Pombal e os seus músicos
Músicos naturais do Concelho de Pombal
O Musorbis pretende aproximar os munícipes e os cidadãos do património musical e dos músicos do Concelho. Projeto em desenvolvimento, aguarda artigos de músicos do Concelho que estão em falta.
- André Ramalhais (trombonista)
- Jacinto Gameiro Lopes Júnior (violinista amador e pedagogo, 1021-2020)
- Jaime Pascoal (maestro e professor, 1981-2017)
- Marco Santos (baterista, 1981)
André Ramalhais
André Ramalhais é licenciado em Jazz-Performance pela ESMAE – Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo e estudou com Carlos Azevedo, Paulo Perfeito, Abe Rabade, Nuno Ferreira, Michael Lauren, entre outros. Leciona a disciplina de Trombone no Curso de Jazz do Orfeão de Leiria. Compôs e gravou inúmeros discos com formações distintas, como por exemplo: Projeto do Acaso, Big Band da Nazaré, Orquestra de Jazz do Algarve, Farratuga, curtas metragens.
Colabora regularmente com a orquestra de Jazz de Leiria, do Porto, e da Big Band Alão jazz (Big Band de Alenquer) é membro da Orquestra de Jazz do Algarve, da Big Band da Nazaré e dos Farratuga, e toca com várias formações, como por exemplo, o trio de Improvisação Maneta&Bernardino&Ramalhais, Projeto do Acaso já referido, e Sons do Bracejo (um projeto que faz a fusão entre a música tradicional e o Jazz).
Participou em diversos festivais de jazz, destacando-se o Festival de Jazz do São Luiz, ESTARREJAZZ, Festival de Jazz de Valado dos Frades, RAMPAJAZZ (Festival de Jazz da ESMAE), AlãoJazz (Festival de Jazz de Alenquer), OJL Jazz Sessions (Festival de Jazz promovido pela Associação de Jazz de Leiria), Festival PORTA-JAZZ, Foncasjazz (Festival de Jazz em Foncastim-Espanha), Festival de Jazz de Capbreton (França), AMR Jazz Festival (Genève – Suíça) entre outros.
No concelho de Pombal encontrou inspiração para a combinação original. A partir do bracejo, André Ramalhais transformou o cancioneiro tradicional da Ilha em sonoridades jazz. O cancioneiro da Ilha, uma das freguesias do concelho do Pombal, no distrito de Leiria, foi revisto em formato jazz pelo quinteto liderado pelo trombonista André Ramalhais, que estreou no dia 24 de agosto de 2023, o projeto “Sons do bracejo”.
A partir do simbolismo do bracejo, fibra vegetal abundante na localidade da Ilha, usada para o fabrico de cestos pelas chamadas capacheiras, o músico desenvolveu roupagem jazzística para temas tradicionais da freguesia, integrada na União das freguesias de Guia, Ilha e Mata Mourisca.
Um amigo apresentou-lhe o cancioneiro local e André achou “incrível uma terra tão pequena” – menos de dois mil habitantes – “ter música própria, com letras em que se fala do que o povo fazia antigamente”.
Com o também músico Evandro Capitão e o grupo “Os Semibreves”, pesquisou sobre aquelas canções junto das capacheiras, “senhoras que têm 80, 90 anos”. Inspirado pelo projeto “Deixem o pimba em paz”, de Bruno Nogueira, escreveu novos arranjos para aquele cancioneiro.
André Ramalhais procura inovar e, também, promover o trabalho das capacheiras que, durante a pesquisa, lhe revelaram tristeza pelo futuro incerto da arte do bracejo.
“Sons do bracejo” ambiciona, por isso, promover o trabalho de quem está “a tentar não deixar morrer essas tradições incríveis”.
Para o trabalho de rescrita, foi necessário mergulhar às raízes do jazz, os blues, “canções de trabalho, que os escravos cantavam para a apanha do algodão”, na América do Norte. “Ou seja, também eles eram trabalhadores do campo, eram pessoas que não tinham formação em música, nem direito a nada. E se eles conseguiram, porque eu não ia conseguir fazer uma música tradicional da Ilha, aproximando-a ao jazz? E o resultado é que… soa-me a jazz!”.
A partir dos dois ou três acordes destas músicas tradicionais, manteve-se a melodia, mas alterou-se a harmonia. “A vocalista vai cantar as melodias e as letras na sua integralidade. Basicamente, só ela é que vai cantar a parte que toda a gente conhece. Nós vamos mudar tudo por baixo”.
O quinteto de André Ramalhais integra Cristiana Costa (voz), Adelino Oliveira (baixo), Tiago Ferreira (piano) e João Maneta (bateria).
Fonte: Região de Leiria

