MÚSICA À VISTA
Pormenores de Iconografia Musical na pintura de Paula Rego
Paula Rego é uma notável pintora portuguesa nascida em Lisboa a 26 de janeiro de 1935.

Património musical dos concelhos. Encontre rapidamente o que procura, digitando, por exemplo, “Lisboa e os seus órgãos de tubos”.
MÚSICA À VISTA
Paula Rego é uma notável pintora portuguesa nascida em Lisboa a 26 de janeiro de 1935.
MÚSICA PARA OS OLHOS
Luísa Todi

Reciclanda
O projeto Reciclanda promove a reutilização, reciclagem e sustentabilidade desde idade precoce.
Com música, instrumentos reutilizados, poesia e literaturas de tradição oral, contribui para o desenvolvimento global da criança e o bem estar dos idosos. Faz ACD e ALD (formações de curta e longa duração), realiza oficinas de música durante o ano letivo e dinamiza atividades em colónias de férias. Municípios, Escolas, Agrupamentos, Colégios, Festivais, Bibliotecas, CERCI, Centros de Formação, Misericórdias, Centros de Relação Comunitária, podem contratar serviços Reciclanda.
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MÚSICA À VISTA
Para rotas de cultura em musicoturismo
Tocador de flauta, em painel de azulejo colorido, de Joaquim Lopes, Rossio, Viseu
A 17 de maio de 2019, o Executivo Municipal aprovou a proposta de classificação do Painel de Azulejos do Rossio. Esta aprovação final da classificação do Painel, inaugurado a 13 de dezembro de 1931, como “Património de Interesse Municipal” é o culminar de um processo de reconhecimento, salvaguarda e proteção iniciado há um ano pelo Município de Viseu, e que foi sujeito com sucesso ao crivo legal devido. Esta proteção legal reforça as garantias de salvaguarda deste importante património cultural de Viseu, isenta de qualquer arbitrariedade. O Painel de Azulejos do Rossio constitui hoje, e desde há muito, um dos mais importantes ícones de Viseu. Ocupa, assim, um lugar marcante e insubstituível na paisagem urbana e na representação imagética e simbólica da “cidade-jardim” e do Rossio (em que se insere), das tradições da Beira Alta e da cidade da Feira de São Mateus. Se no plano urbanístico adquiriu forte singularidade paisagística, nos planos identitário e turístico conquistou o estatuto de um símbolo. Assinada por um dos mais reputados nomes da primeira geração de artistas modernistas portugueses, o pintor portuense Joaquim Lopes, a obra configura a criação de maior dimensão do seu autor, uma das mais marcantes e notáveis criações de arte pública em mural azulejar do seu período e, simultaneamente, um património que testemunha um momento histórico de reforma urbanística e estética de Viseu cidade moderna, mas também uma consciência à época de um discurso de autorrepresentação, inspirada por um nome maior da história local: o Capitão Almeida Moreira, fundador e diretor do Museu Grão Vasco, administrador-delegado da Comissão de Iniciativa e Turismo de Viseu, Vereador da Câmara, professor, mecenas de artes e, ele próprio, artista.
Rua Augusta Cruz, cantora viseense (1869-1901)
MÚSICA À VISTA
“O pintor deveria conhecer o instrumento baixão, mas nunca o terá visto a ser tocado, porque o representa ao contrário com a campânula para baixo e o anel de latão para cima” (João Mateus).
Sónia Duarte afirma: “é possível que o tenha representado de visu ou por fonte gravada, à semelhança dos outros instrumentos que integram a mesma pintura sobre madeira. Coexistem: uma harpa, uma viola e notações musicais – quadrada num dos livros abertos e mensural, noutro. Denotam uma série de erros pela mão de um pintor regional (espanhol?) de poucos recursos.
No caso, uma das mais de duas dezenas de representações deste instrumento em espaços sacros que tenho vindo a levantar ao longo das minhas jornadas de campo no âmbito da minha tese doutoral sobre as Representações Musicais na Pintura Barroca em Portugal.”
