Leiria e o seu folclore
Folclore em Leiria
Grupos etnográficos, tradições e atividades no Concelho
- Estremadura (Alta Estremadura)
- Distrito: Leiria
16 grupos identificados
- Rancho Folclórico As Tecedeiras de Bidoeira de Cima
- Rancho Folclórico da Barreira
- Rancho Folclórico da Costa
- Rancho da Região de Leiria
- Rancho Folclórico de Maceira
- Rancho Folclórico de Parceiros
- Rancho Folclórico de S. Guilherme
- Rancho Folclórico do Freixial
- Rancho Folclórico do Grupo Alegre e Unido
- Rancho Folclórico dos Soutos da Caranguejeira
- Rancho Folclórico e Etnográfico de Souto da Carpalhosa
- Rancho Folclórico Flores Verde Pinho do Coimbrão
- Rancho Folclórico Juventude Amiga de Conqueiros
- Rancho Folclórico Roda Viva – Telheiro
- Rancho Folclórico Rosas da Alegria
- Rancho Folclórico Vale do Lis
Rancho da Região de Leiria
O Rancho da Região de Leiria foi fundado em 1963, pela então Comissão Regional de Turismo de Leiria. As suas danças e cantares são a viva representação da etnografia recolhida na região, e os seus trajes representam com fidelidade os usos e costumes da Alta Estremadura.
O rancho representa vários escalões sociais, nomeadamente o pescador e a peixeira da Vieira, moleira, vendedora de tremoços, trajes domingueiros e de trabalho, viúvos, serranos e noivos.
Com um vasto percurso a nível nacional e internacional, realiza o seu Festival de Folclore em junho, no Jardim Luís de Camões.
Em 1988, foi distinguindo com a Medalha de Prata da Cidade de Leiria
É sócio fundador da Federação do Folclore Português e da Associação dos Ranchos Folclóricos do Concelho de Leiria – Alta Estremadura.
Rancho Folclórico da Barreira
Fundado em 1983, por pessoas oriundas do lugar de Andreus, freguesia da Barreira, por altura das colheitas, para angariação de receitas para construção do salão paroquial, o Grupo foi ganhando corpo com pessoas de vários lugares da freguesia. Em 1985 organizou o primeiro Festival de Folclore, apadrinhado pelo Rancho Folclórico Rosas do Lena.
É sócio fundador da Associação Folclórica da Região de Leiria – Alta Estremadura, tendo feito parte dos órgãos sociais por diversas vezes e desempenha atualmente (2019) o lugar de presidente da direção. Até 1999 pertenceu à Casa do Povo da Barreira, mas com a desagregação da mesma passou a pertencer, a partir dessa data, à BARDEC – Barreira Associação de Recreio Desporto e Cultura, por vontade dos elementos que faziam parte do Rancho e por deliberação dos órgãos sociais da Casa do Povo, passando a denominar-se apenas como Rancho Folclórico da Barreira.
Em 2002, gravou o 1.º CD, tendo adquirido o estatuto de Rancho Federado em 2004. Desde 2001, até aos dias de hoje, organiza, anualmente, um Festival de Folclore. Anualmente e ao longo destes anos tem participado em diversos festivais, recriação histórica de Leiria, recriação de mercado século XIX (Batalha) e tem organizado diversas atividades desde descamisadas, encontro de tradições, exposição de lenços e xailes. Em 2007, efetuou uma digressão a França onde participou num Festival Internacional. Em 2005, criou um espaço museológico onde guarda algumas peças etnográficas recolhidas ao longo dos anos. Em 2013, inaugurou a nova sede social, passando a ter melhores condições para desenvolver as suas atividades.
Rancho Folclórico da Costa
O Rancho Folclórico da Costa é um fidedigno representante do Folclore e da Etnografia da Alta Estremadura. Fez a sua estreia em 22 de agosto de 1982, tendo-se legalizado em 19 de outubro do mesmo ano e feito a sua admissão na Federação do Folclore português em 2 de janeiro de 1986. Geograficamente engloba os lugares da Costa e Ribeira, povoações estas que fizeram parte da Freguesa da Batalha até fins do século XIX.
