de Nova Música Improvisada no ACARTES No âmbito do jornalismo musical desenvolveu actividade em importantes e diversas publicações nacionais e estrangeiras desde os finais da década de 1960 (e.g., inúmeros periódicos; Vida Mundial, Mundo da Canção, Memória do Elefante, Blitz, Point, Hi-Fi, Via Latina, Atlântida, Manifesto; o Jornal de Letras desde 1984 ).e.a.

Realizou conferências e seminários nacional e internacionalmente (e.g. 1985 no “1º Simpósio de Música Electrónica da URSS”), e publicou livros sobre música, mediologia, estética da comunicação e tecnologias (sampler, controladores digitais, percussões, computer music), alguns intimamente ligados à sua prática enquanto músico de jazz, rock (conceptualização de “Independança” do GNR, 1982), música improvisada (solo de piano, teclas, cordas e preparado “piano dissonata”, 2001, e duo com Prévost, 2003), electronic live (“Neo Neon”, solo para wavestation, 2003; e Saheb Sarbib, “encounters”,1977), música multimedia (radio music, concretismos, midi, duos com *Zíngaro, em “kits”, 1992,, e.a.).

Introduziu em Portugal, como ensaísta, várias tipologias de ponta, eruditas ou populares; foi próximo de Zeca Afonso, C. Paredes, João de Freitas Branco, Peixinho, L. Villas-Boas… Realizou inúmeros concertos com músicos nacionais e estrangeiros de jazz, de música improvisada e/ou experimental (URSS, EUA, China, Brasil, Cuba, e.a.), por quase toda a Europa e Portugal, em festivais ou concertos, em lugares os mais prestigiantes,(e.g. Cascais Jazz 74, solo para piano e banda magnética; Salle Patiño, Genebra, 1976, solo de sintetizador; Public Theatre, Nova Iorque,1979; seis concertos de piano na Expo 98, e.a.), sendo a sua prática musical indissociável da extensa discografia registada em fonogramas dos Telectu, em grupo, a solo ou em duo.

Tem o experimentalismo e o conceptualismo como primeiras referências, free jazz, compositores contemporâneos, artistas e intelectuais ligados ao pósmodernismo, “projecto de um manifesto neo futurista”.

Desde ano 1974 tocou e gravou com algumas das mais destacadas figuras internacionais da música experimental… Compôs música para teatro (e.g. Teatro da Cornucópia) e cinema (e. g. “OM” de António Palolo) e realizou os programas radiofónicos (e.g. os Musonautas , Rádio Comercial 1982-91). Idealizou o festival Fonoteca Files, para eventos de música experimental (1999-).

A sua prática musical e o processo composicional desenvolvido até finais dos anos 1980, foi associada à “música minimal repetitiva” (em livro homónimo, 1983), a qual apresentou no V Congresso Nacional de Musicologia; grandes entrevistas a músicos do mais alto nível histórico e mundial (e.g. Xenakis, Stockhausen, Berio, Boulez, S. Reich, E. Nunes, Peixinho, F. Pires, W. Vostell, D. Kientzy, Cecil Taylor, A. Braxton, e.a.), no tomo “os Musonautas”, 2000; trabalhou na produção de materiais sonoros, como obra aberta e estratégia de recusa de qualquer compromisso com as políticas culturais vigentes, indústria discográfica e dos espectáculos, etc.

Apesar de pertencer a um circuito musical restrito, esteve envolvido em acções interarte, poesia visual, performarte, video, cinema, teatro, dança ­ em galerias, museus, fundações, teatros, estádios, espaços livres; a sua música, as suas apresentações mediáticas e os seus textos, por vezes muito polémicos, o seu forte carisma, fez dele uma personalidade reconhecida além do seu domínio da prática musical; o carácter pessoal e a diversidade dos materiais sonoros que divulga marcaram a formação de vários intérpretes do domínio da música improvisada, da electronic live, do rock, do Jazz, da ambiental, da experimental, papel que lhe é reconhecido pelos próprios.

Em 1972 iniciava uma longa carreira de musicógrafo com “revolução do jazz” onde estavam lançadas ideias seminais que exploraria em estudos posteriores até “JazzArte”, 2001; prossegue a série “rock pop off”, relacionamento do rock com a droga, desde 1975 com “rock trip” até “B-Boy” , sobre o movimento hip hop,1998; escreveu monografias; nova improvisação em “nova musika viva” de 1996;em 1997 editou “Musa Lusa”, vulgata da música portuguesa de hoje e de todos os quadrantes; numa perspectiva epistemológica publicou ensaios sobre Música de Hoje (e.g. “Musicónimos”, 1979; “o siamês telefax stradivarius”, 1998; congeminou a tese de doutoramento “Música & Mass Media”, de 1997, que retomou em 2002 no projecto ” estética da comunicação e a situação pósmoderna da música”.

Fonte: Universidade de Aveiro

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Jorge Lima Barreto, músico, de Vinhais

Jorge Lima Barreto, músico, de Vinhais

Reciclanda

Reciclanda, música e poesia para um mundo melhor

O projeto Reciclanda promove a reutilização musical desde idade precoce, a capacitação de docentes e a qualidade de vida dos seniores.

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