O painel encontra-se na parede lateral da Capela-mor, do lado do Evangelho, na igreja anteriormente designada de Nossa Senhora dos Prazeres do Porco.
Trata-se de uma provável encomenda de Estêvão de Matos, um criado, escudeiro e “corregedor” chanceler da corte de D. João III, que jaz nesta igreja, como se pode ler in situ «AQUI JAZ ESTÊVÃO DE MATOS E SVA MOLHER ISABEL GILL O QVAL FOI CRIADO DOS REIS DOM MANUEL E DOM JOÃO III E FOI CHANCEREL [sic] E PROMOTOR DE JUSTICA EM A CORREICÃO DA GUARDA O QVAL FALECEO NA ERA DE MIL QUINHENTOS E SESSENTA», adivinhando-se o papel preponderante que o nobre deverá ter tido naquela vila ou na região da Guarda, por altura do episcopado de Dom Jorge de Melo (1519-1548).
A composição representa a Virgem com o Menino num ambiente de hortus conclusus, “coroada” por anjos e ladeada por outros, músicos. Relativamente aos aspectos musicais, onde são visíveis inúmeros erros organológicos, representa-se, primeiramente, um duo de charamelas facilmente identificáveis pela presença de uma fontanela ou barrilete, peça de madeira fina que envolve e protege a chave exposta no tubo cónico de madeira.
Apesar da pintura se encontrar em lugar alto, impossibilitando uma fotografia frontal rigorosa (ainda que tenhamos usado alguns recursos), é possível perceber que cada tubo apresenta nove orifícios (!) e que existe, em cada uma delas, uma pirueta. Do lado oposto, representa-se um pequeno alaúde, de braço estreitíssimo, sobre o qual se dispõe treze cordas e que se estendem sobre o tampo harmónico. Por último, um anjo marca a solfa por um pergaminho onde já não é perceptível parte do pentagrama nem do texto, e, por ora, impossível decifrar o seu significado.

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MÚSICA À VISTA
Pormenores de Iconografia Musical no Concelho de Évora
“Évora é, na primeira metade do século XVI, a segunda cidade do Reino, por onde a corte faz largas estadias. Aqui trabalha o lusoflamengo hieronimita Frei Carlos; o castelhano Mateus d’Aranda, mestre Capela da Sé, compositor e autor de livros de música teórica impressos em Lisboa pelo francês German Galharde; o teórico e músico Gonçalo de Baena autor d’Arte para tanger, datado de 1540 e dedicado a João III; ou o português Pedro Escobar (Pêro do Porto), mestre Capela, cantor e compositor que viveu em Évora, onde teve casa, «pessoa de feitio difícil, indisciplinado por natureza» (José Augusto Alegria, 1985).
É também aqui que trabalham os hieronimitas, no Convento do Espinheiro, num ambiente anónimo, gremial e não poucas vezes de parceria entre oficinas. Trabalham para o Rei e Rainha, para a cidade/município, Sé, igrejas, capelas, bispos, marqueses ou duques.” (Sónia Duarte)
Esta tábua de grandes dimensões encontra-se exposta na parede lateral, do lado da Epístola, do Santuário de peregrinação da freguesia de Brotas, construído na 1.ª metade do séc. XV pela povoação da região em sinal de agradecimento pelo milagre da vaca, como consta de uma lenda.
Desconhecida qualquer documentação que comprove autoria, datação ou proveniência, trata-se de uma composição com uma forte função catequética mostrando uma invocação mariana pouco frequente, da qual restam vestígios nalgumas regiões de Portugal como Montemor-o-Novo, Viana do Alentejo, Elvas ou Redondo.