O seu melodioso cancioneiro, baseado na pastorícia e agricultura, é de “Entre Mar e Serra”, desde os cumes da Serra de Aire às arribas de Moel. Cantam-se e bailam-se cantigas de arrastação, fandangos estremenhos, reinadios, tacões e bicos, fadinhos, viras e bailaricos. O seu jeito de bailar é singelo e suave, sem batimentos nem arrebiques, como quem, mesmo divertindo-se, nunca esquece o recato, a dureza do trabalho e as agruras da vida.
Rancho Folclórico de São Guilherme
No lugar de Magueigia, freguesia de Santa Catarina da Serra, nasceu em 1963 um Grupo de Folclore. Foi fundado como Rancho Infantil de São Guilherme e teve a sua primeira atuação em setembro do mesmo ano, nas festas religiosas. Depois de dois interregnos, devido à emigração, recomeçou em 1984, com a designação de Rancho Folclórico de São Guilherme.
Tendo consciência do papel de um Rancho Folclórico, o Rancho Folclórico de São Guilherme iniciou um longo trabalho de recolha e pesquisa etnográfica de um povo com toda a sua vida ligada à terra, dos seus usos e costumes, que demonstram a vida das gentes da Alta Estremadura.
Após este trabalho de pesquisa junto da população, o Rancho Folclórico de São Guilherme, iniciou a sua divulgação de norte a sul do país, através da participação em festivais de folclore. Todos os anos realiza o seu próprio festival, com a participação de outros grupos em representação de várias regiões etno-folclóricas do país. Possui sede própria e um Núcleo Museológico e Etnográfico.
É membro efetivo da Associação Folclórica da Região de Leiria – Alta Estremadura e da Federação de Folclore Português.
Rancho Folclórico do Grupo Alegre e Unido
O Rancho Folclórico do Grupo Alegre e Unido foi fundado em 1969. Representa o Folclore da Alta Estremadura. É socio efetivo da Federação do Folclore Português e da Associação Folclórica da Região de Leiria – Alta Estremadura. Apresenta os usos, os costumes, as tradições, as danças, os cantares e os trajos, fruto de recolhas feitas no lugar da Bajouca e arredores, nos diversos festivais nacionais e internacionais de folclore em todo o país, em diversas festas e romarias e em hotéis da região. Nas suas apresentações é de destacar a exibição do oleiro e da capacheira, ao vivo.
O rancho da Bajouca editou diversos CD e cassetes com as suas modas e um DVD representando toda a vivência dos seus antepassados: o casamento; as festas e romarias; a matança do porco; o trabalho no campo; as colheitas; o artesanato, entre outros, acompanhados pelas danças e cantares da época.
Rancho Folclórico “Flores de Verde Pinho” do Coimbrão
Fundado em 3 de Abril de 1960, o Rancho Folclórico “Flores de Verde Pinho” do Coimbrão representa o Folclore de fins do século XIX e princípio do século XX, do norte do Concelho de Leiria – Alta Estremadura. É o Rancho mais antigo do Concelho de Leiria. Obteve o 1.º prémio de Traje na Feira Anual de Leiria e foi galardoado com a medalha de prata da cidade de Leiria pela dedicação ao serviço da Cultura. Tem participado em vários Festivais Nacionais e Internacionais por todo o País e algumas vezes no Estrangeiro, possuindo gravações do seu reportório.
O Rancho Folclórico “Flores de Verde Pinho” do Coimbrão é ainda organizador do Festival de Folclore do Coimbrão e de várias recolhas e exposições sobre usos e costumes passados que permitem difundir a cultura da Região. É membro da Associação Folclórica de Região de Leiria, da Federação do Folclore Português e está inscrito na INATEL. É desde 7 de maio de 2008 Pessoa Colectiva de Utilidade Pública.
Rancho Folclórico Juventude Amiga de Conqueiros
Conqueiros é um lugar da União das Freguesias de Souto da Carpalhosa e Ortigosa do distrito e concelho Leiria. Das mais influentes na freguesia, a família Alves de Matos era a mais importante desta localidade, já que garantia trabalho e sustento a grande parte dos habitantes de Conqueiros e das aldeias limítrofes até meados do século passado, acabando com morte do seu último descendente Luís José Alves de Matos, falecido a 26 de Abril de 1994.