André Ramalhais, trombonista jazz, de Pombal
Jacinto Gameiro Lopes Júnior
Jacinto Gameiro Lopes Júnior (n. 13 de abril de 1921 – m. 02 de julho de 2020) foi alfaiate de profissão, músico por vocação e amante da sua terra por devoção. Era senhor de um inconfundível assobio, que cultivava e executava durante as suas caminhadas através de Albergaria dos Doze. A sua vocação pela música levou-o, desde muito novo, a integrar vários grupos musicais tendo sido, no final do século XX, um dos fundadores da Orquestra Ligeira “Os Rouxinóis do Arunca, onde tocava violino e da qual foi maestro. Na sua alfaiataria, para além de ensinar a arte de alfaiate, ensinou música e solfejo a dezenas e dezenas de adolescentes. Foi um opositor ao regime do Estado Novo. Foi por três vezes presidente da Junta de Freguesia de Albergaria dos Doze e Presidente da Assembleia de Freguesia. A 25 de agosto foi inaugurada, após requalificação, uma praceta com o seu nome em Albergaria dos Doze.

Praceta Jacinto Gameiro Lopes Júnior, inauguração com familiares
Fonte: Pombal Jornal (no Facebook)

Reciclanda
O projeto Reciclanda promove a reutilização, reciclagem e sustentabilidade desde idade precoce.
Com música, instrumentos reutilizados, poesia e literaturas de tradição oral, contribui para o desenvolvimento global da criança e o bem estar dos idosos. Faz ACD e ALD (formações de curta e longa duração) e dinamiza atividades em colónias de férias com crianças. Municípios, Escolas, Agrupamentos, Colégios, Festivais, Bibliotecas, CERCI, Centros de Formação, Centros de Relação Comunitária, podem contratar serviços Reciclanda.
Contacte-nos:
António José Ferreira
962 942 759
Jaime Pascoal
Natural de Pombal, Jaime Pascoal (n. 1981-m. 2017) foi maestro da banda Vermoilense, onde acumulava a direcção pedagógica da sua escola de música, entre 2015 e 2017. Elemento da Orquestra de Jazz de Leiria e dos Farratuga, foi também professor na Ourearte, em Ourém, na escola Canto Firme, de Tomar, e no polo da Sertã, Conservatório Nacional de Coimbra. Faleceu a 21 de Junho de 2017 na sequência de um acidente de viação. A associação Ideias Ousadas, em conjunto com a Sociedade Filarmónica Vermoilense e a Filarmónica da Guia, organizaram um concerto de homenagem ao músico. A iniciativa teve lugar no Castelo de Pombal, e contou com a participação de vários grupos musicais, nomeadamente, os Latem Quintet, a Sociedade Filarmónica Vermoilense, a Filarmónica da Guia, a Orquestra Marquês de Pombal e a fanfarra Farratuga.
Marco Santos
Marco Santos é percussionista, baterista e compositor. Nascido em 1981, trabalha na Holanda. Viajando por todo o mundo em concertos e dando workshops, ele apresenta-se como freelancer, músico/compositor trabalhando com vários projectos em vários estilos, partilhando a sua profunda devoção e paixão pela música.
Fez a sua primeira Licenciatura em percussão clássica na Escola Superior de Música de Lisboa (2006). Depois de alguns anos a trabalhar em Portugal com vários projectos musicais, encenadores (Rui Horta, Fernanda Lapa) e cantautores (João Afonso, Ana Firmino, Sara Tavares, Carlos Barreto), e também como professor, foi para a Holanda, onde fez a sua segunda licenciatura em bateria de jazz no Conservatório Real de Haia (2011), e mestrado na Escola de renome internacional de Roterdão (CodArts) na área de composição, percussão e bateria (2012).
Desde que vive na Holanda, tem tocado e viajado com vários músicos e projectos dentro de vários estilos musicais, onde ganhou algumas competições de Jazz e várias nomeações. Nos últimos anos, o seu foco tem sido desenvolver a sua “voz” como músico e compositor, tendo gravado o seu primeiro disco de originais, “Ode Portrait”, que editou e apresentou ao vivo em Portugal.