A composição divide-se, na horizontal, em dois planos: o inferior, documentando o milagre da vaca que havia caído da barroca de Brotas a que Nossa Senhora restituiu vida, salvando o único sustento da família de um pastor (segundo a literatura panegírica do séc. XV) e, no lado oposto, o olhar incrédulo de alguns fiéis perante o milagre sucedido; no plano superior, a Virgem, ladeada por sete anjos músicos, amamenta o Menino. Do lado esquerdo, representa-se um quarteto de anjos cantores que seguem por um livro aberto onde se pode ler AVE MARIA PLENA GRATIA DOMI[NVS] TECVM BENEDICTA TV IN MVLI[ERIBVS], uma peça mariana para ser cantada durante o ofertório no Domingo do Advento. A contrapor, do lado direito, apresenta-se um trio instrumental: o primeiro tange uma viola da gamba, instrumento de corda friccionada, com apenas quatro cordas dispostas desde o tosco estandarte sobre a caixa de ressonância, pelo cavalete e até ao braço dividido em cinco trastes. O cravelhame está rematado com um motivo zoomórfico e são visíveis oito cravelhas (!) que não correspondem ao n.º de cordas, tratando-se claramente de uma invenção.
Segue-se outro instrumento de música baixa, um alaúde. Apresenta uma abertura circular no tampo da caixa de ressonância, braço curto rematado por um cravelhame flectido sobre os quais se dispõem seis cordas simples, um dos erros de organologia. A finalizar o conjunto representa-se um instrumento de sopro de música alta, uma charamela que apresenta alguns orifícios dianteiros no tubo e um remate em pavilhão. Neste caso, somente a pirueta a permite distinguir de uma flauta.
Em síntese, o conjunto não apresenta rigor ou preocupação com a morfologia dos instrumentos musicais. O hieratismo das figuras e a estilização dos instrumentos leva-nos a crer que terão sido copiados de gravura, pelas mãos de um pintor provincial que interpretou erradamente as fontes com instrumentos musicais. Sublinhe-se que este painel sofreu inúmeros desgastes na camada cromática, em sentido vertical, carecendo de intervenção. Destacamos, igualmente, o zelo que a população de Brotas tem no Santuário, na sua preservação e divulgação, impedindo a sua ‘desmemoriação’. (Sónia Duarte)
Vasco Pereira Lusitano, pintor natural de Évora
Vasco Pereira Lusitano, 1604, créditos Sónia Duarte.
Pintor com obra entre o maneirismo e o Barroco, Vasco Pereira Lusitano nasceu em Évora, 1535 e fixou-se em Sevilha, onde morreu em 1609).

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Inaugurado em 1892, o Teatro Garcia de Resende em Évora é um dos mais representativos “teatros à italiana” existentes em Portugal. Os acabamentos foram influenciados pelo seu gosto requintado, pois contrataram, para o efeito, uma equipa de pintores e artífices de grande qualidade. Luigi Manini, cenógrafo titular do S. Carlos, colaborou na dotação do cenário e na realização do pano de boca.

Teatro Garcia de Resende, Évora
(Sónia Duarte)
A análise de fontes documentais tem levado a concluir que, apesar da condição de creados, os artistas músicos e pintores beneficiavam, por parte dos comitentes, de grandes partidos e que D. Manuel I lhes garantia ordenados, com os quais se mantinham honradamente, e outras mercês. Tais condições podem ter contribuído para a equiparação da Capela Real a uma das melhores da Europa, constituída que era por cantores (moços e adultos) e tangedores (organistas e instrumentistas de música alta).
D. Leonor dispunha igualmente de afamados músicos, tais como Diogo Gonçalves e Fernão Rodrigues (S. Viterbo 1907), e faz-se retratar como doadora no Panorama de Jerusalém, tábua oferecida pelo imperador Maximiliano I e que faz parte da colecção do Museu Nacional do azulejo; ou o cardeal infante D. Afonso, comitente de três retábulos para Ferreirim, que teve ao seu dispor, a partir de 1521, o afamado compositor, cantor, mestre de Capela Pedro Escobar. Para além disso, a música fazia parte da educação e formação dos infantes e consortes destacando-se, por exemplo, D. Leonor, terceira consorte de D. Manuel I, filha de Filipe o Bom e de Joana a Louca e irmã de Carlos V, identificada como mulher de rara cultura que cantava e tocava alaúde e clavicórdio.
