Faro e os seus auditórios
Auditórios de Faro
Salas de espetáculo do Concelho
Teatro das Figuras
A entrada em funcionamento do Teatro das Figuras constituiu um marco decisivo na consolidação da vida cultural do Algarve, desde logo pela sua dimensão, única na região, bem como pelo seu ótimo e versátil equipamento, que permite a apresentação das mais variadas e complexas produções em condições extraordinárias.
O Teatro das Figuras localiza-se junto à principal entrada de Faro, numa zona da cidade que atravessa hoje uma importante fase de expansão e de renovação dos seus espaços. É também uma zona de confluência de algumas das mais importantes artérias rodoviárias, que permitem o rápido acesso ao teatro a partir dos mais diversos pontos da cidade.
O Teatro das Figuras, um projeto do arquiteto Gonçalo Byrne, integra uma sala de espetáculos com um palco de grandes dimensões e tecnicamente bem equipado, capaz de dar resposta à maioria das exigências artísticas do nosso tempo. No prolongamento da área de palco existe ainda um Pequeno Auditório que poderá também servir de sala de ensaios, permitindo deste modo uma grande versatilidade cénica ao serviço dos criadores. O proscénio em arco tem uma medida máxima de 4,4 metros, podendo ser convertido para a valência fosso de orquestra, acolhendo até um máximo de 77 músicos.
O acesso dos espetadores ao Teatro das Figuras é feito por uma rampa de grandes dimensões que funciona também como praça, capaz de acolher algumas produções especialmente pensadas para o exterior.
O Teatro das Figuras tem por missão satisfazer, encantar, surpreender, formar e encher a alma dos públicos da região, evocando emoções e despertando os cinco sentidos para as artes de palco e pretende ser um espaço de referência nacional em termos de excelência na programação, de liderança regional, de afirmação da capitalidade e centralidade da cidade de Faro e de consolidação da imagem cultural do destino turístico.
O Teatro das Figuras apresenta-se como um espaço de difusão das artes performativas contemporâneas, apostado em construir uma relação continuada e criativa com a comunidade onde se insere, ajudando a formar, a olhar, a pensar e a partilhar novas experiências artísticas, contribuindo para o desenvolvimento cultural da cidade, da região e do país.
A atividade do Teatro das Figuras rege-se por princípios programáticos que o pretendem situar como um equipamento multidisciplinar onde produções próprias e coproduções se devem entrelaçar com acolhimentos, onde o compromisso com a contemporaneidade não exclui recuos históricos, onde convivem produções nacionais, internacionais, regionais e locais.
Em termos de áreas, a sua atividade pretende dar expressão significativa a todos os eixos programáticos atuais: música e ópera, dança, teatro, novo circo e cinema. E, em ligação com todos eles, uma redobrada atenção a perspetivas pedagógicas e de formação, com uma ação forte e estruturada ao nível da programação paralela.
Integra a Rede de Teatros e Cineteatros Portugueses.
Fonte: RTCP

Teatro das Figuras
Teatro Lethes
Um marco de Devoção, Educação, Tragédia, Amor, Mistério e Cultura. Na mitologia grega, Lethes é um mítico rio, cujas águas têm o poder de apagar da lembrança das almas os reveses e as amarguras da vida.
O edifício que hoje se designa Teatro Lethes, começou por ser colégio de Jesuítas – Colégio de Santiago Maior, fundado pelo então Bispo do Algarve, D. Fernando Martins Mascarenhas -, cuja licença lhes foi concedida em 1599. Era um local de aprendizagem, sobretudo de matriz religiosa – a “primeira universidade do Algarve”, como alguém já lhe chamou. Em 1759, a Companhia de Jesus foi banida do país e foram confiscados os seus bens. O Colégio de Santiago Maior encerrou assim as suas portas. Com a ocupação das tropas napoleónicas comandadas pelo General Junot, as instalações do antigo Colégio foram devassadas e profanadas para aí se aboletarem os soldados. Anos mais tarde, em 1843, foi o Colégio arrematado em hasta pública pelo Dr. Lázaro Doglioni, que manifestara publicamente intenção de construir em Faro um teatro à semelhança do S. Carlos, de Lisboa e do “À La Scalla”, de Milão. A inscrição latina na fachada do edifício, monet oblectando, poderá ser traduzida por “instruir, brincando”, salientando assim as preocupações culturais do promotor da construção desta sala de espectáculos.
A inauguração do Teatro Lethes efectuou-se em 1845, associando-se às comemorações do aniversário da Rainha D. Maria II. Mais tarde, em 1860, foi ampliado pelo Dr. Justino Cúmano, sobrinho de Lázaro Doglioni. Em 1898 exibia-se pela primeira vez em Faro o chamado animatógrafo, instalado no Teatro Lethes por este ser o mais amplo e distinto espaço cultural da cidade.
Foi restaurado entre 1906 e 1908 para melhorias de acústica e conforto. O declínio dos espectáculos e, consequentemente, da sala, começa em 1920, encerrando-se o Teatro em 1925, tendo sido vendido o imóvel à Cruz Vermelha Portuguesa, em cuja posse ainda se mantém. A sala do Teatro Lethes foi mais tarde cedida, por protocolo, à Delegação Regional do Algarve do Ministério da Cultura. Na ala Norte, restaurada e adaptada em 1991, funcionaram os serviços regionais do Ministério da Cultura. Em 2012, por protocolo entre o Município de Faro e a Cruz Vermelha Portuguesa, o Teatro Lethes recuperou o seu inicial desígnio. Nele foi instalada A Companhia de Teatro do Algarve – ACTA como estrutura residente. A ACTA, além de apresentar espectáculos de sua criação promove no Teatro Lethes também acolhimentos, cabendo-lhe ainda a gestão do equipamento.
Integra a Rede de Teatros e Cineteatros Portugueses.





Rui Serra Ribeiro