Nos Conqueiros nasceu o Rancho Folclórico Juventude Amiga de Conqueiros, em 06 de Outubro de 1977. Faz parte integrante da Associação Folclórica da Região de Leiria – Alta Estremadura, tendo sido constituído por escritura pública em 13 de Setembro de 1982. Está filiado na INATEL com o n.º 3074 desde 16 de agosto de 1995 e tornou-se sócio efetivo da Federação do Folclore Português, em 15 de dezembro de 1998.
De 1978 a 1984 este rancho limitou-se a fazer atuações no lugar de Conqueiros e nos lugares limítrofes. A partir de 1984 alargou o seu leque de atuações, mantendo atualmente uma média de trinta por ano, em romarias, festivais de folclore e outros locais.
Organiza o Festival de Folclore no lugar de Conqueiros, pertencente à União das Freguesias de Souto da Carpalhosa e Ortigosa, Distrito e Concelho de Leiria. Em 1993, realizou várias atuações na zona de Paris, em França. Em 2004, realizou várias atuações na zona Nework, estado de New Jersey, nos Estados Unidos da América e em 2019 participou na 16.ª edição do “Festivalul International de Folclor Nufarul”, em Cahul, na Moldávia, evento em parceria com a Câmara Municipal de Leiria e a Associação Folclórica da Região de Leiria – Alta Estremadura.
Rancho Folclórico Rosas do Liz
Nascido em 1965 com o intuito de divulgar as danças, usos e costumes, o Rancho Folclórico Rosas do Liz tem dado a conhecer ao público um pouco das origens dos antepassados. Localizado na margem do Rio Lis, na freguesia de Carreira, Concelho de Leiria, é cercado pelos campos de arroz e de milho. É essencialmente um Rancho Folclórico com características de trabalho agrícola.
Ao longo da sua existência, de norte a sul do país e nomeadamente em Espanha e França, representa, com cerca de 40 elementos, danças, cantares e artesanato do Folclore da Alta Estremadura. Entre as suas danças estão: O vira da nossa aldeia; A chula; As penas do Verde Gaio; Dá-me a tua mão e canta; Deixa-me ir que eu vou com pressa; e Amor não digas que não. É sócio fundador da Associação Folclórica da Região de Leiria – Alta Estremadura.
Rancho Folclórico Vale do Lis
Barreiros, é uma aldeia, situada no Vale do Lis, pertence à freguesia de Amor e dista sete quilómetros da cidade de Leiria. A sua Capela edificada em 1925 tem como padroeira Nossa Senhora da Conceição, encontrando-se na mesma a imagem de São Jorge, a quem o povo dedicava grande veneração como protetor dos seus gados, havendo uma altura do ano em que os seus donos davam a volta à Capela com os seus animais em sinal de gratidão. Até então o povo deslocava-se à Igreja da freguesia (Amor) para cumprir a sua devoção. A população exercia a sua atividade na agricultura, onde abundava a cultura do arroz e do milho. É uma das aldeias em que a mulher usava o tradicional chapéu típico da região de Leiria.
O Rancho, um departamento da Associação Desportiva e Recreativa de Barreiros, foi fundado em 1973. Pesquisa e divulga a riqueza e a beleza da arte popular. Danças e músicas apareceram por valiosa recolha que pessoas da nossa região efetuaram, dado o seu empenho e dedicação, consultando na altura as pessoas mais idosas e que melhor memória possuíam. A tocata inclui acordeão, cega rega de canas, ferrinhos, o antigo cântaro, as pinhas, bandolim, cavaquinhos, viola, realejo. Os trajes são variados, mas conservando a linha própria desta região: – Trajes de trabalho na cultura: do arroz, do milho, das vindimas. – Trajes Domingueiros de ir: à missa, mercado, romarias. – Trajes de Camponeses abastados. – Trajes de Noivos.
O Rancho abarca e conserva no seu seio um vasto reportório de danças e cantares, baseadas no trabalho do campo. Os seus moinhos, o pinhal, as sachas, as desfolhadas, as vindimas, a matança do porco, a britada dos pinhões bem como as festas e romarias eram verdadeiras ocasiões de convívio do povo. É membro da Associação Folclórica da Região de Leiria – Alta Estremadura e sócio efetivo da Federação do Folclore Português.