No seguimento do que acabamos de escrever, convém sublinhar muito bem que para além das capelas nas Sés que exigiam um vultuoso investimento, alguns destes bispos mais abastados (Lamego, Évora, Viseu…) dispunham de capelas privadas bem organizadas e apetrechadas de mestres afamados, moços de coro, adultos cantores e organistas contratados e financiados, que se constituíam como autênticas escolas de música separadas das Sés (conhecendo-se, no entanto, a mobilidade de alguns músicos) (M.P. Ferreira, 2009).
Estes novos ritmos entre Portugal e o mundo externo que temos vindo sumariamente a enunciar seriam propícios, claro está, à comercialização de produtos insulares, como o «ouro branco», escravos, marfim e especiarias do Oriente (a partir de 1494), sendo de salientar o decisivo papel das feitorias, primeiro em Bruges e depois em Antuérpia que, como tal, impulsionaria abastados comerciantes a adquirir obras de arte.
Outro benefício seria, por cá, a presença e estadia prolongada de flamengos e outros estrangeiros, alguns dos mais activos pintores e músicos à época e, por lá, a presença de portugueses, em aprendizagem, por infortúnio pouco documentados. No caso da pintura, evidenciou-se por cá «o melhor pintor que havia no seu tempo» (S. Viterbo, 1903-11), Francisco Henriques, logo seguido de outros documentados como Frei Carlos ou o ignoto Mestre da Lourinhã, panorama confirmado pela célebre frase do bispo de Viseu (1505-1519), D. Fernando Gonçalves de Miranda, em 1500, «da Flandres se faria melhor e mais barato» (S. Viterbo, 1903-11). E, no campo da música, podíamos salientar que esta euforia na renovação do panorama musical iria igualmente verificar-se na importação de tangedores e cantores e no investimento feito nas capelas privadas e na própria Capela Real, tida como uma das melhores da Europa.
Por fim, parece-nos claro que este ambiente de fausto e ostentação beneficiaria a proliferação e renovação do instrumentário musical, reflectindo-se nas manifestações pictóricas, por sua vez beneficiadas pelo uso da técnica a óleo, que vem suplantar as técnicas usadas anteriormente, permitindo retoques em arrependimentos no instrumentário musical representado.
E se no reinado de D. Manuel a arte é utilizada como meio de propaganda política através da exuberância representada, não ficará nada atrás, apesar das rupturas com o período anterior, o brilho na arte no reinado d’O Piedoso (1521-57) a quem El Maestro de Luís Milán, o primeiro livro conhecido para havia de ser dedicado e sabendo-se que tinha ao seu dispor vários pintores e músicos estrangeiros como o organista alemão João de Bergomão, Gonçalo de Baena ou Hernando de Jaén.
Desconhecemos muitos dos pormenores acerca da formação dos pintores de óleo, mas a documentação – directa e indirectamente –, evidencia as relações destes servis mecânicos com os literatos cortesãos, seus comitentes e testemunhas. Mas se as relações de trabalho eram próximas, as origens, a educação e formação parecem estar muito distantes. As possibilidades de alguns destes pintores haverem adquirido conhecimentos musicais parecemnos remotas, face à sua condição de mecânico que se opunha às artes liberais ensinadas nas Universidades organizadas em sistemas do Trivium e do Quadrivium, cuja cátedra de teoria e prática musical havia sido criada em 1323.
Ainda por cima, se atentarmos que os próprios clérigos, nos séculos XV e XVI, tinham ao dispor uma formação que, em termos musicais práticos, deixava muito a desejar, sendo muito poucas as fontes que sobreviveram à voragem do tempo revelando «a quase absoluta inexistência de manuscritos contendo tratados musicais [baseados em Boécio], antes de 1500, parece indicativa de generalizada anemia teórica e deixa adivinhar o grande peso da oralidade no ensino» (M.P. Ferreira 2009).
