Vila Real de Santo António e os seus músicos
Músicos naturais de Vila Real de Santo António
Projeto em desenvolvimento, o Musorbis aproxima os munícipes e os cidadãos do património musical e dos músicos do Concelho.
- Hugo Ribeiro (técnico de som, 1925-2016)
FOI NOTÍCIA
A Agência Lusa, o Observador, o Diário de Notícias, O Público, Ionline, RTP e Correio da Manhã noticiaram a morte de Hugo Ribeiro, a 3 de dezembro de 2016.
“O técnico de som Hugo Ribeiro, que gravou alguns dos mais destacados nomes da música portuguesa como Amália Rodrigues, morreu aos 91 anos, disse à Lusa fonte próxima da família. Hugo Ribeiro trabalhou sempre nos estúdios de som da discográfica Valentim de Carvalho, tendo gravado os mais variados nomes da música portuguesa, nomeadamente Amália Rodrigues, artista por quem nutria grande admiração.
“Como Amália [Rodrigues] não há ninguém, não só pela voz e personalidade, como pelo empenho artístico”, disse o técnico de som numa entrevista à Lusa.
Hugo Ribeiro, num ciclo dedicado à fadista, organizado pela Associação Portuguesa dos Amigos do Fado, em 2009, em Lisboa, revelou histórias das gravações, desde as ceias organizadas pela fadista para as sessões de gravação no Teatro Taborda, em Lisboa, como nos estúdios Valentim de Carvalho, em Paço de Arcos, nos arredores da capital. Uma das histórias que contou foi a do microfone falso que colocava frente a Amália, fazendo a fadista crer que era esse que gravava a sua voz, quando era um outro mais distante que a captava, o que justificou “dada a sua força e extensão de voz”. Neste ciclo, “Amália a cantar há 70 anos”, Hugo Ribeiro contou ainda que gravou muitos dos ensaios da fadista “à socapa mas, dada a sua qualidade e interesse, foi inevitável”, disse. Amália Rodrigues em várias entrevistas salientou o trabalho de Hugo ribeiro, tendo afirmado que “em nenhuma parte do mundo gravava melhor do que em Portugal”.
Ribeiro gravou também, o álbum ‘The fabulous Marceneiro’ (1961), considerado pela crítica musical como um dos melhores álbuns de Alfredo Marceneiro.
O fadista, contou Hugo Ribeiro, levou tempo a aceitar o desafio de gravar em Paço de Arcos, justificando que “os ares eram outros”, e não os de Lisboa, mas o técnico tinha já ultrapassado o capricho do fadista que não queria gravar de dia pois “havia muita luz”. “Eu cheguei-me a ele, e pedi-lhe licença para o cachené que ele trazia sempre, e com ele tapei-lhe os olhos, e disse-lhe: ‘pronto agora já é noite, está tudo escuro’”, contou numa das muitas entrevistas que deu.
Em 2014 Hugo Ribeiro recebeu o Prémio Especial do Júri, da Fundação Amália Rodrigues. O júri, então presidido por Fernando Machado Soares, justificou a distinção referindo que em várias vezes Amália Rodrigues afirmou que “ninguém gravava melhor” a sua voz do que o Hugo Ribeiro. “Técnico de som, profissional, conhecedor, empenhado, tem o respeito de todos os que com ele trabalharam, e todos com ele desejavam gravar… Hugo Ribeiro foi o homem que trouxe até nós o som maravilhoso e único dessa voz que nos encanta, nos faz sonhar e sentir portugueses: Amália”, afirmou o júri.
Além de Amália, Hugo Ribeiro gravou um assinalável número de vozes portuguesas como Simone de Oliveira, Fernando Farinha, Max, Maria Teresa de Noronha, António calvário, Carlos Ramos, Celeste Rodrigues, Fernanda Maria, Lucília do Carmo, Madalena Iglésias, Tony de Matos, Rui de Mascarenhas, António Variações, Paulo de Carvalho, Artur Ribeiro, Marco Paulo, entre muitos outros.
Com municípios e entidades diversas, a Reciclanda promove a reutilização musical desde idade precoce, faz capacitação de docentes, contribui para a qualidade de vida dos seniores.
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