No seguimento desta questão há uma outra que interessa evidenciar. Trata-se do facto de muitos destes creados se dedicarem a várias tarefas em simultâneo, sendo de acreditar que muitos pudessem ter conhecimentos interdisciplinares, para além do célebre caso de Damião de Góis, humanista, historiador, compositor de pelo menos três motetes, que tangia cistro e instrumentos de tecla. E esta evidência está patente quer no campo da música, quer no campo da pintura. Salientemos um dos casos mais importantes e documentados no tempo de D. Manuel I, o caso de Jorge Afonso, que está documentado como pintor de retábulos a óleo (que incluem alguns bons exemplos de Iconografia musical), dourador e estofador de imaginária, ou o de Francisco Henriques, pintor a óleo e pintor de vitrais e, já no tempo de D. João III, o caso de Cristóvão de Figueiredo, que era vedor, examinador, debuxador de quadros e tapeçaria. Se, por um lado, estes três exemplos vêm revelar a polivalência dos creados, por outro, revelam a inserção destes Mestres num ambiente de trabalho corporativo, de parcerias entre artistas, não poucas vezes entre oficinas, e que só viria a ser revisto no tempo de D. Sebastião.
Também no campo da música se verifica tal polivalência, pois não poucas vezes nos surgem indicações do mestre Capela ser simultaneamente um compositor profissional, quer dizer, artista prático e um intelectual, para além de clérigo e poeta. Vide o remoto caso de Álvaro Afonso ao serviço de D. Pedro I e de D. Afonso V; ou de Gil Vicente, ourives, trovador e mestre da balança (cujas obras teatrais estão repletas de referências musicais incluindo dança, peças vocais quer de índole profana, quer de música religiosa e que integravam os momentos de representação).
Neste ambiente oficinal, a historiografia da arte tem revelado o uso de fontes como gravura importada utilizada pelas oficinas e seus clientes, nomeadamente, gravuras de Albrecht Dürer (algumas oferecidas por ele mesmo a João Brandão e a Rui Fernandes de Almada), de Marcoantonio Raimondi, incunábulos ilustrados como o Tratado de Confissom de autor desconhecido, livros, tratadística de música e de perspectiva, estampas avulsas de Martin Schongauer, L. van Leyden, I. A. de Zwolle, entre outros, usados na íntegra como molde mas predominando o seu uso como elemento de citação. No campo da música há notícias deste intercâmbio cultural a partir da circulação em Portugal de composições religiosas de origem espanhola e francoflamenga para além das portuguesas, nomeadamente, da Ars novamente inventada pera aprender a tanger de Gonzalo Baena, impressa em 1540, com obras de ilustres como Ockeghem, Obrecht, Agricola, Josquin des Près, Escobar ou Anchieta.” (Sónia Duarte)
Casamento Místico de Santa Catarina (pormenor da tribuna com músicos em segundo plano), circa 1520-30, Frei Carlos (atribuído); óleo e têmpera sobre madeira de carvalho; A. 330 x L. 257 cm; The National Gallery, London (Inv.º NG5594).
MÚSICA PARA OS OLHOS
Casa da Música
Azulejos da Casa da Musica, Porto
Museu Nacional Soares dos Reis
Prato de Coimbra (?), sécs. XVIII-XIX, do Museu Nacional Soares dos Reis.
Tambores
Augusto Roquemont (Genebra, 1804 – Porto, 1852), Procissão [em Guimarães] (pormenor) uma das obras da exposição permanente do Museu Nacional Soares dos Reis (créditos: Sónia Duarte)
Tocador de flauta
Tocador de flauta, séc. XVIII, Museu Nacional Soares dos Reis, Porto
Ainda no Museu Nacional Soares dos Reis encontra-se Daphnis e Chloé, óleo sobre tela, 114 x 74 cm, pintura de Henrique Pousão, pintor português que nasceu em Vila Viçosa, em 1859, e morreu em Vila Viçosa, no ano de 1884.
Coliseu do Porto
Lira e canto à entrada do Coliseu do Porto
Igreja do Bonfim
Rei David tocando harpa, órgão da igreja do Bonfim, Porto
São Bento da Vitória
Órgão do coro alto da Igreja de São Bento da Vitória, Porto, 1924, óleo sobre tela, 55 x 40 cm.
Guilhermina Suggia, violoncelista portuense
Guilhermina Suggia tocando violoncelo
“Madame Suggia”, um dos melhores quadros do mestre inglês Augustus John (1878-1961), está exposto na Tate Gallery, em Londres. O violoncelo é o famoso Montagnana oferecido à portuguesa por lorde Edward Hudson, seu noivo, que também encomendou o quadro. Hudson cancelou a encomenda quando Suggia quebrou o noivado, mas Augustus decidiu, mesmo assim, terminá-lo.
Guilhermina Suggia tocando violoncelo
A violoncelista portuense Guilhermina Suggia, por Augustus Edwin John, óleo sobre tela, 102 x 77 cm, datada de 1923
Grande violoncelista portuguesa de ascendência italiana, Guilhermina Augusta Xavier de Medim Suggia nasceu em 27 de junho de 1885, na freguesia de S. Nicolau, no Porto e morreu a 30 de julho de 1950, na sua casa da Rua da Alegria, 665, também no Porto. Suggia revelou uma tendência prematura para a música e tem como primeiro professor de violoncelo o pai, Augusto Suggia, que reconheceu na filha o imenso talento musical que viria a confirmar-se numa notável carreira internacional. Visando distinguir o melhor aluno do Curso Superior de Violoncelo do Conservatório de Música do Porto, foi instituído por vontade testamentária da violoncelista o Prémio Guilhermina Suggia, atribuído pela primeira vez em 1953. Guilhermina Suggia tem ruas com o seu nome em Lisboa, Porto, Cacém, Loures e Ermesinde e monumentos no Porto e Matosinhos.

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MÚSICA PARA OS OLHOS
Jardim Amália Rodrigues
Guitarra de Proa, escultura de Domingos Oliveira
Zé Pedro, guitarrista dos Xutos & Pontapés tem o seu nome num jardim nos Olivais, em sua memória. A freguesia dos Olivais decidiu homenagear Zé Pedro, músico dos Xutos & Pontapés onde cresceu, “viveu, juntou sonhos, fez amigos, e deu primeiros passos na música”. A ideia partiu de uma petição pública, encabeçada por um grupo de amigos dos Olivais e reuniu cerca de duas mil assinaturas. O pedido à câmara foi que atribuísse o nome de uma rua, praceta ou jardim ao músico na Junta de Freguesia dos Olivais. O jardim da Rua General Silva Freire é o “Jardim Zé Pedro”.

Zé Pedro, guitarrista dos Xutos & Pontapés, Jardim Zé Pedro, Olivais, Lisboa

Zé Pedro, guitarrista dos Xutos & Pontapés, Jardim Zé Pedro, Olivais, Lisboa
Rua do Capelão
A antiga Rua do Capelão é uma artéria icónica do Fado de Lisboa. Nela faleceu a Severa no séc. XIX, nela nasceu no séc. XX o fadista Fernando Maurício, conhecido como o Rei do Fado da Mouraria.
Rua do Capelão é também o título pelo qual é conhecido o Velho Fado da Severa, composto por Frederico de Freitas para a letra de Júlio Dantas para o 1º filme sonoro português – A Severa – em 1931, aí interpretado por Dina Tereza. O fado seria depois interpretado por inúmeras vozes como Amália, Ada de Castro, Fernanda Maria, Cidália Moreira, Dulce Pontes, Anabela, Lula Pena ou Cuca Roseta.

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Estação do Rossio
Monumento o Fado, Lisboa
Monumento ao Fado, Lisboa
Pormenores de Iconografia Musical em Lisboa
Bombos
José Malhoa, A volta da feira (Chegada do Zé-Pereira à romaria), 1905; óleo sobre tela; 73.3 x 56.6 cm
“Ramalho Ortigão enumerou algures, já em 1906, os temas de Malhoa, numa sequência precisa, que vai da lavra à procissão, passando pela feira e pelo arraial dançando e também pela extrema-unção levada ao moribundo e seria igualmente possível agrupar as numerosas composições em situações dramáticas que se respondem, numa ação ondulada em que as mesmas personagens entram e saem da cena, num viver quotidiano que não é certamente alheio, mais uma vez, aos esquemas romanescos de um Júlio Dinis – que não é por acaso o outro mais popular criador da ficção em Portugal, e do qual, aliás, Malhoa, pintou a clara das pupilas, em 1903” (José-Augusto França in ‘A Arte Portuguesa de Oitocentos’, Lisboa, Biblioteca Breve, 1983.)
Basílica da Estrela
Violino
Tocador de violino. Machado de Castro. Século XVIII. Basílica da Estrela, Lisboa
Colégio Militar
Anjos Músicos
Colégio Militar, Lisboa, créditos Sónia Duarte
Museu de Lisboa
Fado
O Fado é uma pintura a óleo sobre tela, 150 cm de altura e 183 cm de largura, do pintor português José Malhoa, datado de 1910. O quadro está no Museu do Fado, temporariamente cedido pelo Museu da Cidade em Lisboa. José Malhoa pintou duas versões do quadro a de 1909 e a de 1910. Foram expostas pela primeira vez juntas, lado a lado, na exposição O Fado de 1910, na Sociedade Nacional de Belas Artes, em Lisboa em 2010. A obra de 1909 é propriedade da família do empresário Vasco Pereira Coutinho. Nas obras é retratado Amâncio, afamado marginal (ou “fadista”, então sinónimo) da Mouraria a quem chamavam “pintor” (e por isso, no bairro, chamavam a Malhoa o “pintor fino”), e Adelaide, mulher de má vida, conhecida por Adelaide da Facada (exibia no rosto uma cicatriz desenhada a navalha).
Museu de Lisboa
Amália Rodrigues
Amália Rodrigues, cabeça, do escultor Joaquim Valente, Museu de Lisboa
Museu de São Roque
Harpa
Pormenor de tábua de Bento Coelho da Silveira
Pormenor de uma tábua seiscentista (década de oitenta) de um pintor régio pedrino. Erudito. Poeta, membro da Academia dos Singulares de Lisboa. Homem do Barroco. Operoso e documentado mestre lisboeta. Debuxador controverso. Elogiado pelos seus contemporâneos, homenageado por intelectuais com écfrases sobre as suas pinturas,… enfim, é de Bento Coelho da Silveira. Encontra-se no Museu de S. Roque, em Lisboa. (Sónia Duarte)
Museu Nacional da Música
Anjos Músicos
De autor português desconhecido do século XVI, a “Adoração do Cordeiro Místico”, “no contexto da Iconografia musical, esta pintura quinhentista religiosa constitui a peça mais antiga pertencente ao acervo do Museu.
Apresenta o tema do “Cordeiro Místico” ou “Adoração do Cordeiro”. Este surge no centro da composição, deitado sobre uma bíblia, simbolizando o sacrifício de Cristo. Como principais elementos musicais, destaca-se, no plano inferior, o Rei David representado com uma harpa e anjos músicos que cantam e tocam louvando Cristo. Além da harpa identificam-se outros instrumentos: cornetas, uma charamela, uma sacabuxa e uma viola da gamba.
Museu Nacional de Arte Antiga
Tamborileiro
A autoria é ignota mas é uma pintura de convento extinto, da col. do Museu Nacional de Arte Antiga, créditos Sónia Duarte.
Homem do teatro e depois da pintura, Mário Eloy pinta aqui, num cromatismo mormente ácido-azulado, um bailarico no Bairro sonorizado por uma caixa-de-rufo percutida por uma mulher, uma concertina por um homem sentado que parece calvo, e a completar o trio um trompa, de pé. Espreitam uns às janelas e portas de suas casas, juntam-se outros aos pares, dançando. Uma velha de barrete agastada pela vida senta-se encolhida no vão da escada, ouvindo-os e observando-os. (Sónia Duarte)
Mário Eloy, ca. 1936, Museu Nacional de Arte Contemporânea – Museu do Chiado

Mário Eloy, bailarico no Bairro, ca. 1936, Museu Nacional de Arte Contemporânea – Museu do Chiado
Museu Nacional do azulejo
Lição de música
Lição de Música (pormenor), atribuído ao monogramista PMP, 1700-1730, Museu Nacional do azulejo, Lisboa (Sónia Duarte)
Músicos
Presépio da Madre de Deus. Séc. XVIII. Museu Nacional do azulejo, Lisboa
Sé de Lisboa
Músicos
Coro de anjos tocando instrumentos. Sé de Lisboa. Único presépio assinado por J. Machado de Castro (1766). Foi acrescentado por J. José de Barros

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Braga e a sua arte musical
Elementos para uma Iconografia Musical no Concelho de Braga e sugestões musicoturísticas no interior. Para aceder a sugestões para rotas musicoturísticas no exterior, clique AQUI.
Anjo músico a tocar viola
Lado esquerdo da Capela de Santa Gertrudes. Anjo de rosto juvenil, despido com asas em tons de vermelho e azul a tocar viola, um instrumento da família dos cordofones compostos, com caixa de ressonância, em que o som é produzido pela vibração de cordas beliscadas.
Veja mais pormenores AQUI.

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Santuário do Sameiro
Anjos cantores
Anjos músicos
Museu Nogueira da Silva
Painel de azulejos de Jorge Barradas, no Museu Nogueira da Silva, Braga, Portugal
Rei David tocando guitarra. Pormenor do painel de azulejo onde se figura “a cena bíblica do Rei David dançando diante da arca da aliança” de Jorge Barradas, no Museu Nogueira da Silva, Braga, Espaço Jorge Barradas.
Flautim e violino. Painel de azulejo do Museu Nogueira da Silva, Braga, Espaço Jorge Barradas. “Neste painel se figura a cena bíblica do Rei David dançando diante da arca da aliança”.
Dança. Pormenor do painel de azulejo onde se figura “a cena bíblica do Rei David dançando diante da arca da aliança” de Jorge Barradas, no Museu Nogueira da Silva, Braga, Espaço Jorge Barradas.
Pandeiro. Pormenor do painel de azulejo onde se figura “a cena bíblica do Rei David dançando diante da arca da aliança” de Jorge Barradas, no Museu Nogueira da Silva, Braga, Espaço Jorge Barradas.
Violinos. Pormenor do painel de azulejo onde se figura “a cena bíblica do Rei David dançando diante da arca da aliança” de Jorge Barradas, no Museu Nogueira da Silva, Braga, Espaço Jorge Barradas.
Painel de azulejo do Museu Nogueira da Silva, Braga, Espaço Jorge Barradas. “Neste painel se figura a cena bíblica do Rei David dançando diante da arca da aliança”.
Pormenor do painel de azulejo onde se figura “a cena bíblica do Rei David dançando diante da arca da aliança” de Jorge Barradas, no Museu Nogueira da Silva, Braga, Espaço Jorge Barradas.
Dança. Painel de azulejo do Museu Nogueira da Silva, Braga, Espaço Jorge Barradas. “Neste painel se figura a cena bíblica do Rei David dançando diante da arca da aliança”.
Painel de azulejo do Museu Nogueira da Silva, Braga. “Neste painel se figura a cena bíblica do Rei David dançando diante da arca da aliança”.
Palácio dos Biscainhos
O Palácio dos Biscainhos localiza-se na rua que lhe deu o nome, em Braga, numa alusão aos artífices vindos da Biscaia, que aqui se instalaram, no século XVI. Tem um museu, e os jardins são de acesso gratuito.
Musorbis é a nova plataforma que faz parte do projeto Meloteca e se dedica à divulgação do património musical na perspetiva dos concelhos de Portugal.
Morada:
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